Capitalismo
“nossa economia enormemente produtiva exige que façamos do consumo o nosso sistema de vida, que transformemos a compra e uso de bens em rituais, que busquemos a nossa satisfação espiritual e do ego no consumo. Nós precisamos que as coisas sejam consumidas, queimadas, desgastadas, substituídas e descartadas em um ritmo cada vez mais intenso”
O tempo escorrendo entre nossos dedos,
Enquanto nos afogamos em deveres e medos.
A vida é uma dança, mas de passos exaustivos,
Um compasso cansado, um esforço compulsivo.
Trabalhamos horas a fio, em que não descansamos,
Em busca de um futuro incerto, que nunca alcançamos.
Enquanto o sol se põe, deixando marcas no rosto,
Aposentadoria à vista, um horizonte desgosto.
Trabalhamos para sobreviver, não para viver,
Enquanto o tempo nos escapa, sem perceber.
O capitalismo nos consome e nos sufoca,
Em uma sociedade onde a alma a cada dia se enforca.
O sistema nos engole, nos suga a essência,
Enquanto a felicidade se esvai da nossa vivência.
Em um ciclo cansativo, a vida se desfaz,
Um fardo pesado, que nunca se satisfaz.
Um sistema que nos enjaula e, que nos mata,
Nos rouba a liberdade e, nos despedaça.
Trabalhamos por necessidade, por sobrevivência,
Enquanto nossos sonhos se perdem na displicência.
A vida não se resume a um ciclo cansativo,
Há espaço para sonhar, para sermos cativos.
Vamos lutar por um mundo em que seja mais humano,
Onde o trabalho não seja, meramente um engano.
Encontremos a essência além desse sistema,
Reinventemos as regras, quebremos a algema.
Pois, a vida é mais, do que trabalho e dor,
E, merecemos viver, plenamente, com amor.
Há esperanças...
Mantenha as suas engrenagens acreditando que um dia também poderão ser relógios, e então elas nunca pararão de girar.
A corrupção, que nada mais é do que fazer algo por medo da ameaça de punição e por esperança da promessa de recompensa, é justamente o fundamento de todas as sociedades de classes em todos os tempos e espaços, mas especialmente da capitalista, que se estrutura por inteiro no toma-lá-dá-cá sem maquiagens - a empresa, a mercadoria, o capital.
A lógica desumana do capital não precisa de conspiradores, porque opera pelas regras impessoais, mudas e desumanas do mercado que obriga os capitalistas e burocratas de todos os Estados a sempre servirem à acumulação do capital mesmo contra a sua vontade ou opinião pessoais se não quiserem ver-se substituídos por outros capitalistas e burocratas mais eficientes que os derrubem jogando-os no inferno de se tornarem proletários. O cálculo frio do custo-benefício que guia a decisão de todos os capitalistas e Estados do mundo não decorre da opinião, consciência, vontade, nem muito menos da "bondade" ou "maldade" pessoal desta ou daquela pessoa da classe dominante, mas é exatamente o contrário: sua opinião, consciência, vontade ou perversidade pessoais é que decorre das forças mudas da mão invisível do mercado, da propriedade privada, da acumulação do capital que, se não seguirem, os joga no proletariado.
Trabalhador é o homem que planta, que cultiva e colhe o seu próprio alimento no campo e faz da terra o seu sagrado. Os demais, a quem chamamos de trabalhadores, não passam de escravos modernos de um progresso ilusório produzido pelo capitalismo desenfreado.
Em uma sociedade capitalista, não existe verdadeiro baixo custo. Os mestres do lucro asseguram que mesmo os produtos com melhor custo-benefício não sejam realmente satisfatórios. A insatisfação é a faísca que alimenta o desejo: pague 2 dólares em vez de 3, e a frustração o acompanhará. Faça o oposto, e o ciclo se repetirá. A lacuna entre os preços não é apenas uma questão financeira; ela é preenchida pela dúvida e pela insatisfação: "Por que comprei isso?" Assim, o capital mantém sua engrenagem em perfeito funcionamento.
Não importa se tenho capacidade
ou não,
tenho necessidades, e até desejos
que são despertos pelo capitalismo,
ele frustra o que necessito, e
frustra os próprios desejos que
ele mesmo despertou.
eu mereço não porque sou capaz
mas, porque sou humano.
A verdade é que só quem pode movimentar a economia são os trabalhadores, a massa, trabalhando e sendo bem paga para isso. O mundo está uma merda porque a maioria só consegue o suficiente para sobreviver, e a minoria fica acumulando bilhões. Bilhões de dinheiro acumulado não servem para nada, não são investidos em nada, não melhoram nada, não servem para nada. O dinheiro tem que ser movimentado. Se a maioria dos trabalhadores ganhasse melhor, a economia giraria, os bens seriam melhor distribuídos, haveria mais oportunidades, mais empregos, mais trabalho, mais riquezas. Ficar acumulando dinheiro infinitamente deveria ser crime. Por causa disso, há pessoas que morrem de fome e frio.”
Vivemos uma Democracia manipulada. Se percebermos, ainda somos escravizados pela Elite através do consumo e idolatria.
Quando compreendermos de fato que dinheiro não é tudo nessa vida, começaremos a viver de verdade. Enquanto isso vamos sobrevivendo a mercê do capitalismo e do trabalho exaustivo.
Em um reino distante, em tempo também distante, entenderam a realeza que continuar como eram não seria bom, devido também as mudanças nos sistemas de poderes fora dali. Assim, decidiram implantar um sistema de governo que pudesse ser agradável a todos, onde todos seriam donos daquele reino, mas no fundo não queriam perder o poder que tinham e apesar que tenham dado à todos o poder da escolha, dividiram essa escolha em duas partes, garantido desta forma a permanência no poder apenas daqueles que sempre os possuíram. Porém, passado um bom tempo, o povo, de esquerda do poder, parecia saber como jogar o jogo do sistema, mesmo sendo sempre quem está abaixo do poder lutando para tê-lo. Ainda que quem assume o poder sempre, sempre se confunde com algumas das essências de quem o possuía, pelas beiradas ou imperceptível, passa à direita. Talvez este seja sim um problema do poder, mas o capitalismo é sem dúvidas uma incrível saída política, pois, ainda que da riqueza à pobreza ou da pobreza à riqueza em um piscar de olhos, a crença de que a culpa de tudo é tida por diligência ou desleixos individuais, faz com que este sistema jamais seja questionado, e assim, seus ideais cúpidos passam despercebidos da maioria, e talvez este seja mesmo um problema do sistema...
Não me espanta as atitudes dos homens modernos quanto suas mentiras, maldades, ganância por poder e desejo de ver seus semelhantes prostrados diante deles, pois demônios não
morrem com o tempo.