Carne
O homem romântico conquista primeiro o coração de uma mulher, depois a sua carne dentro do seu território para que ela tenha opções de fuga ou de aceitação, caso ele venha a quebrar ou respeitar os limites da sua sedução.
Cônjuges cristãos divididos emocionalmente, onde um permanece na carne e o outro no espírito, ora vivendo diariamente de aparências e uma hora do dia só de espírito.
Quer viver no Espírito? Deixe a carne do pecado morrer, salvando a sua alma para entrar na eternidade.
Há quem pule o Carnaval, a festa da carne, no mesmo bloco dos perdidos, os quais poderão pular para dentro dos Céus, através do arrependimento santo, porque a festa é eterna apenas para os redimidos do Senhor.
Enquanto o Divino julgar o espírito e o semelhante julgar a carne, as intenções serão destoantes diante da frugalidade da alma
Recolha os males da vida e os transforme em bens, não para mau uso da carne, mas para bom uso da elevação do espírito
Por mais que a idade crie marcas na carne, para aquele que é feliz, dificilmente criará rugas na alma
O divórcio começa no namoro. Muitos se casam pensando em satisfazer a carne e não constituir uma família.
O divórcio começa no namoro. Muitos se casam pensando em satisfazer a carne e não constituir uma família.
Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.
BRISA MARINHA
Tradução: Augusto de Campos
A carne é triste, sim, e eu li todos os livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus
[ imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,
Impede o coração de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue a âncora em prol das mais estranhas
[ plagas!
Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre ondas más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem
[ mas-
Tros, sem mastros, nem ilhas férteis a vogar...
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do
[ mar!
BRISE MARINE
La chair est triste, hélas! et j´ai lu tous les
[ livres.
Fuir! là-bas fuir ! Je sens que des oiseaux sont
[ ivres
D´être parmi l´écume inconnue et les cieux!
Rien, ni les vieux jardins reflétés par les yeux
Ne retriendra ce coeur qui dans la mer se
[ trempe
O nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune femme allaitant son enfant.
Je partirai ! Steamer balançant ta mâture,
Lève l´ancre pour une exotique nature!
Un Ennui, désolé par les cruels espoirs,
Croit encore à l´adieu suprême des mouchoirs!
Et, peut-être, les mâts, invitant les orages
Sont-ils de ceux qu´un vent penche sur les
[ naufrages
Perdus, sans mâts, sans mâts, ni fertiles îlots...
Mais, ô mon coeur, entends le chant des
[ matelots!
Devaneios Reveladores - Na verdade, se nos fosse dado penetrar com os olhos da carne na consciência dos outros, julgaríamos com mais segurança um homem pelo que devaneia do que pelo que pensa. O pensamento é dominado pela vontade, o devaneio não. O devaneio, que é absolutamente espontâneo, toma e conserva, mesmo no gigantesco e no ideal, a figura do nosso espírito. Não há coisa que mais direta e profundamente saia da nossa alma do que as nossas aspirações irrefletidas e desmesuradas para os esplendores do destino. Nestas aspirações é que se pode descobrir o verdadeiro carácter de cada homem, melhor do que nas ideias compostas, coordenadas e discutidas. As nossas quimeras são o que melhor nos parece. Cada qual devaneia o incógnito e o impossível, conforme a sua natureza.