Carne
Enquanto o Divino julgar o espírito e o semelhante julgar a carne, as intenções serão destoantes diante da frugalidade da alma
Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é em carne viva.
Devaneios Reveladores - Na verdade, se nos fosse dado penetrar com os olhos da carne na consciência dos outros, julgaríamos com mais segurança um homem pelo que devaneia do que pelo que pensa. O pensamento é dominado pela vontade, o devaneio não. O devaneio, que é absolutamente espontâneo, toma e conserva, mesmo no gigantesco e no ideal, a figura do nosso espírito. Não há coisa que mais direta e profundamente saia da nossa alma do que as nossas aspirações irrefletidas e desmesuradas para os esplendores do destino. Nestas aspirações é que se pode descobrir o verdadeiro carácter de cada homem, melhor do que nas ideias compostas, coordenadas e discutidas. As nossas quimeras são o que melhor nos parece. Cada qual devaneia o incógnito e o impossível, conforme a sua natureza.
BRISA MARINHA
Tradução: Augusto de Campos
A carne é triste, sim, e eu li todos os livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus
[ imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,
Impede o coração de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue a âncora em prol das mais estranhas
[ plagas!
Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre ondas más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem
[ mas-
Tros, sem mastros, nem ilhas férteis a vogar...
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do
[ mar!
BRISE MARINE
La chair est triste, hélas! et j´ai lu tous les
[ livres.
Fuir! là-bas fuir ! Je sens que des oiseaux sont
[ ivres
D´être parmi l´écume inconnue et les cieux!
Rien, ni les vieux jardins reflétés par les yeux
Ne retriendra ce coeur qui dans la mer se
[ trempe
O nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune femme allaitant son enfant.
Je partirai ! Steamer balançant ta mâture,
Lève l´ancre pour une exotique nature!
Un Ennui, désolé par les cruels espoirs,
Croit encore à l´adieu suprême des mouchoirs!
Et, peut-être, les mâts, invitant les orages
Sont-ils de ceux qu´un vent penche sur les
[ naufrages
Perdus, sans mâts, sans mâts, ni fertiles îlots...
Mais, ô mon coeur, entends le chant des
[ matelots!
Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.
Se o Espírito está pronto, a carne é fraca: E entenda-se como tentação da carne não apenas o apelo exagerado do sexo, mas tudo aquilo que depõe contra o Ser.
Eu só queria que você soubesse que no meu corpo, além de carne e osso, tem um coração querendo que me amasse.
Quero você me devorando
Igual a um lobo-mau
"Comendo" a carne
Roendo os ossos
Lambendo os beiços
E salivando em mim
Com muita delicadeza
Em meio à selvageria
E da intensidade
Em me fazer
Sentir prazer!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Um dia eu gosto
De estar por cima
Da sua carne "fraca"
Porém gostosa
E em outro dia
Eu fico por baixo
Do seu corpo sedutor
Perfumado
Suado
Não vejo problemas
Em variar posições
Aliás é uma delícia
Comandar
Mandar e desmandar
Com prazer total
E venha do jeito que vier
Que eu assino embaixo
Por cima
De lado
E até de joelhos!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020