Calado
Os "eu-te-amos" falados nunca me encantaram, eu admiro o "eu-te-amo" calado, aquele que não faz mover apenas os músculos do rosto, mas sim, todo o corpo..., principalmente o coração...
Uma atitude vale mais do que mil eu-te-amos.
Meu coração é duvidoso, injusto e preconceituoso. Chora calado, se acostuma rapidamente com a perda de um amor, e não tem dó de te fazer sofrer. Poderia eu querer mudá-lo, mais não posso, isso é algo que me define, minha personalidade. Não queira nunca compreende-lo, pois até eu com todos esses anos convivendo lado a lado, corpo a corpo, nunca o entendi direito.
Grite, fale, reclame, exponha a sua opinião. Só não fique calado em meio a uma sociedade em que, quem se cala se ferra.
Esperança é uma prisão sem fiança
Escravo de um desejo calado
Uma tempestade que avança
Trazendo de volta, tudo o que já foi falado.
Esperança é o cativeiro da alma
Um sequestro de si, seu próprio refém
Que lhe tira a tranquilidade e a calma
Que só você sabe e mais ninguém.
Esperança é o silêncio que grita
No desespero de encontrar conforto
Nesse oceano de passado e presente que agita
Um lugar seguro para ancorar, um cais de porto.
"Se não pensa na hora de falar então seria bom
aprender a ficar calado. Porque é necessário
falar porém é essencial pensar."
Ainda quero você
Ainda te quero
Nem que seja por mais um...
E ficar calado
Ao som de tua voz dormindo um sono tranqüilo
Ainda te quero
Para nos fins de tarde te olhar,
Ver-te chegar cansada e não ter o teu melhor.
A exaustão tem te fadigado.
Ainda te quero,
Nem que por um pouco mais, tenho que procurar saber.
Mesmo se eu agora, tão tedioso.
Ainda te quero.
Nem que seja pra lhe ver realizada e feliz
Objetivando teus sonhos
Que com sofrimentos conquistastes.
Ainda assim te quero.
Pra quem sabe no final desta história
Estarmos juntos, contentes e felizes.
E contar entre sorrisos
A façanha deste amor.
Ainda assim te quero,
Pra juntos reafirmarmos o que nunca foi ignorado ou omitido.
Que nos entregamo-nos
Ainda te quero, mesmo.
Junto ás adversidades advindas
Ainda assim te quero,
Nem que seja só por mais um pouco.
Poderia ter feito... ter dito... ter calado... ter demosntrado...ainda que eu tivesse feito tudo, teria mudado alguma coisa?
Página em branco
Me vejo sentado em frente a um piano maravilhoso que me faz companhia calado.
De repente eu sou essa janela imensa ao seu lado.
Se tiver frio lá fora, olho pra dentro e me aqueço na sala morna.
Se perceber o jardim vivo e ensolarado, me volto pra fora, vejo o verde, respiro o ar fresco e me alegro.
Vou esquecer meus passos, relaxar e não procurar pela hora que dei o primeiro choro, a hora que abri o olho, a hora que sorri primeiro. Com o que foi? Onde foi? Não interessa mais... Meu riso não tem mais aquele mesmo motivo.
Hoje falo e escrevo e por causa de tudo isso meu deus se transforma aqui dentro de casa.
Amanheço feliz tantas vezes que poderia dividir com meu pai. Partir a laranja, tirar uns gomos e, enquanto comemos, conversamos.
São tantas portas e janela que tem no outro.
Cada uma que se abre traz vento; sentir isso desperta qualquer coisa. De calafrios a qualquer cheiro.
Dá pra saber se está ou não chovendo, se tem ondas, se ainda é dia, sentir frio... E daí é julgada alguma realidade, e existe um mundo pra isso e você está nele, e você sabe o que está sentindo, e isso é brilhante e você pode estar enganado quando mais uma vez percebe que amanheceu feliz.
Quanta loucura forma um homem. Quantos barcos pra alimentar uma mesa.
Sem limite vai tudo andando pra frente. E o mundo mudando em páginas em branco.
O forte apanha calado, o fraco grita e promete vingança. O sábio também se cala, logo após demonstra que na realidade, ele não apanhou.
Perda
Sofro calado a tua ausência, mas sei que te tenho,
por promiscuidade ou pura ilusão,
sofro só tua ausência, pois na certeza cêga te
carregarei, que te tenho ou não,
sou um cêgo, mas tateando te acharei,
entre guias ou sarjetas; aí serei a pessoa mais feliz; por te ter!
Morte no silêncio
A noite segue emudecida,
E a manhã custa chegar.
Eu calado aos prantos, me deito.
Prefiro não ver no que vai dar.
Ao deitar, vejo os anjos no obscuro,
Parece me privar de algo.
Tento dialogar...
Mas tudo é inútil.
Inutilidade no silêncio,
Paralisam meus pensamentos.
E fico sem reação,
Na fria noite do silêncio.
De fato um estranho silêncio.
Parece vir de uma coisa oculta.
A ele sinto uma calma.
Agora vivo numa irreconhecível serenidade.
A manhã se aproxima,
E o silêncio vai me deixando,
Aos poucos as coisas perdem o sentido.
E ao meu corpo, vou abandonando.
Sem desespero, do mundo real me desligo.
Minha alma nos céus sobrevoa.
E meu corpo volta pra terra.
Em um mundo oculto, vivo livre a viajar.
Ledo engano achar que há um único porto onde ancorar. Se o calado do batel não permite entrada, haverá um que o receba.
Nunca pensei que seu abraço, seu carinho, seu calor, sua ausencia me fizesse tão calado. Espero logo estarmos unidos, mais unidos do que nunca, lado a lado, em profunda alegria e constante harmonia.