Caos
Amor,
Você sabe porque os nossos abraços serão tão bonitos???
É porque o lado direito do seu corpo não tem um coração, portanto ele está vazio. Até que o momento em que o meu abraço preencherá o vazio que havia ali, e te fará sentir os nossos corações batendo juntos, pois o coração entende o que a língua não pode dizer e o que os ouvidos não podem sentir. Eu me perdi no seu sorriso, e você sequer sabia que em ti eu encontrei o meu lar, o meu grande amor... Mas eu já sabia!!
Tenho medo de te amar demais e te perder, e sofrer por isto.
Mas também temo não entregar todo o meu amor, tudo que tenho de melhor e por consequência perder a chance de viver este amor, e me arrepender depois que for tarde demais. Desde que te conheci Fê, eu vivo neste estado inebriante de desequilíbrio, e de forma geral minha vida vai muito bem, exceto pelo meu coração que está em um excitante estado de CAOS.
Sempre temo os finais, pois sofro muito ao perder aquilo que amo. Então por favor me diga, como posso te amar sem dor e como posso te amar sem arrependimentos? Porque sou um daqueles especialistas nos outros e estranho à mim mesmo. Depois do meu último relacionamento, pensei em não mais entregar meu coração a ninguém, pois queria que ele permanecesse intacto. Porém você resignificou a minha visão sobre um amor que nunca vivi. Confuso isso né amor??
Vou resumir....
Que possamos ser o coração no lado direito do peito um do outro, me entende?
Amo você!!!
Com amor, pro meu amor, do seu amor.
Brainer Felipe França
Mente fragmentada…
A mente que se recusa a reconhecer o outro como sujeito pleno de existência, que tudo reduz à extensão de si mesma, opera em um vazio relacional que desregula e fragmenta o ambiente ao seu redor. Essa estrutura psíquica, profundamente imatura, é marcada por uma fixação infantil no centro do próprio universo, como se o mundo fosse um espelho a refletir incessantemente suas demandas, desejos e fragilidades. Não há, nesse espaço interno, uma verdadeira alteridade; há apenas ecos de um vazio profundo, preenchido pela constante necessidade de validação externa.
A terapia, ao se deparar com esse funcionamento, frequentemente vê-se diante de um enigma: como dialogar com alguém cuja capacidade de estabelecer uma relação genuína é severamente comprometida? O erro comum é tratá-los como adultos, como sujeitos capazes de introspecção madura ou de firmar pactos terapêuticos baseados em metas compartilhadas. Isso é ilusório. O que se enfrenta, na verdade, é uma dinâmica emocional estagnada em uma idade mental muito precoce, onde a raiva, a frustração e a incapacidade de lidar com limites predominam.
As reações das pessoas ao redor tornam-se, então, o principal instrumento de observação. Esse funcionamento psíquico desregula os outros porque demanda, incessantemente, que tudo orbite ao seu redor. O caos criado não é acidental; é parte intrínseca da dinâmica. A terapeuta, ao tentar impor racionalidade ou estabelecer estratégias adultas de diálogo, não apenas falha, mas se torna vítima dessa desregulação, entrando no jogo confuso de manipulação e frustração.
O caminho, então, não está em alianças ou acordos, mas em uma abordagem que reconheça a infantilidade emocional presente. É necessário recorrer às ferramentas da psicologia infantil e das terapias de trauma. Tratar essa mente como se fosse uma criança de três anos não é uma metáfora depreciativa, mas uma estratégia realista. A explosão de raiva, o rompimento abrupto, o desprezo pelas regras de interação madura — tudo isso são expressões de uma psique que opera em um registro de sobrevivência primitivo, onde não há espaço para a verdadeira reciprocidade.
Portanto, insistir em abordagens convencionais, baseadas em diálogos racionais e estruturados, é não apenas infrutífero, mas também ridículo. É preciso reconhecer que o terreno onde se pisa é o de uma mente fragmentada, incapaz de sustentar os pilares da comunicação adulta. A terapia, nesse contexto, não deve buscar acordos, mas sim trabalhar com paciência, limites claros e, acima de tudo, a compreensão de que está lidando com feridas profundas que ainda não cicatrizaram. É um campo de batalha onde a maturidade do profissional é testada a cada momento, diante de uma estrutura psíquica que, para se proteger, não hesita em destruir tudo ao seu redor.
Ter um culpado…
Colocaram fogo no restaurante comigo ainda lá dentro. As chamas lambiam as paredes como línguas de uma ira que nunca foi minha, mas, de alguma forma, sempre me escolheu como alvo. O calor não me assustou. Pelo contrário, senti uma espécie de familiaridade com ele. Eu, que vivi tantos incêndios na alma, agora era apenas mais uma peça no cardápio do caos.
Enquanto o teto ruía e o ar se tornava pesado, percebi: não valia a pena gritar. Quem acendeu o fósforo já havia saído pela porta da frente, talvez assobiando uma melodia de inocência fingida. E quem passava pela calçada, ao ver as labaredas, não pensava em salvar quem estava dentro. Pensava apenas no espetáculo da destruição. Porque é isso que as pessoas fazem, não é? Elas assistem.
Então eu olhei ao redor. Louças estilhaçadas. Mesas tombadas. Cortinas em chamas. E, pela primeira vez, senti uma espécie de alívio. Uma certeza incômoda, mas libertadora: se é pra me chamarem de culpado, talvez eu devesse ser. Não me restava mais nada pra salvar — nem o restaurante, nem a mim. Peguei o que sobrou de força, virei o gás no máximo e, com um fósforo que achei no bolso, devolvi o favor. Explodi aquele lugar como quem assina um bilhete de adeus: com firmeza, sem remorso, mas com estilo.
Saí pela porta de trás, enquanto os destroços ainda voavam pelo ar. A fumaça subia, preta como os julgamentos que viriam. E eu sabia que viriam, claro. Sempre vêm. “Por que você fez isso?”, perguntariam. “Por que não tentou apagar o fogo? Por que não pediu ajuda?” Ah, os paladinos da moralidade, tão rápidos em condenar e tão lentos em entender. Mas eu não queria me explicar. Explicações são como água despejada sobre um incêndio: às vezes apagam, mas quase sempre só espalham mais fumaça.
Ser o vilão era mais fácil. Mais honesto. Assumir o papel de quem destrói é menos exaustivo do que tentar convencer o mundo de que você foi destruído. Porque, no final das contas, ninguém realmente escuta. Eles só querem um culpado. E, se é pra ser apontado de qualquer jeito, que seja com a dignidade de quem escolhe o próprio destino.
Não estamos falando de restaurante. Nunca estivemos.
"O sol e a tempestade caminham juntos, não como opostos, mas como partes inseparáveis do mesmo tecido. Não é sobre esperar o alívio ou temer o caos, mas sobre aprender a existir entre eles, encontrando significado no intervalo."
O Recife, que beleza!
Lá de cima, linda vista,
cá embaixo, palafita...
Prédio alto de grandeza,
e favela de pobreza.
Tamanha desigualdade
cabe aqui nessa cidade:
onde o rio vira mangue,
e a bala gera sangue
no peito da mocidade.
Indecisos não triunfam tormentas. A travessia exige escolher rápido sobre o que será protegido e o que será descartado.
"Não, esse mundo não é um conto alegre e tudo tende, inevitavelmente, a acabar da pior maneira possível. Só o que nos resta é seguir, seja como for, enfrentando os monstros das profundezas de nossa mente exausta e os monstros que vagam por esse mundo insano, vivendo um dia que parece mil anos, um caos, um inferno, uma falsa esperança de cada vez".
"Algumas mitologias sobre a criação do Cosmos, dizem que tudo surgiu do Abismo e a Vida (que é luz), sempre está envolta pela Escuridão e corre para o Vazio".
Neste mundo há corações boníssimos
Mas também há muitos corações malignos
Alguns estão mais perto do que você possa imaginar
"Que o nosso coração seja profundo, sábio, forte e capaz de superar todos os muros, principalmente, o muro que muitas vezes somos obrigados a construir em torno de nós mesmos".
"Quem vive sob o signo do medo sempre acaba perdendo tudo, dos menores momentos às maiores coisas da vida".