Cantinho
Recepção
Já a algum tempo neste cantinho gostoso aqui estamos
No início o patrão não queria, mas com muita insistência aqui permanecemos
hoje somos bem tratados e ate bajulados, pois não incomodamos ninguém;
Antes de anoitecer já estamos nos recolhendo.
Amanhã bem cedo quando vocês houvirem um Toc toc aqui bem perto é que estamos trabalhando na construção de uma nova casa, vamos aumentar a nossa família.
Seja bem vindo
Pica Pau
Muitas vezes no meu cantinho, chorei sozinho a falta do seu carinho, e andando pelo caminho, na ausência do meu benzinho. Desde o dia que você foi embora, o meu coração chora, chora. Sinto falta de você e da minha serenata, a saudade não me mata, mas me faz muito sofrer.
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, tenho aqui o meu cantinho
Mal me quer, ao dormir preciso de carinho
Bem me quer, de amizades não tenho fome
Mal me quer, não sei escrever teu nome
Bem me quer, paternidade é com meu cachorro
Mal me quer, na solidão eu peço socorro
Bem me quer, divido a opinião comigo mesmo
Mal me quer, a partilha permanece a esmo
Bem me quer, amo, a tudo e todos, sou feliz
Mal me quer, tudo é tão rápido, por um triz
Bem me quer, como é bom apreciar o amanhecer
Mal me quer, a cada dia veloz é o envelhecer
Bem me quer, sei mastigar a vida de solitário
Mal me quer, não tenho ninguém no itinerário...
Bem me quer...
Luciano Spagnol
AMANHECER (soneto)
O sol do cerrado, hoje nasceu no cantinho
da página do horizonte, e o vento friorento
opaco, a chiar na fresta, com olhar sedento
abraçando o dia e, brindado com remoinho
E no cantinho da pauta do céu, momento
dum novo alvorecer, engrunhado, mansinho
encimando o inverno no sertão torvelinho
num ritmo trêmulo, mas cheio de elemento
E o coração na janela d'alma observando
suspenso nos pensamentos, devaneando
enquanto o tempo tingia o olhar de magia
Neste amanhecer da vida de sol brando
que nasce ali no cantinho, dia formando
meus sonhos vão sonhando em romaria...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2017, junho – Cerrado goiano
Cantinho da Criança
Ah, a beleza de um evento mágico como esse merece ser imortalizada em poesia!
Em tempos idos, um dia sublime surgiu, Natal em festa, corações em uníssono. Papai Noel, cercado de duendes e elfos, Espalhava alegria, um sorriso em cada rosto.
A brisa trazia o espírito natalino, Cores vibrantes, arte em pleno brilho. Nas mãos do artista, o lixo ressurgia, Em obras-primas, recicladas, tão vivas.
Entre as letras, a poetisa cativava, Seus versos emocionantes, ecoavam. E as crianças, olhos brilhantes, sorriam, Com os robôs de carros, maravilhadas se sentiam.
A música e a dança enlaçavam a noite, Risos e alegria, pura magia envolvente. O Cantinho da Criança, missão cumprida, Arte e leitura, sonhos em plena vida.
Natal, um sucesso, um compromisso selado, Educação e cultura, num laço eternizado. Memórias guardadas, em cada coração, Um dia memorável, uma doce canção
O meu cantinho
Estou sempre no meu cantinho
Longe de tudo que há lá fora
Mesmo eu no meu cantinho
Alguém vem mexer comigo
E esse alguém machuca o meu coraçãozinho.
Mesmo eu no meu cantinho
Longe de tudo que há lá fora
Alguém me pedi desculpas
E esse alguém novamente machuca o meu coraçãozinho.
Mesmo eu aqui no meu cantinho
Eu vou sempre chorar sozinha
Eu não quero mais ficar no meu cantinho chorando
Não quero mais que alguém machuque o meu coraçãozinho.
Mesmo eu aqui no meu cantinho
Longe de tudo que há lá fora
Eu entreguei o meu coraçãozinho para um alguém
Mas esse alguém jogou fora
E eu peguei de volta o meu coraçãozinho.
Mesmo eu aqui no meu cantinho
Eu não estou mais longe de tudo que há la fora
A tristeza sempre vai bater aqui na porta
E machucar o meu coraçãozinho.
Mesmo eu aqui no meu cantinho
E não estando longe de tudo que há lá fora
Percebo que o que tenho que fazer é sair do meu cantinho
Percebo também que chorar não vai sarar o machucadinho.
Mesmo eu fora do meu cantinho
Perto de todo sentimento que eu tentava fugir
Eu sinto falta do meu cantinho
Por mais que ele me machucasse
Eu gostava de ver aquele alguém sorrindo pra mim.
Dentro de cada pessoa tem um cantinho escondido decorado de saudade. Um lugar pro coração pousar, um endereço que frequente sem morar. Ali na esquina do sonho com a razão, no centro do peito, no largo da ilusão...