Caos
Às vezes a gente fica nessas de estar no controle das coisas, da vida, mas isso é uma besteira sem tamanho. Admitir que tudo está um caos não é um problema, a gente precisa disso para não surtar.
CAOSando…
Difícil entender tudo isso que é não ter nada com você.
Vivo ilusórios prazeres que meu corpo não pode satisfazer.
Nesse nosso universo onde bússolas não apontam certa direção.
Sigo, a deriva, correntezas que me afastam de qualquer salvação.
Distante, onde estou, te vejo como o farol de um porto que não devo atracar.
Tão perto e tão longe… somos realidades sem tato… e sem paladar.
Laço é o que vivemos quando as luzes se apagam na cidade.
Nó, somos nós, sem o “s” que nos desata em saudade.
Não jogue fora o tempo para cuidar da sua vida.
A vida dos outros vem depois da sua, não transforme sua vida num caos,por falta de tempo de se cuidar.
Eu escrevo sobre o que me incomoda, me afeta, me enfurece. Não sou muito de escrever sobre amor. Apesar que escrever sobre o caos, foi a forma que encontrei pra falar de amor.
O artista está diante do mundo como que diante de uma bomba relógio. Porém não para desativá-la, mas para cortar os fios indevidos e fazer parte da explosão. Por isso que o artista é temido e odiado por aqueles que querem, a qualquer custo, impedir o vulto do caos.
Admitir o amor não é renegar a agonia de viver, é sim atestar que temos um remédio homeopático para todo esse caos!
Doses de inconsequência
Encontrei em minha falta de querer
Motivo perante a abstinência.
Desapeguei do total pudor
O medo oscilante, sem suceder
Se exilou enfim de minha existência
O fogo vermelho se tornou azul
No calor do depois,
Compulsão de nós dois.
O agora mostrou que reluz.
Agonizante exatidão,
Súplicas fora do conceito.
Sua cautela improvisada
Traça o pecado perfeito.
Agora sem decência,
O intenso ultrapassou a dor.
Ingrata loucura derramada
Afável, intocada.
Miúdas doses de inconsequência.
Trago em mim seu calor.
Mistério tênue a se fazer decifrar.
O depois se tornou loucura
No caos do embaraço,
Vida curta para pensar.
Indecência se tornou cura.
Não mais me afundarei,
Nem mergulharei em uma virtude disfarçada de compostura.
Vivas ao desacelera
Observo com imensa admiração os calmos das calçadas. De passos mansos e pernas harmônicas. Parecem até serem donos do tempo, do tempo deles.
Hoje não há situação mais luxuosa e cobiçada do que andar devagar. E não está, tal fato, relacionado somente ao tempo. Muitos de nós desaprendemos a andar sem correr.
Aproveitar o caminho sem franzir a testa e olhar o relógio.
Ir até lá, apenas, sem temer o atraso.
Além de controlarmos mal o nosso relativo tempo, sofremos dessa doença moderna e silenciosa: pressa.
O maior sintoma se mostra quando já tendo terminado nossos compromissos, voltando de algum lugar, ainda assim caminhamos rápido. Como se fosse bonito, como se fôssemos máquinas. A vocês desacelerados mesmo em meio ao caos cotidiano; toda a minha admiração.
Eis que o Nosferatu dormirá uma vez mais
em hermético ataúde.
Sua caixa de pandora não se abriu
para a felicidade do povo.
Seu saco de iniquidades fechou-se
em um nó cego.
Agora é seguir com os olhos no futuro.
Não, não falta quase nada para coroar
a nossa alegria.
Esperaremos pela chuva para derramarmos
nossas lágrimas de contentamento.
Entrementes, estamparemos pela cidade
nossos melhores sorrisos comemorando
o desterro da quimera,
a inumação temporária do caos.
Bíblia me ensinou; "Cada coisa tem seu tempo." Paro hoje - em verdade parei ontem - o ciclo de pequenas lições de civismo para cego-surdo-mudos. Paro porque há uma hora de parar. Espero em Deus não ter que recomeçar. Foi bom sentir que alguns puderam ver, outros ouvir, uns raros se indignar. Quando surgem vozes mais competentes e aparelhadas do que a minha, cedo a vez. E posso dar ao meu leitor (na presunção de tê-Ios) descanso do enfado a que o submeti por tema, atualmente, quase irrelevante; a prepotência a serviço do crime. Paro com a melancolia de perder a admiração que tinha por dois ou três amigos. Paro com a satisfação de que, por mais erros que cometa, por mais contaminada que esteja pela metástase do país - nenhum de nós escapa - ainda é na imprensa, e quase só na imprensa, que o cidadão encontra um espaço de choque contra a insensibilidade patológica do nosso poder político-econômico.
Eu?
Eu sou um enigma
O explícito do indecifrável
As chaves perdidas no bolso
O ''quiçá'' que precede a tragédia
Eu sou a tragédia!
Sou a tempestade que encanta pela avidez
E sou também os raios de sol que cessam a voracidade de céus aterradores
Eu sou o pulo do gato
E sou também a madeira bamba, afoita para forçá-lo
Eu sou a consequência de um caos certo e interminável
Correr e acreditar no que é real,
tudo passa de uma jogo,
que é real num mundo virtual,
o real pode de consequências,
como tudo por ser inevitável,
então acordei no meio da noite,
senti o gosto da realidade,
era perfeita então percebi
que tudo era bobagem.
Você cala o meu tumulto com teus beijos.
Entrelace os teus dedos junto aos meus..
Me abraça e me aperta contra o peito
*Sabe bem que me domina.
Então faz o que quiser de mim..
Me lancei no teu olhar, com toda a minha coragem..
Ao sentir as nossas línguas em conjunto se tocar..
No embalo dos seus dedos a minha pele percorreram...
E os calafrios brutalmente o meu corpo a dominar..
Nos perdemos nos olhares, um desejo quase insano..
Pelas batidas aceleradas que rendeu dois corações..
Nestes labirintos que ao acaso nós reencontramos..
Refazendo e desfazendo todas as juras de amor..
Nos lençóis dos nossos braços!
(Rafael Vocalista)
É no silêncio sublime contido no amor.
Que estão aprisionados os gritos mais altos da alma..
E nenhuma Voz é capaz de expulsar!
Por isso as palavras se decifram nos olhares!
(Rafael Vocalista)