Cantiga de Escárnio
DATAS QUERIDAS!
“Parabéns pra você
Nesta data querida...”
Assim se ouve
Na singela cantiga
Que em poesia aprouve
Torná-la em eterna melodia!
Mas “querida” por quê
Se nunca quis nascer?!
Nem lembro-me desse dia
E nem de muitos outros que gostaria
Não que os rejeite
Ou que não os aceite
Ou que os tenha por insignificantes
Pois certamente foram importantes
Mas simplesmente não lembro
Ficaram no esquecimento
Ocultados em alguma sala no Tempo!
Mas algumas perguntas tenho a fazer:
“Quando realmente eu nasci?!”
Há alguém que possa responder?
Seria quando do ventre eu saí
Quando as palavras aprendi
Quando nas muitas vezes que caí
Ou quando a falta eu senti?
“Quando eu nasci?!”
Haveria apenas uma data
Para fazer a natalidade comemorada?
O Universo não sabe o dia do seu aniversário
Ou do seu primeiro nascimento
Talvez porque são vários
Os eventos que lhe trazem o surgimento!
E eu?! Também não sei o meu!
Pois ainda estou nascendo!
E ao mesmo tempo que nascendo
Prossigo envelhecendo
Lentamente morrendo!
E ao mesmo instante que apareço
Caminho ao desaparecimento!
Oh datas queridas!
Que fazem a Vida nascida
Ou seria desnascida?!
Seja como for
Esta é a Vida que nos foi concedida
Para ser vivida
Sentida
Aprendida
Sofrida
E tantas outras “idas”
Pois a VIDA
É um caminho só de ida!
E quem sabe, por isso
Aquela data
A qual chamam de início
Não se faz na memória lembrada
Não que o denominado princípio
Esteja na condição de frívolo
Mas em algum lugar fica esquecido!
Para nos lembrar que ao contrário de um livro
A Vida não tem um exato prefácio
É escrita como um diário
Podendo cada dia ser um aniversário!
Mas se nesta data específica
Na qual se canta a cantiga
Os convidados me perguntarem:
“Quantos anos você tem?”
Responderei:
“Anos de vida?
Não sei!
Pois os anos que passaram
Já não os tenho mais
Passaram pelo meu corpo
E não voltarão jamais!
Ah este dia que me presenteia Àgosto!
Dia em que lembro que morro
Pelas marcas no meu rosto
Mas que também creio, sinto e vejo
A Vida que me abraça com muito gosto
Conduzindo-me com extremo desejo
Aos anos que ainda não tenho no corpo!
E não sei se me terão
Pois é um caminho misterioso
Não me atrevo a tal afirmação
Apenas acredito
No que pode ser possível!”
Mostrou-me a face.
Olhos sombreados , mas olhar inocente.
Lábios coloridos , fala como cantiga.
Passos firmes , sonhos sem limites.
Aquela menina cresceu em vida ,
virando mulher , mas carrega em si o
doce amanhecer. Tem o antídoto
para o veneno e a saída para a morte.
Feliz se fazem os dias que são compostos
por seu sorriso , seus olhares e suas falas.
São os rios de amor , aromas de paixão.
Essência da mulher , com alma plena de menina.
Saudade é a ressonância, de uma cantiga sentida, que, embalando a nossa infância, nos segue por toda a vida!
E uma saudade começou a me agoniar.
E como agonia uma saudade!
Como dói!
DESABAFO DE UM OPERÁRIO
Nós somos a voz que grita, sem ser ouvida.
Fomos a cantiga em choros, sem ser sentida.
Nós temos sido os mais miseráveis nesta vida,
Os mais tristes, encovados, e mais despresíveis.
Tu e eu somos pedaços partidos,
Nós somos um verso quebrado.
Míseros e não escrítos, encanecidos
No abismo de um papel esquecido.
Cantiga de adeus
Quando fores embora
ó saudade, seja breve
na tua hora, não me leve
Se acaso não possa
deixar-me no prazer
vista a tua saragoça
e saia sem nada dizer
Não me puxe pela mão
nem tão pouco no pensar
me deixe na agridoce ilusão
melhor do que te acompanhar
E, se ainda não queira
deixar-me sem os teus
argumentos, a tua asneira
então, me diga logo adeus
e vá sem qualquer besteira
Me deixe no esquecimento!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/ 02/ 2020 - Cerrado goiano
Amiga...
É aquela que liga...
Se preocupa pela tua fadiga...
Na tristeza, traz uma cantiga...
Quanto mais antiga...
Não se importa com o tamanho da tua barriga...
Mas, pelos teus erros, jamais te castiga!!!
Pedro Marcos
Abriu-se mente... Subiu!
Bateu clima de vibrar,
Vibrou, fez planar.
Vento feliz a contar
Cantiga boa, vida duo.
Trouxe atrativo meu
Senso por ela... Sapio!
Travesseiro aborrecido
Quando ela ausente...
Fechou-se mente.
Subiu... Amor!
Cantiga de Amigo
Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
--- o meu amigo está longe
e a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!
--- o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!
A água não é a vida.
Uma cantiga... pode demonstrar os sentimentos mais profundos de um sujeito que lhe pronuncia incansavelmente a melodia em língua, e a sequência em mente.
Eu desisto da sua alma
pois em ocasiões profundas
seu rosto me causa trauma.
Uma pequena gota que caí no solo, se fragmenta ate não existir.
Eu não existo sem Deus
mas.... deus não existe sem mim
Então, virou-se para trás, sua vida passou em relance. Uma conclusão lhe segurou pelos cabelos e o fez olhar em seus olhos.
Eu sem deus, não sou nada.
Mas deus sem mim, é tudo.
A existência de água promove a vida. Água é a base da vida, sem água. Não há vida... quem somos nós ...
A água ou deus?
Sigo a lentos passos
Embalado pela cantiga dos pássaros,
Atento ao sussurro do vento e
Ao toque do sol...
Nevoa fria em lua cheia.
Do caminho vejo pouco,
Mas sei do seu final.
Uma cantiga pra ela.
Um rio, uma dor, uma pedra o nome dela, a ávore o rio a cor dos olhos dela.
Saudade tamanha da moça e do rio da pedra e da moça e do rio da pedra e da flor da janela do amor.
Quem vai se lembrar daquela casinha na beira da estrada? Quem vai perguntatar que sonhos, que amores viveram por lá? Quem vai saber da morena cabrocha que um dia deixei por lá? Quem vai querer saber dela? Quem?!!!
Não sei onde aprendi a cantar
Só sei que não consigo esquecer
Cantiga vem do céu
Vem do mar e vem do ar
Faz o meu coraçãozinho doer
O amor se fez em trova enganando a dor acompanhou a melodia em uma cantiga bonita.
Serei seu trovador e cantarei os versos mais bonitos em que você mereça a trova entoa com um singelo canto.
E com beleza lhe faz luzir com clareza e admira-la com a intensidade de uma melodia extraordinária.
Há dias em que o sol
tem cor diferente...
A brisa cheira a flores
Cantiga de amores
Há dias em que tua
voz chega com o vento
Despertando o sonho azul
que dormia calmamente.
Somos estrada, palcos, vilas, somos ruas,
somos raízes da plenitude do interior...
somos cantiga, acalanto e o fogão à lenha,
somos o aboio do vaqueiro cantador!
Cantiga do pássaro
Que música
ouvirei cantar
aos meus ouvidos?
Quem sabe!
Este canto escondido agora
No amanhecer ensolarado
Somente entre mim e você
Ofereço- te alento
De asas encarceradas
Porém, perenemente feliz
Quando a noite
Seguindo seu destino
Pela madrugada,
Estarei atenta ao som
Supondo que, talvez,
Em outras manhãs
Não cante mais.
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