Capitão
E, por mais que eu tente esconder estou machucado. Pancadas onde mais dói me vieram constantemente, fui derrotado na base, meu coração não conseguiu defender-se. Como um soldado sem capitão agora estou. Angustia e dúvidas me dominam, lutar, mesmo que não haja esperança, ou entregar-me e, esperar que meu inimigo tenha piedade
Por muitos anos,
fui um astuto pirata,
tive marcantes aventuras,
passei por vários lugares,
conheci muitas pessoas,
poucas, as confiáveis,
consegui algumas vitórias,
escapei de alguns entraves,
tive algumas paixões,
mas nunca um amor de verdade,
vivi assim por bastante tempo,
até chegar aquele fatídico momento
Quando, após uma árdua batalha,
perdi toda a minha tripulação,
milagrosamente, consegui escapar
daquela terrível situação,
depois, fiquei cansado
de tudo e de todos,
resolvi seguir meu próprio caminho,
solitário, sem um rumo exato,
neste meu grande navio,
desde então, tenho velejado,
ancorando em algum porto
só quando realmente necessário,
por estes mares,
já enfrentei o sol escaldante,
ventos fortes e tempestades,
mas também desfrutei
de brisas, de belas paisagens
e de momentos de tranquilidade,
há alguns dias, cheguei neste arquipélago, onde estou ancorado,
um lugar deserto e bem afastado
que aparentava não haver nenhum morador
até que, há trinta noites, isso mudou,
estava contemplando as estrelas
quase num total silêncio,
ouvia apenas as ondas do mar
e, às vezes, os assobios dos ventos,
quando, repentinamente, pude ouvir
um canto suave e muito atraente,
fui surpreendido, nem sonhei
que pudesse existir um som tão lindo,
não pude resistir, precisava descobrir
de onde vinha,
olhei, várias vezes a minha volta
sem sucesso, até que avistei
sobre algumas rochas
às margens de uma ilha próxima,
um ser esplêndido cantando
que da cintura pra cima,
era uma mulher de uma pele macia,
uma face delicada,
cabelos cumpridos
e olhos de um brilho raro,
enquanto que, na parte de baixo,
possuía uma calda cheia de escamas
de um tom dourado,
senti uma forte euforia
que nuncatinha sentido antes,
olhava-me profundamente
que parecia que já me conhecia,
sensação hipnotizante,
tentei aproximar-me, mas,
infelizmente, ela assustou-se
e preferiu afastar-se,
frustrado, fiquei refletindo
muito sobre aquele fato ocorrido
até pegar no sono,
depois do dia ter amanhecido,
acordei, já de cabeça fria,
acabei lembrando que já tinha
ouvido muitas histórias
sobre aquela criatura,
que tratava-se de uma sereia
daquelas que atraíam os navegantes pra uma morte certeira,
entretanto, penso que assim não seja,
que, talvez, apenas, os fizessem
ignorar as suas vidas antes
deles conhecerem-nas.
Durante todas estas noites,
tenho tentado revê-la
e não penso em desistir,
não sei o que me aguarda,
quiçá, eu pereça,
mas sinto que, finalmente,
encontrei uma razão pra estar vivo,
se estás lendo estas palavras,
é muito provável que eu já tenha fisicamente morrido,
entretanto, certa vez, disseram-me
que só se morre de fato
quando se é esquecido,
então, escrevi está carta
e coloquei nesta garrafa
a fim de que alguém a encontre
e saiba da minha existência
e da minha história.
Viver pode ser uma grande aventura
ou uma intensa loucura,
vezes, pra uns, serás um sábio aventureiro,
em outras, pra outros, serás um louco,
melhor não dar tanta atenção.
assinado, Capitão Fer que, finalmente, encontrou seu propósito.
A nossa farda não abafa o ser humano que a traja;
choramos, sangramos, temos sonhos, frustrações!
Verdadeiramente unidos por uma fé inabalável,
uma vontade incorrigível de viver por um ideal!
Amo a sociedade que sirvo
e ainda, se for preciso,
por ela morrerei!
Quem já perdeu amigo, irmão, ente querido,
imagine-se aqui, e quantas vezes já chorei!
No mar não deixamos pegadas... Não navegamos para trás. Contra os ventos que nos empurraram pela proa, damos um bordo e continuamos avançando, mesmo que seja para os lados. Quando com as velas enfunadas, o veleiro fica valente, mas deita o mastro em reverência à natureza se curvando diante dela. Faz o mesmo o capitão, com o orgulho envergado. Sabe ele que não é nada, diante de tamanha perfeição.
No mar não deixamos pegadas...
(O instrutor (não me lembro o nome do Tenente) me pagou a missão para eu ser o orador da turma, eu elaborei o texto, o Diretor do curso, Capitão Terra, aprovou o texto e, por fim, eu o apresentei no dia da formatura de conclusão e certificação do curso de Cabos).
"Oratória de Conclusão do Curso de Formação de Cabos 2016.
Dado início no dia 23 de maio de 2016, o Curso de Formação de Cabos, realizado na 2ª Bateria de Obuses do 32° Grupo de Artilharia de Campanha Dom Pedro I, localizado em Brasília/DF, teve a participação de um efetivo de 51 alunos, aos quais 20 eram do respectivo Quartel responsável pela formação e 31 de Organizações Militares externas, localizadas na mesma região.
A comando do Diretor do curso, o Capitão Terra, e sua equipe de instrutores, passamos por situações de stress ao qual tivemos que aprender a controlar as nossas emoções, raciocinar e agir de maneira mais eficiente para a conclusão da missão.
Passamos por situações de frio e calor intenso, exaustão nas pistas de instruções, mas todos unidos com um único objetivo, realizar o curso com êxito.
Não foi difícil enxergar no olhar de cada um a vontade e a persistência, o companheirismo e a audácia. E lembramos bem de uma frase que diz: "A dor é passageira, mas a glória é eterna."
Por fim chegamos ao término do curso, e em nome de todos agradeço a oportunidade de estarmos mais uma vez aprendendo, há um tempo atrás como soldado do Efetivo Variável, e atualmente como Aluno do Curso de Formação de Cabos.
AL 30 - MARCOS: PORQUE NÓS!!!
ALUNOS: SÓ ADMITIMOS OS FORTES!!!
AL 30 - MARCOS: E OS FRACOS!!!
ALUNOS: QUE SE ARREBENTEM!!!"
Texto: Aluno 30, Marcos. O, ad aeternum, Cabo MARCOS Kamorra Sebastião dos Santos.
(Atualmente encontro-me na situação de reservista).
Se for pra olhar pra trás, que seja para ver o quanto a Vela te levou pra frente.
~ ~ ~ _/) ~ ~ ~ bons ventos, sempre!
MUNDO NOVO
Foi no dia primeiro de janeiro
Do ano gêmeo
Já vou logo relatar
Um novo tempo chegou
Fazendo o mundo parar.
Tudo parecia combinado
Nós saímos do passado
Mas não tava preparado
Pra viver neste lugar.
Em fevereiro escolheu o carnaval
Pra trazer todo esse mal
Para nos atormentar.
Esse novo tempo
Trouxe como presente a pandemia
Mas não precisava tanta rebeldia
Pois já no primeiro dia
Entendemos que a vida
Tinha que mudar.
Muitos não quiseram acreditar
Inclusive o presidente
Que de forma intransigente
Incompetente
Inconsequente
Fez chacota da nossa gente
E fez o mal se espalhar.
A crise aumentou a fome da população
Famílias pobres vivendo do lixão
Recentemente eu mesmo vi na
televisão
Uma mulher pobre reclamando
Dando sua explicação:
– É daqui que eu como, bebo e visto,
não preciso mentir!
Vivemos um governo trapalhão
Pois o tal de capitão
Governando a nação
Deixou o povo se ferrar
E com leite condensado
Começou a governar.
Infelizmente o velho tempo findou
E o tempo novo acabou de chegar
Hoje temos que concordar
Em mudar os nossos hábitos
Viver distanciado
Presos em nosso lar.
Ah... Novo tempo
Tempo novo
Dá-me um tempo
Pois eu quero respirar
Á pouco tempo no passado
Num lugar bem sossegado
Vi o povo reclamar.
Daí pra frente
O culpado foi à gente
Que vivia indiferente
Sem querer se adaptar.
No mês de março a pandemia piorou
Já em abril a crise se agravou
Mesmo assim seguimos em frente
Acreditando num presidente
Que a crise amenizou:
– Não se distancie! Não use máscara! É
apenas uma gripezinha! Rá rá rá... blá
blá blá... Tá ok!
No fim do ano muitas mortes
acontecendo
Foi muito triste ver o povo todo
sofrendo
Vi muita gente enterrando seus
parentes
E o tal do presidente ao mundo
afirmando:
– E daí? Não sou coveiro, rá rá rá... Tá
ok!
Isso é revoltante
Mas tem gente que apoia
Acredita em conspiração:
“Vacina com chip”
“Vachina comunista”
“agrava aides”
E outras baboseiras mais
Dando ouvido ao capitão
Que com leite condensado
Sorri e zomba da nação.
Todos os dias
Passa na televisão
Milhares de mortes acontecendo
Esse é o preço que temos que pagar
Por causa de um governo
incompetente
Que diz pra nossa gente:
– Morra quem tiver que morrer, rá rá
rá...
A sua perversidade não tem fim
Não importa com a vida
Não preciso nem falar
Pois as tuas asneiras
Só estão a prejudicar
O trabalho da ciência
Para a cura encontrar.
Mas é com muita luta
Que os heróis da nação
Profissionais da saúde
Estão acima do capitão
Terminou o primeiro ano
Com boa atuação.
Com a esperança renovada
O povo se alegrava
Pois no braço
As primeiras doses
De vacina já entrava.
Os cientistas alertaram
Com muita preocupação
Mas, ignorantes
Não lhes deram atenção
Com a falta de empatia
Os hospitais enchia
Muitos morriam
Nos leitos
E no chão.
Com muito esforço
Chegamos ao ano 02
Foi bem pior que o primeiro
Com centenas de mortes
Afetando o mundo inteiro
É muito triste perguntar
Mas nós queremos saber
Oh insensível mandrião
Quanto vale a vida pra você?
Quanto vale capitão?
Planejamos o futuro, pensamos ser capitães de nosso destino. Mas somos passageiros. Vamos onde o destino nos levar.
Dia vazio
Mar bravio
O farol não encontrou o meu barco
Meus braços não acharam o seu abraço
Os ventos me guiaram
Quando minhas velas se quebraram
Um porto na escuridão
Capitão sem sua tripulação
Esperando navegar novamente
Pelo oceano que é a sua mente
Toda tempestade, no balanço do vento
Sem ancorar por nenhum momento