Caminhando
Caminhando pelos mangues,
Mergulhando nos açudes,
Sempre pensativo,
Sigo como pescador de histórias.
Sou a reunião das memórias,
Daqueles que não tem voz,
Os que vivem sem viver,
Que nasceram pra morrer.
Os esquecidos pela sociedade,
Que são a ralé da cidade.
São eles que eu sou.
Não sei pra onde eu vou,
Só sigo vivendo,
E aos poucos aprendendo.
A cultura popular,
É que faz o meu o pensar.
Vivo sempre à deriva,
Sem me importar onde quer que eu viva,
Vou sempre ter uma ideia boa,
As complicações sempre tem saída.
Vejo todo dia reflexos no rio,
De um pobre coitado,
Que estava apaixonado,
E se iludiu acreditando na reciprocidade,
De um sentimento que não tem piedade.
Vivo a pescar todo dia num rio de escuridão,
Onde já não há esperança,
De resgatar nenhuma lembrança,
De felicidade do meu coração,
Que foi destruido por uma amorosa ilusão.
Pescador é assim mesmo,
Ninguém acredita nele.
Ninguém aceita nada dele.
Esse sou eu,
Mas um pescador da vida.
Queria poder ajudar meus irmãos,
Os que sofrem sem opção.
Eu sofro porque errei,
E nem ao menos tentei,
Concertar tais erros.
Já as pessoas que tento ajudar,
Eles não tem do que reclamar,
Tudo sempre foi assim,
Injusto... Sem futuro.
Já pra mim não.
Se hoje estou na escuro,
É porque deixei escapar o carmesim,
Deixei muxar o amor e a jasmim,
Por isso não sinto pena de mim.
Não quero auxilio de ninguém,
Só anseio que um outro alguém,
Entenda a dor dos nossos irmãos,
Que não tem oportunidade,
De vislumbrar a tal da felicidade.
Ajudem-nos, um ato de benevolência,
Não vai mudar sua vida em nada,
Mas irá mudar a vida deles,
Que nunca tiveram nada.
Quem sou eu?
Já fui poeta sonhador,
O palhaço chamado Pierrot,
Hoje sou só um iludido pecador.
Que chora por não pôr cor,
Na vida de quem realmente,
Sente a mais famigerada dor,
Aquela que não some,
O monstro chamado fome.
Caminhando sem rumo, onde eu chegaria?
Eu que não sonhava mais, fiquei encantada quando pela rua avistei vendedoras de sonhos
Simpáticas me ajudaram a escolher
Sonhos que nunca tinha ouvido falar
Eram asas pra voar, nuvens pra deitar
E essa noite se tornou pouca para tantos sonhos que peguei.
para que continuar caminhando,se você não irá chegar muito longe?Essa é a pergunta de uma pessoa,que sabe que você chegará lá,e estar temendo que você consiga e ela fara tudo para te desmotivar.
ANJOS
Mais ou menos umas onze e meia da manhã, vínhamos eu e Paula caminhando pela areia da praia quando de repente enfrente ao postinho do gonzaguinha, saiu da água uma mulher de presumíveis sessenta anos, morena, cabelos grisalhos, longos e encaracolados, olhar penetrante, e que mirando bem nos meus olhos, disse batendo no ombro, com uma mão parcialmente fechada e dois dedos estendidos - " Salve Xangô"! Respondi respeitosamente a saudação, e continuei o caminho me perguntando, o que será que ela havia visto em mim, para assim proceder? De duas coisas tenho certeza... que depois desse encontro me senti bem melhor e mais disposto a viver, e que urgentemente preciso estudar mais sobre essas coisas!
Considero-me um enigma! Complexa, forte e lutadora! Vou caminhando pela vida com os pés bem firmes nas pedras que aparecem, tentando não arranhar muito os sonhos, para que a chegada, muito próxima, seja triunfal.
Já é noite, estou caminhando sozinha por uma rua escura, pensativa me sinto feliz por ter realizado algo grandioso, algo que superou minhas expectativas, me sinto apaixonada e penso em alguém. Até que um carro preto aparece e estaciona próximo a calçada, acelero meus passos e o homem indaga algumas palavras para mim das quais eu não presto muito atenção, passo depressa por ele tentando transmitir um ar de segurança em meu rosto, mas ele sai do carro e vem em minha direção. Meu corpo é tomado por uma sensação de medo e desespero, então começo a correr e gritar por socorro, o homem corre atras de mim, em meio aos grito de pavor ele consegue me alcançar. Me arrasta para um lugar, me ameaça e ri comemorando sua vitória.
De repente do nada um rapaz aparece para me salvar, e de alguma forma sinto que ele é a pessoa do qual eu estou apaixonada, meu coração pulsa ao vê-lo. O dois entram em luta corporal, eu estou sentada e arramada a uma cadeira, gritando de pavor e esperança em ser salva. Até que o homem saca uma arma e dispara algumas vezes contra meu amado, eu grito desesperadamente junto aos disparos, ele cai contra uma porta e se encolhe de dor, o homem vem em minha direção disparando tambem sobre mim vários tiros que perfuram a minha costas, sinto todo impacto e o meu corpo estremece... O homem foge.
Olho em direção ao meu amor e ele está ali caído olhando para mim, com olhar de amor e agonia, diz que está morrendo; Meus olhos se enchem de lágrimas, olho para meu corpo sobre aquela cadeira e declamo cada sensação... um corpo inundando de sangue que escorre das costas até as pontas dos pés, sinto meu sangue correr...Olho em minha volta e choro ao sentir que minha vida acabara ali.
O ambiente se ilumina, a noite se torna dia, e uma nova esperança de vida se revela. Um grande livro se apresenta diante de mim e dois nomes ali estão escritos junto com as datas de nascimento e de óbito logo abaixo. "meu nome e minha data de nascimento" avisto e logo abaixo leio "ABRIL" apresentando-se como a data final, não consigo enxergar o dia nem o ano, leio mais abaixo e vejo o nome do meu amado, um nome que só reconheço no sonho e a data da sua morte dia "28" (era a data de hoje no sonho), ele morreria ali naquela momento, morreria antes de mim. Gritei e chorei desesperadamente, não me conformava pois pela quantidade de tiros que recebi ali, eu deveria morrer primeiro, não queria vê-lo partir, não me conformava em perde-lo, em vê-lo morrer. Me imaginei com vida por mais alguns meses depois dele, e senti uma dor que atravessava minha alma; Então gritei, gritei e chorei com todas as minhas forças.
O tempo ficou alaranjado e aquele livro se desfez, e suas letras estavam escritas em fogo que se queimavam enquanto eu gritava, e tornavam-se um esqueleto de cinzas até que se desfez por completo.
Olhei para meu amado e seu corpo parecia novo, ele se levantou e sem olhar para mim se foi pela porta, senti uma tristeza profunda e então o vi sair com algumas plaquinhas indo de encontro a algumas pessoas, abraçando-as uma por uma e entregando uma placa com algo escrito para elas, era como se fosse uma despedida, o segui com os meus olhos... ele atravessava dentre o povo e em volta avistei um grande cemitério com seus túmulos enormes e memoráveis. Por todas as pessoas ele passou e quando finalmente chegou até mim, não mais o vi, ele desapareceu... Com ar de tristeza não entendi, e sobre mim senti cair uma placa onde nela encontrava-se escrito "AMOR VERDADEIRO" foi nesse momento que de uma imensa alegria meu coração se encheu, e então...chorei.
Caminhando pelos longo caminho, estradas que tem tanto espinhos. É assim, mesmo entre as entranhas das dores sigo o meu alvo. Não importa o quanto somo alfinetados. O show da vida é isso, percorrer as longas estradas, e vivenciar o que cada trecho nos oferece. E assim vou seguindo o caminho.
A melhor maneira de manter-se de pé é caminhando, pois é no caminho que se faz a vida, e o sucesso acontece, e a felicidade aparece (Nelson Locatelli, escritor)
Preciso me encontrar com ou sem o silêncio de saber me acalentar
Caminhando sem palavras ou sem ter o que falar...
Interpretar o próprio coração para saber aonde chegar;
Nem nosso abraço se encaixa como antes,
e por um instante,
penso que tudo está caminhando para o fim,
mas enfim...
Ninguém nunca viu seu mundo em mim.
Por que acreditei que seria diferente desta vez ?
CAMINHANDO SOBRE A TERRA.
Se hoje piso sobre a terra é por que uma chance a vida me foi dada e tenho que fazer por merece-la.
Portanto, enquanto estiverem tentando pintar negros de branco para que ele tenha chances iguais, enquanto homossexuais forem estranhos a cidade, enquanto pisarem sobre migalhas dos idosos, enquanto estuprarem crianças, enquanto pobreza for defeito, enquanto a humildade for repudiável, eu não terei dada por merecida a minha chance.
Não me ocorre a possibilidade de perder quanto luto por algo que acredito, não me ocorre o fracasso enquanto me permito lutar, não me ocorre a miséria enquanto divido como minhas as dores dos menores, mas me ocorre a derrota quando viro meus olhos contra a covardia, quando caminho contra os anseios dos oprimidos, quando aplaudo os que dilaceram a carne dos que lutam por liberdade.
Acredito que não faria sentido estar só sobre esse solo, esse planeta, o que me motiva viver é exatamente esse calor humano e essa labuta comunitária, então não faz sentido eu querer tudo pra mim, ao contrario, vou morrer se necessário for pela igualdade social, onde cada um possa ter a sua fatia de pão do mesmo tamanho que é a dos demais ao seu lado.
Viver não se traduz em respirar, em olhar e ver sem enxergar, viver não é caminhar sem ter um caminho certo, viver não é juntar ouro, viver não é acumular sabedoria de espelho, acredito que viver seja participar, seja externar todos os sentimentos, cada um a seu tempo quando necessário for, viver é construir, mas construir algo que não desmorone, que com o passar do tempo, a cada dia mais, se solidifique, viver é ter a honra de olhar o ontem, o hoje e o amanha como se fossem um só dia, com o nome DIGNIDADE.
Quando foi a última vez que você se pegou caminhando, mas não caminhando para cumprir seus afazeres rotineiros... Falo daquela caminhada despretensiosa, sem pressa, sem rua certa e sem relógio no comando?
Quando foi a última vez que, caminhando, você olhou para cima, para aqueles ângulos de visão que normalmente nossa pressa não permite?
Pois é... As paisagens mudam, as estações revelam suas belezas, suas cores, e nós, parte desse sistema, raras vezes deixamos nossas vidas robóticas de lado pra simplesmente observar a criação da qual somos parte.
E que bem danado nos faz! Alivia as tensões, acalma a mente, traz uma sensação gostosa de paz...
É relembrar o óbvio... Sempre andamos para frente, mas a escolha do que carregamos conosco, ou deixamos para trás a cada passo dado, é uma escolha pessoal de cada um.
Pare um pouco e imagine. Melhor imagine-se. Imagine que você está caminhando em uma rua deserta, o dia está quente , muito quente. Você caminha a muitas horas e seu corpo pede repouso mas não há onde parar, não há abrigo , não há sombra, não há água. Você pensa em desistir, mas parar ali significaria a morte para você. Então mesmo cansado, mesmo não vendo perspectiva, você vai. Sua companheira a FÈ, sua força a ESPERANÇA, seu pensamento DEUS. Depois de algum tempo você encontra uma árvore frutífera para saciar-te, para te proteger do calor do sol, e ali você adormece. Quando acorda, não mais está debaixo da árvore, está deitado numa cama de uma casa simples, aconchegante e arejada. Enquanto dormia pessoas de luz te avistaram e te acolheram com carinho em sua casa. Assim é nossa vida e assim trabalha Deus nela. Se apesar de qualquer problema tivermos fé, não perdermos a esperança e focarmos o pensamento Nele , tudo vai se organizando e sem percebermos o quadro vai mudando, as coisas vão criando outro rumo e ele nos acolhe em sua tenda, nos coloca em seu colo, nos segura pela mão. Vamos confiar, vamos ter fé, vamos seguir sempre apesar de qualquer situação.Vamos agradecer !
_____Lene Dantas
A questão de não se ter saída está saindo do rol de ditos proverbiais e frases feitas e caminhando para uma realidade de rol intempestivo e desesperante.
Quando surgirem obstáculos no teu caminho não desista...
Continue caminhando...
Continue orando...
Convide Deus para caminhar contigo!