Calor
Venha, minha amada, agora que nossos olhares finalmente se cruzaram, ouve com muita atenção as minhas palavras, vamos nesta noite fazer parte de um caos prazeroso, cabelos assanhados, cama desforrada, nossos corpos suados, abrasados pelo calor do nosso desejo, pelo fulgor das nossas almas e por nosso amor recíproco e intenso, decerto, uma dádiva.
Que o tempo passe bem devagar, que nada nos interrompa neste nosso momento deleitante e tão singular, quero acariciar calmamente o teu rosto, morder gentilmente os teus lábios, beijar a tua boca, um beijo após o outro, sentir a suavidade das tuas curvas, o teu cheiro maravilhoso, veemência e ternura, cada segundo será valioso e qualquer desperdício será reflexo da loucura.
Demasiadamente, sejamos dedicados a alcançarmos uma satisfação mútua com uma gana insaciável, juntos desfrutando intensamente de uma ocasião prazerosa, muito emocionante, memorável, partilhando sentimentos ardentes e movimentos constantes, atuantes no nosso quarto, compensando os nossos esforços, portanto, valerá à pena ficarmos exaustos.
E você estava ali do meu lado;
Eu sentindo seu cheiro,
Seu calor,
Sua pele macia.
Eu pudia tocá-la
Apertarte contra mim!
Mas ao mesmo tempo
Você não estava
Porque preferia não fazê-lo;
O medo da reprovação
Sempre é a pior das angústias
Quando se está apaixonada
Você acordou
Me disse que estava sem calcinha
Fiquei atordoada!
Não sabia o que falar
Só sentir
Sentir mais vontade de você.
Anseio pelo momento em que nossos lábios se encontrarão em um beijo ardente, sentindo o calor do seu corpo e o doce aroma da sua pele.
P.S: eu já não sei mais viver sem o calor do seu corpo nu aquecendo as noites frias. Vem, que sem a macia tez do seu seio e os loucos gemidos da sua boca; sem o incêndio desse nosso lúbrico amor percorrendo a insanidade do seu corpo, eu já não sei mais viver!!...
Te convido a juntar seu fogo com o meu. Quero sentir sua língua em chamas e no calor insuportável do seu corpo, desejo morrer e renascer como a fênix, só para me deleitar, mais uma vez, nos espasmos do clímax desenfreado que incendeia o encaixe perfeito da nossa pelve...
assim como a lingua te da prazer
o teu corpo sente falta do teu calor
vem e aconchegate a mim e bebe
do meu amor
As aves cantam com mais fervor na manhã, e mesmo em Manaus, onde o calor nunca dá trégua, o amanhecer é um alento de frio.
Percebi que o café é mais robusto na xícara, e a água, antes banal, ganha um gosto mais intenso no copo de alumínio.
Enquanto isso, as damas do asfalto, das madrugadas, se vestem como mocinhas recatadas,
e as mulheres mais reservadas, na intimidade de suas camas, se revelam como criaturas ardentes, ansiosas por uma paixão que a vida cotidiana nega.
Havia um mal-estar no vagão. Como se fizesse calor demais. A moça inquieta. Os homens em alerta. Meu Deus, pensou a moça, o que é que eles querem de mim? Não tinha resposta. E ainda por cima era virgem. Por que, mas por que pensara na própria virgindade? (...)
Então os dois homens começaram a falar um com o outro. No começo Cidinha não entendeu palavra. Parecia brincadeira. Falavam depressa demais. E a linguagem pareceu-lhe vagamente familiar. Que língua era aquela?
De repente percebeu: eles falavam com perfeição a língua do "p". (...)
Cidinha fingiu não entender: entender seria perigoso para ela. (...) Queriam dizer que iam currá-la no túnel… O que fazer? (...) Me socorre, Virgem Maria! me socorre! me socorre! (...)
Se resistisse podiam matá-la. Era assim então. (...)
Tirou um cigarro da bolsa para fumar e acalmar-se. Não adiantou. Quando seria o próximo túnel? Tinha que pensar depressa, depressa, depressa.
Então pensou: se eu me fingir de prostituta, eles desistem, não gostam de vagabunda.