Carne
"Se o envelhecer da carne faz parte da vida, que tenhamos equilíbrio, sorrisos, ... alegria na alma, e inteligência no espírito."
Tu que moras no meu seio
Na carne rasgada do meu corpo
Feitiço do meus lábios à procura da tua boca (...)
"Entender o que Deus requer de nós nem sempre facilita as coisas. Pois a carne é fraca e não lhe faltam aliados."
É A SOLIDÃO
A solidão é ouvir o ranger dos dentes
No próprio sangue entre a carne crua
É ouvir o som quente a correr nas veias
A solidão é sentir o vento no rosto
O seu perfume no ar acariciar a pele
Como se o ópio penetra-se no corpo
A solidão é sentir a carne já devoluta
Num deserto sem pudor, rasgar a pele
Sem, sem nome, sem carne, sem sangue
É a solidão que toma emprestado o corpo.
Se com boca esbanjada, corpo sempre entregue, lavando a carne pulsante na embriaguez do desapego, o amor caísse no abismo do esquecimento eterno, seria a cura da alma, mas quando a carne pulsa forte, o sentimento salta, deixando uma ferida que só o tempo será capaz de cicatrizar.
MORTALHA NAS ONDAS DO MAR
I
O mar de mortalha, embalada por gemidos
Que rasgas a carne de uma dor, dilacerante
Embalsas, todas as dores, entre murmúrios
Desfalece, misteriosamente num total afligir
II
Martírio transfigurado já pela sua angústia
Sombra das noites pesadas de tanta agonia
De tanto pavor da morte, desaparecia longe
Madrugada desses pensamentos impacientes
III
Os corvos voavam ao seu redor já famintos
Enroscados a sua negra fria mortalha de dor
Desespero, na agonia da carne que se dilacera
Entre gemidos de chagas abertas sangue podre
IV
No chão que a carne se rasga, que se despedaça
Soberbo sol, assombro das lágrimas recalcadas
Dolorosa alma torcida num espasmo de angústia
Amargamente numa aflitiva treva de dilaceramento
V
O mar observara tudo, descida subterrâneos fatais
Era uma mortalha para tantos homens um túmulo
Criptas infernais onde trêmula derrama a sonolenta
Claridade de augúrios medonhos, indefiníveis sem
VI
Nomes nos túmulos tapados pelas ondas do mar - - Contemplativo.
Eu fui feita de carne..
E carne sangra...
Dói. .. machuca..
Eu fui feita de sonhos ...
Eu fui feita de amor..
Eu fui feita do sopro de vida...
Assim eu vim.. vim pra ficar..
Pra passar por essa vida e deixar um pouco de mim..
Pra quem quiser me conhecer. ..
A alma é um grande tesouro escondido num corpo, a carne é apenas uma roupagem e a alma uma nudez, aquele que só enxerga o corpo ver apenas carne, todavia aquele que mergulha na alma encontra a pureza despida, porém asseguro que sem o corpo é impossível que a alma renasça e se transforme em uma nova e pequenina criatura, ninguém é capaz de conhecer o Reino se não estiver nu.
As tribulações virão e a paz será tirada da Terra onde nenhum homem poderá confiar no braço da carne, no entanto tome sobre si a armadura da paz
Tudo dilacerado, amigos e parentes...
Tudo dado para isso, um enigma sem fim
Minha carne desgastada, meu coração rasgado, minha mente, minhas memórias, perdidos...
Enquanto vago, frio e sem sentimentos
Agora, para onde minha mãe, minha chama?
E ao longo das espirais de luz, a vida que eu desejava?
"Vivemos dentro de um octógono todos os dias, e travamos rounds entre o desejo da carne e do espirito. O Juiz esta lá para detectar o vencedor, porem, cabe a você decretar quem sairá vencedor."
Quanto mais carne, mais vermes; quanto mais propriedades, mais preocupações. [Entretanto] quanto mais Torá, mais vida; quanto mais estudo, mais sabedoria; quanto mais conselhos, mais entendimento; quanto mais caridade, mais paz. Aquele que conseguiu uma boa reputação, ganhou-a para seu próprio benefício; aquele que deu a si mesmo o conhecimento da Torá, conquistou para si a vida no Mundo Vindouro.
Uma semente
Sou eu a semente,
pedaço de gente,
que sonha que sofre,
sou carne sou mente.
Sou eu a semente,
querendo o ausente,
germino somente,
em estado de amor.
Sou eu a semente,
buscando em mente,
esquecer-te enfim,
arrancando o de mim.
Sou eu a semente,
um bicho com fome,
na rua sem nome,
em estado de dor.
Sou eu a semente,
em sonhos nocivos,
me perco em medos,
nos sonhos perdidos.
Sou eu a semente,
em sonhos de amor,
sonho em segredos,
e suspiro de dor.
Sou eu a semente,
no canteiro jogada,
sozinha encontrada,
mas que germinou.
Sou eu a semente,
do fruto usada,
um resto de gente,
que sem rumo ficou.
Sou eu a semente,
que venceu de repente,
de forma contente,
buscando o amor.
Sou eu a semente,
sofrida magoada,
que despedaçada,
no amor superou.
Viver deve ser assim... expor ao sol, a carne viva, apontando onde dói e porque dói, caso me omita diante de minha exclusiva necessidade de ser eu mesma, estarei morta, sem motor combustor, que não enxerga, que não contesta, que não ouve, porque não quero sentir.
O ser humano possui uma vida estruturada com alicerce de alma, carne e osso. Mas, para não ficar tão idêntico no mundo, veio um traço característico genial de ter hétero, homo, preto, branco, cristão, ateu, de direita e esquerda para tudo ficar MAIS COLORIDO!
Se a paz que há em ti, for guerra, que esta guerra seja contra a carne, contra o pecado, contra o inimigo, enfim, combata contra todo o sofisma e toda altivez, que se levante contra o conhecimento de Deus.
“A paixão é fogo que arde sem cessar,
aquece a carne e ilumina a nossa vida se escura ela está. Mas cuidado meu amigo que pode você pode se queimar, além de que ela desaparece rapidinho se não a alimentar. ”
... a parte que sonha, é feita de carne, e a que vive a realidade é a que age muitas das vezes como se fosse de ferro. A que entendermos a necessidade do equilíbrio entre ambas, para que o peso do viver e a leveza do sonhar; possam assim, sobreviver a este conflito!
Juan Galvez ( pseudônimo de G.Oliveira, 1961, brasileiro, natural do Rio de Janeiro-RJ).