Carne
Se liga
Carnaval, festa da carne.
Se liga, vou te dar uma pista,
essa carne parece, mas não é igual a do mercado.
Ela não se compra, ela se conquista.
O carnaval é uma festa da carne que Deus e os cristãos abominam, mas que é apreciada pelos ímpios que vivem escravizados pelos seus pecados em toda sorte de impureza e indecência.
"Quarta-feira de cinzas!
Sexta-feira Santa!
Não se come carne.
E a única galinha do terreiro
Está na menopausa!"
Rogério Pacheco
Poema; Chute no saco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"Aqueles hipocritas que se alimentam de carne animal sustentando o maldito capitalismo com suas religiões cristãs, não tem moral nenhuma para julgar a bruxaria e feitiçaria, porque comer carne animal é a mesma coisa que o Sacrificio, pois é homicídio animal do mesmo jeito.
Mørk Truvor
Porque ser artista?
Porque ainda sinto em carne viva o despedir dos meus sonhos
Daqueles que me disseram não
Porque caminho por uma estrada em que as pedras foram colhidas
E jogadas em mim
São mulheres que caminham descalças
Despidas de seus direitos
Ceifadas por esse mundo imenso
Apenas com um sonho
De serem elas
E se tudo foi dito ou feito
Se tudo foi tocado e sentido
Foram por linhas na qual eu não fui história
Foram as minhas iguais que foram apagadas
E se você ainda me perguntar porque ser artista
Porque são tantas como eu
Mulheres pretas, mães solo
São alices num país sem maravilha
Tenho em mim cicatrizes de dor que não se pode ver
Mas inspiro num suspiro de sonho
São tantos porquês que nem sei por onde começar
Pois em mim pulsa um coração pedindo pra seguir
É por isso que eu estou aqui
E seguirei
E se esse sonho for pra escrever uma nova realidade
Que essa realidade seja começando por nós
Carne que rasga
a prosa, sepultando
palavras em epitáfios,
e nos vincos, o declínio
estende-se.
Prescrevendo o fim,
atrás de um final
digno, mas por que
sempre grotesco?
Rota final de um
reflexo gelado,
dançando em minha
direção, sorrindo
para mim.
Há morte onde passa,
por onde anda, o que
pensa? Dubiedade,
acumulada no recinto
de arrependimentos,
réquiem me fez assim.
O vazio queima no frenesi,
simulacro de uma imaginação
feliz transmutada com
veemência em um pecado
inapto.
Pois é...(Releitura)
Sou carne,
pele,
desejo,
fome:
plural de nada.
Essência do sabor da vida.
Sou ardor,
sou paixão,
e...
também sou amor.
Simples assim.
Sabe quando a gente tá
com medo,
num sei de quê...
fome,
num sei de quê...
sede,
num sei de quê...
vontade,
num sei de quê...
Raiva,
num sei de quem...
saudade,
num sei de quem...
irritado,
num sei porque...
alegre,
num sei porque...
Quer ir,
e num sabe onde...
quer voltar,
mas num sabe quando...
E de repente,
como um vento,
tudo isso passa,
num sei como?
Isso é fome...de alguma coisa!!
A junçao de dois coraçao de carne,
formam um so.
Quando o meu
se conecta com o seu , eu sinto vibrar, pulsar,
bater o dobro mais rapido.
uma sensaçao de borboletas no estomago
e com elas varios tipos de emoçoes
ao te ver.
geralmente tinham
costume de matarem minhas
borboletas, mas voce as manteve
vivas.
É condição indispensável para vencer as obras da carne o domínio próprio. Quem não sabe se controlar trona-se vulnerável em todas as áreas da vida.
Trago em mim
os dias confusos
de inércia e fogo
preso na garganta.
A carne,
envelhecendo sem pressa
ferida aberta feito flor.
Nas mãos,
alguns amores imperfeitos.
No ventre,
poemas esperando
a hora do parto.
Nos meus dedos,
nós ainda não desfeitos.
Dos olhos escorre um rio
lençol sem leito
dos meus desejos molhados.
Nos meus pés,
duas asas,
borboleta
em constante metamorfose.
No meu colo,
pedaços de céu
e nuvens de algodão doce
espreitam
a revoada dos pássaros,
no nascer dos dias.
Tudo são gestos,
cores,
sons,
sabores,
algumas dores...
uma vigília constante
para não esquecer
do quanto sou humana.
Figura
de
amor
(imper-feita).
"Quando deixar-te este mundo, este corpo de carne e ossos, só uma única coisa restará"...
Consciência!!
Como podes condenar aquele que vendeu minha carne, se tu próprio aceitas as moedas em nome do teu povo? O fruto, afinal, não será diferente da semente que o gerou.
A carne suja e amassada é a resposta do tempo, que desejamos deixar para trás e visualizar o nada que grita ao fundo da porta à esquerda do coração.
Ela era a única flor moldada a carne e ossos, poros e sentimentos ao néctar de poesia que rima por dentro.