Calar
Seg, 25/02/2013 20:30
Como eu foi longe
Muitos sentidos no amanhecer de um dia diferente
Com uma nova canção que estava dentro de mim
Como um grande sonho de fazer as pessoas me ouvir de alguma forma
Mas é estranho isto não me importa mas
Com o tempo o silêncio e dor me fez calar
Calar por aquilo que eu acreditava
Eu mudei
Minha maneira de pensar
De agir
De ver as coisas
Como ir tão longe
Se não vejo o amanhecer
Se não sinto o dia diferente
Sem uma nova canção.
E aquilo que estava em mim morreu
Com o tempo e o silêncio e a dor
Me fez calar........
A verdade importa. Às vezes ela pode ser a nossa única arma contra os homens poderosos que querem nos calar.
O poder do silencio
Nem todos que se calam, consente. Silencio é a maior arma pra evitar feridas na alma do ouvinte.
Mesmo que temos certeza do que vamos dizer. O poder do tempo saberá distinguir o tempo de falar.
Quando estiver em silêncio, escuta tua linguagem interna. Quando estiver falando, observa teu silêncio interno.
É no deserto que conhecemos mais profundo nosso Deus, como disse o profeta Oseias: “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca”. (Os 13.5). Será se isso estaria implicitamente nos dizendo que é no deserto que aprendemos a [nos calar para] ouvirmos a voz do nosso Criador?
Entre amigos e bens da vida....
Em muitas ocasiões optei pelo meu julgamento pessoal sobre as pessoas, situações, teorias e bens da vida.
As pessoas, possuem relacionamentos interpessoais positivos e negativos, dependendo de com quem se relacionam. Já houve oportunidades de estar sentada entre duas pessoas dissonantes. Acreditem, essas pessoas, eram minhas amigas intensamente.
Um dia de domingo, na porta da casa de um parente comum a nós três, um deles queixou-se sobre o outro.
[A queixa], a queixa que me fazia era voraz, de uma dureza tremenda. O grande problema, é que percebi, que partiu de um "diz que me diz". Algo mais ou menos assim " uma delas teria participado de uma festa na residência na casa de seu anti-afeto e o outro queixou-se um parente por afinidade do primeiro que ele foi e não levou a cerveja, que era além de tudo "mão de vaca".
A minha pessoa amiga vociferava, em sua própria razão, que levou as cervejas, mas que a outra pessoa não viu, pois não tratou com a outra, pois não se falavam. [ALGUÉM ESCUTOU]
Algumas pessoas escutaram, o que possivelmente foi uma autodefesa, pois não foi uma conversa em sigilo, foi um desabafo e uma justificativa pública.
Passados alguns dias.... A parte contrária, me perguntava de maneira sútil, se houvera aquela conversa, e eu respondi que sim! Um sim exclamativo!
E em seguida reputei, jamais vou levar para você qualquer desalinho raivoso que tenha partido entre vocês e vice-versa. Querendo ou não, eu gosto de ambos de maneira indistinta, e a minha responsabilidade afetiva, era ouvir, entender, calar-me e esquecer. Outrora, havendo a oportunidade de acertar as arestas diante de um mal entendido, eu o faria.
No entanto, o mundo não é composto apenas de pessoas responsáveis e conscientes. Questionaram a ambos, por qual motivo eu calei-me diante de ambos. Nem remediei perante a ele e nem levei a situação a ela. Pergunto: Qual seria a postura mais adequada?
A melhor postura, seria deixar ele terminar de falar e levar a ela?
Acredito, que a fidelidade possui os limites impostos pela lealdade e do bom-senso. Caso, eu tivesse optado por levar a informação, ela não seria fidedigna, teria uma versão minha ser e haveria ruídos. Consequentemente, haveria uma baixaria generalizada, e possivelmente eu seria a mola mestra dessa confusão.
O emissor de uma comunicação, ele dá a sua parcialidade aos fatos. Não existe imparcialidade informacional. Toda vez que contamos uma história, ela tem nossos olhares e perspectivas, assim, ainda que eu amenizasse e racionalizasse o estrago poderia ser fatal.
Quem nunca escutou sobre os efeitos nocivos de uma fofoca ou de uma fake News?
Naquela situação, optei por um julgamento racional dos fatos, deduzi que o informante dele -queria assunto e saber sobre a festa, jogou uma isca e causou uma confusão. Já informante dela jogou uma isca podre, para saber a resenha e de quebra queimar meu filme.
O que eu fiz, como eu não ouvi todos os lados. E já não me comunicava com ambos há um tempo, dei a ambos o meu direito ao silêncio. Contudo, mediante aos atos detrativos, quando da arguição dela, disse que melhor seria uma conversa franca e sem ressentimentos, ao outro, fui curta e grossa: Da mesma maneira que não levo a ele o que você desabafa, não levo dele para você.
Não é uma dúvida shakespeariana: Contar ou não contar, eis a questão?
É NATURAL: Dois ouvidos para escutar e uma boca para falar. A matemática diz: Cale-se (grito).
Assim, sobre as pessoas, cheguei à conclusão de que, importa o que elas são comigo e não com os outros. Acerca das situações, apenas, vivenciando-as para emitir um juízo pessoal de valor. Os produtos compro conforme meu gosto e paladar, afinal, já cantava chorão “Nem tudo lhe cai bem. É um risco que se assume. O bom é não iludir ninguém”.
E sobre o enredo crônico narrado, sigo com o poeta citado acima: “As vezes faço o que quero, e às vezes faço o que tenho que fazer”. Julguem-me, porém, com razão e parcimônia.
Porque dizem que quem muito fala ou escreve, pouco acerta; eu digo: será?!
Quem muito fala ou escreve, pouco acerta;
Foi por alguém, mau provérbio inventado;
Por tão aconselhar a um estar calado;
A quem quer contar tanta coisa certa!
Não foi pra usarmos boca e não falar;
Que a boa escrita ou a fala foi inventada;
Pois se assim fosse em nós havia nada;
Cá registado pra de em tais contar.
Que tanta vez: o só calar diz tanto;
É certeza que todos em nós temos;
Daí ser tal calar pra nós tão útil!...
Mas só no bom contar está o encanto;
Que nos permite dar o que valemos;
Por valor não espalhado em tais; ser fútil.
Sem qualquer receio de: calar ou escrever/falar/recitar;
Penso e muito,
e em seguida repenso mais.
E camuflo nesse silêncio bilateral,
porque por impulso eu insisto,
mas por análise nem envio sinais.
Não consigo encontrar as palavras nas palavras. Só encontro minha voz, no que penso. Mas o que eu penso, ninguém ouve. O que eu penso é silêncio. Então eu me calo. O silêncio é minha voz.
O silêncio é a voz que eu calo.
O silêncio é a voz que eu guardo.
O silêncio, é lá onde eu moro.
O silêncio sou eu.
Só lamento todas as vezes que fiquei calada vendo destroços
A cada verso uma lembrança que me machucou, mas me fez mais forte
Eu acredito na minha sorte, eu vejo histórias que doem na alma
Mas não sei nada do que sentiram e por isso canto pra ecoá-las
Às vezes nem tudo precisa de explicação
Às vezes mentimos para nos livrarmos de algo
Às vezes fazemos coisas que não queremos apenas para agradar a pessoas que não se importam
Às vezes é melhor se calar
Mas o problema é que esse "às vezes" deixa de ser às vezes e torna-se rotina
O surdo tem vida de um mudo.
O mudo vive como um cego. Cegos, mudos e Surdos vivem a paz que não tens.
Seja surdo o quanto puderes e verás como um cego e falarás como um mudo.
Há aqueles que num minuto fazem uma leitura precisa da vida de alguém, mas vivem uma vida inteira sem decifrar a décima parte de si mesmos. Observar é um exercício interessante, calar, ouvir, perceber, é possível aprender muito convivendo de coração aberto com pessoas de bem, tão sujeitas a falhas como qualquer outro ser humano, aprende-se muito também mantendo olhos atentos ao mundo que nos cerca, nem sempre se encontra o bem em toda parte. Mas o aprendizado proveniente do olhar de si a si mesmo é realmente infinito, entre falhas e virtudes, garimpar-se é, sem dúvidas, a força motriz do desenvolvimento humano. "Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta." Esse Jung sabia das coisas...
Na grande maioria das vezes, o silêncio produz o mesmo efeito da sabedoria, se não se sabe o que dizer, o silêncio é a melhor resposta.