Caos
Há quem veja ordem no caos,
Luz nos túneis mais escuros,
Amor no ódio declarado,
Razão até em quem está errado.
Eu não vejo nada
[...]
Caos interior
A tristeza invade o meu coração,
tudo fica escuro
e mesmo sendo dia claro,
ainda assim a escuridão é plena...
Não consigo falar o que sinto
Me calo...
Me calo, porque palavras magoam
Mas, o que me resta?
Me restam lágrimas, simplesmente lágrimas e vazio
Vazio profundo, deserto, desespero na alma
Quando estou sozinha, choro, choro...
E o choro acalenta, suaviza...
Chorando, mergulho no mais profundo do meu ser
E sinto o caos...
A escuridão traz caos
A escuridão transforma o poço mais raso em profundo abismo
E preciso fugir de caos
Dirijo a minha alma para a luz, caminho em direção à luz...
Mesmo cansada,
não deixo de refletir
que a vida deve ser serena, suave e plena...
Mesmo dilacerada,
procuro ser lanterna para os perdidos
na escuridão, no despenhadeiro...
Consolo os reprimidos, ajudo os angustiados...
Pois as dores do mundo são cruéis
Eu também estou a mercê dessas crueldades
Mas consigo camuflar a minha dor
Que, na maioria das vezes,
é causada pelos próximos
Mas eu entendo...
o dia a dia é um corre-corre,
as pessoas ficam sem paciência
E são capazes de magoar
Magoar com palavras e até com atitudes...
Às vezes, imperceptíveis...
Mas eu entendo...
E o meu pranto, os poucos, vira soluço...
Prantos com lágrimas, prantos sem lágrimas
Pranto silencioso, introspectivo
Então, ouço uma melodia,
Perdoo...
Pego a minha lanterna
E recupero a alegria
Sou café e música
Quero flutuar em meio as nuvens do desconhecido
Criar paz em cenários de caos
Nas entrelinhas da vida, desvendar cada segredo omitido
Quero quebrar protocolos
Ser paciência, calmaria e perseverança
Respirar luz e ser confiança
Quero ser a sorte de alguém
Um sonho demasiado
Ser calor em dias ensolarados
Euforia em tempos descomplicados
Sou mar agitado
Pôr do sol exagerado
Lua cheia desacelerado
Sou uma incógnita, e as vezes, audaciosa
Eu sou um paradoxo, as vezes, plural
Sou exótica, e um tanto quanto misteriosa
Meu lado destemida que me mostra
Sou um café no meio da prosa
O descanso depois do afago
O perdão depois do modo errado
Musica escrita pelas mãos do criador
Distante por Saik
Não há nada para além de mim
E o Caos se faz presente
Sozinho mesmo me sinto assim
E não foi algo que surgiu de repente
Já faz tempo que sou Solipsista
Sei que não há nada para além da mente
Tenho medo que talvez eu não resista
E me perca em mim mesmo de forma inconsequente
É preciso ter o Caos em si para dar Luz à uma estrela dançante
É preciso amar a si mesmo para ser digno de qualquer amante
É cheia de dualidade, essa maravilhosa experiência alucinante
E mesmo com tanta dor, existir é uma oportunidade realmente impressionante
Em Meio Ao Caos Da Vida Poderá Eu Falar De Beleza Já Mais Vista
Cabelos Longos Encaracolados Como Ondas No Mar ao Vento Aninhados
Olhos Negros Não Tão Brilhantes Um Pouco Distante Mais De Sorriso Aberto E Sempre Elegante
Um Porto Tão Pouco Solitário Que Aflora Parte Dos Poetas E Compositores De Longe Ao Avistalo
Poderá Falar De Tau Beleza Sem Perder O Rumo O Curso A Linha Sendo Que Acima A Maior De Todas Não Seja Descrita
Me De Bruço Sobre A Vida E Ao Longe Vejo Onde Fez Morada O Que Pra Mim Seria Uma Sina
Pudera Falar Que Por Mim Já Mais Foi Vista Beleza Tão Divina Quanto Sua Solidão Ao Te Transborda De Vida
(Para a Raposa Te Entendo!!)
E se diante do caos só nos restar dançar?
Bailemos pois,alegres,loucos...destoantes
Que essa distopia sem nexo nos mostre sua lógica
Suplicante, eloquente... urgente de se fazer entender
Para o bem ou para o mal
Para além do certo e do errado...
Bailarinos da loucura...quem nunca?
Que tome forma a luz...que reinará...
Ofuscante e plena após o caos.
O caos é uma música desordenada, sem nexo, sem fim, que a todo momento está trocando de gênero e ritmo.
A materialidade da espiritualidade se apresenta harmoniosa e organizada, não é como o caos que apresenta a arte moderna.
Sou feito de caos, dores e amores fracassados... O destino sorri para mim, mas a sua única intenção é foder com a minha vida.
Em meio ao caos que carrego dentro da alma, insisto em florescer. Eu já sei o que acontece se eu desistir. De qualquer forma crescer faz doer.
Não minimize a dor de ninguém.
O que parece ser uma coisa boba para você,
Pode ser o caos de alguém.
Só quem já mergulhou na própria intensidade tem noção do quão assustador é o caos que habita em si.
Cansamos de nos debater e tentar sair, mas de nada vale, pois isso é quem nós somos.
Na profundidade do nosso ser encontramos o nosso pior e tentamos lidar, às vezes quase nos afogamos dentro de nós mesmos, mas continuamos a tentar.
Isso é o que somos, seres sozinhos. Lutando contra seu próprio caos numa piscina suspensa, e torcendo pra que consigamos uma mão ou uma escada para nos ajudar.
Texto: Tatiana Corrêa ©️