Caos
A natureza livre me fazia e nela me encontrava, não mais perdido no caos social e frio da civilização. Mas como um filho no colo da mãe. Um louco a fugir do mundo viajando leve pela estrada. De encontro a natureza. Para nas matas densas por amor me perder. De tudo que a sociedade de mim rejeitava, a natureza de mim tudo aceitava. Na estrada só busquei por verdade e sinceridade nas almas das pessoas. Era a única coisa que delas exigia... verdade e sinceridade e nada mais.
Eu queria ser a tua paz, mas eu era um caos, queria que repousasse em mim, mas eu era furacão, queria que mergulhasse no meu mar de amor, mas eu era tsunami e assim te perdi porque eu te queria por perto, mas eu era vendaval e te joguei pra longe.
Um caos baseado em uma antítese. Quente, frio. Coragem, medo. A cada dia que acordava viva mais morta se sentia. Sentada no chão do chuveiro, sentindo a água gélida queimar contra toda a extensão de seu corpo frágil, apenas queria paralisar o sangue que corria fervente em suas veias. As lágrimas invadiram seus olhos junto com uma queimação nas bochechas. Quanto mais seus olhos vazavam, mais vazia ela se sentia, como se estivesse pondo para fora tudo o que a fazia completa, toda a sua essência. Chorou. Chorou até seus olhos incharem e seu rosto todo ficar vermelho, até suas cavidades nasais entupirem, não mais deixando o ar passar. Então ela sorriu. Era isso o que queria, não era? Mesmo que por um segundo, ela apenas queria parar de respirar.
Solitude
É ter atitude própria
De ver que ficar só
Não é um caos
Mas sim uma solução
Para ver e amar a sí
De tal a ser solido, resistente.
Assim só terei atitude
Para buscar um suporte.
A hora vai chegar
"Contemplo a minha volta,
Só caos e destruição,
muitas, dores, guerras e aflições.
Mas tenho fé que logo, logo
Isso vai passar.
Permito-me todos os dias meditar e acreditar.
Pois na Bíblia escrito está.
O relógio está acertado,
A hora vem e vai chegando ...
Em que o Deus que nos fez a promessa, Foi preparar-nos lugar.
Jesus foi mas vai voltar,
E naquele céu de Glória
Vamos enfim eternamente morar"
Hoje eu volto, em meio ao caos
Cada vez mais louco e perdido
Tentando mas, sem saber do que é preciso
Escrevendo pra espantar tudo isso
Sem vontade e com muito medo do abismo
Medo de tudo, pavor do futuro
Talvez eu precise, precise...de algo?
Em meio ao caos e cheia de tantas desilusões.
...me encontro atrás desse vendaval
Eu continuo sabendo quem sou.
Tentando me reconstruir.
Nessa sã ilusão do seu amor.
Não me deixa. Preciso do seu olhar.
Esse vendaval vai passar.
Ele já não conhece a luz, ele já está perdido em meio ao caos que se encontra dentro dele... Ele esperou que tudo passasse, ele quis que tudo mudasse, mas nada mudou, nada passou... E então o que lhe resta? Apenas a morte não é? Sucumbir-se ao que o mundo quis lhe dar todos os dias.
Ela é o caos, a confusão, a loucura. Ela é a ordem, a tranquilidade, a lucidez. Ela é tudo e ao mesmo tempo nada.
No final da tarde todas as cores se misturam e, desse suposto caos de nuances surge a noite, elegantemente vestida de negro.
O tempo rege o caos em sua constante que não retrocede tornado cada ação impossível de ser corrigida diante do tempo cada escolha se torna errada.
CAMINHOS DE UM POETA
Pelos caos e os escombros
pelas restas, pelas frestas
vai o poeta e seu ombro
movendo poesia reta.
Diz da ganância e fome
recita a falta de pão
mazelas dos homens grandes
e a incoerência do coração.
Das lagrimas dos inocentes
os sonhos dos aprisionados
grilhões de toda essa gente
pela expansão do condado.
As vezes, pétalas de flor
com orvalho da manhã
das tristezas e do amor
e os espinhos do divã.
Antonio Montes
Dentro de mim há um caos eterno. Daquele que segundo Nietzsche gera estrelas. Sinto-me nascendo a todo instante e, ao mesmo tempo morrendo.
O caos de fato organiza a vida, nos faz acordar, começar. Nos torna humildes, menores, submissos as próprias experiências,nos lembra onde paramos nas pequenas coisas.
Quando olhamos para o céu, ele está igual, o mesmo brilho, a mesma luz, a mesma dimensão pura celeste. quanta vida há, não há sombras, os temporais passaram, os grandes ventos com seus turbilhões, que deixaram a vida mais forte, mais firme.
E descobrimos nos escombros um tesouro que estava soterrado.
Quão doce é o meu Senhor, que permite a vida ter todas as dores, mas ao mesmo tempo seus sabores e licores.