Calado
Será preciso perder,
Para aprender a dar valor?
Será preciso não mais me ter,
Para me mostrar seu amor?
O ser humano mostra-se tão imaturo,
Uma mente fraca, um coração duro.
Sinto-me perdido, em um escuro,
Já não se encontra mais alguém, de coração puro.
A cada dia, me sinto mais machucado,
Saio pelas ruas, e volto com o peito apedrejado.
Sem solução, me deito calado.
Onde fomos parar? Deixamos o real valor da vida, de lado.
Na insignificância do meu estado,
Às mãos do tecelão intocável,
Fico num entrelaçamento calado,
Eu no tear de um sonho levado,
Desejei o poder de mudar o mundo.
E o poder me fora dado.
Com ele mudo mas percebo que apenas calo.
Quem dera meu desejo, fosse o poder de escutá-lo.
Agora calado, não mudo, nada pode ser mudado.
O mundo segue calado.
Eu, mudo.
Deleita-me a visionar o invisível dos olhos nos pensamentos!
Deleite-me a construir meu mundo,meu tudo calado,deveras me ausento, das casas de vento,do sopro da mariposa,da formula do elixir,da cura da mente,que se sente agora,maldita escola do mundo aprender,viva apos vida e logo morrer!
Não é que tudo me lembre você.
É porque eu nunca te esqueci.
Não é que eu era tão calado.
É porque eu adorava te ouvir.
Não é que eu não gostava de mim.
É que eu amava mais você do que eu.
Fui calado pela minha própria inspiração.
Proibido de anunciar a paixão.
Versor esquecidos e frases jogadas ao chão.
Feliz e infeliz, não era isso oque eu sempre quis.
*Na intimidade dos meus pensamentos guardei algo só meu,um sentimento ingênuo de quem ama em silêncio. E assim vou vivendo.*
Dia desses, ainda viro mar
“Há uma santidade nas lágrimas. Não são marca de fraqueza, mas de força. São mensageiras da dor incontrolável e de amor indescritível.” Washington Irving
Daqui, ando com um choro pouco religioso. Meu choro é calado, mora apertado no peito. Tem momentos que eu o sinto revirando-se desajeitado, procurando um lugar mais confortável para ficar. Porém não escorre. É choro acrobata, conhece a complexidade da vida, contorce-se, mas não fica onde deveria estar e não encontra o caminho do rio onde as lágrimas vão de encontro ao sol.
Somos amigos antigos e ele se lembra de cada dia em que a vida o fez pulsar e aumentar seu volume. Ele é sensível, é poeta que rima dentro de mim.
Às vezes luto para que ele se vá, encontre as portas do olhar que lhe abrirão horizontes, mas meu choro é confuso, teme o abismo da liberdade que a expressão do sentimento proporciona.
Ah, choro carente, não percebe que sua gota é semente, que seu sal é força e que sua queda pode ser voo?
Mas hei de me programar e guia de um choro perdido serei. E chorarei. Por três dias e três noites em tempestade e calmaria. Até que a pressão termine, até que o coração se acalme, até que a vida se lembre que ser sensível para fora também é uma opção.
Um dia desses, ainda viro mar.
Calado
Paz mental. É tudo que preciso. Somos capazes de encontrá-la em qualquer lugar, mas é preciso ser rápido, pois se disfarça nas sutilezas dos ambientes. Encontrei paz em um andar vazio. Havia uma cadeira que parecia ter sido feita por encomenda. Bebericava um café amargo. O ar condicionado era o único barulho, e era sublime e confortava meu coração. Encontrei paz em um bar restaurante maltrapilho. Havia uma mesa de sinuca que eu acabara de jogar. A cozinha estava fechada com uma placa acima “Visite minha cozinha”. Entornava uma cerveja morna. Uma barata desfilava sobre a placa serenamente e despreocupada com o ambiente, e naquela vez ainda estava relaxado, como se todo o barulho houvesse se tornado sussurros ao vento e eu conseguia filtrar o que gostaria de ouvir e ouvia consolos fraternos à entes queridos. Encontrei paz numa mesa empoeirada de madeira. Um jornal aberto numa notícia de meu agrado. Ingeria uma sopa para aquecer meu peito. Ouvia novidades de um velho amigo, enquanto observava um quadro com velhinhos sobre uma mesa, provavelmente descrevendo suas desventuras. Não deveria registrar nada, deixe que os outros registrem. Com o passar do tempo dizem que tudo vem à tona. O ruim, talvez tenha sido o bem. O desleixo pode ser sinônimo de felicidade. Paz mental. É tudo que preciso.
Cada vez que a abraço mais difícil se torna encontrá-la. Restou apenas acompanhar o passar do ponteiro do meu relógio, e talvez o silêncio reine novamente.
POMEMA PARA INOCENTES - JAS
Ladrão quando ajuda pobre
É para ele ficar calado,
aplaudir os seus delitos
e dizer muito obrigado!
Isto é cumplicidade
é do crime fazer parte
É também ser desonesto
Farinha do mesmo saco!
Sometimes your silence says more about you than when you speak.
As vezes o seu silêncio diz mais sobre você do que quando você fala.
SOFRER
"ÁS VEZES A VONTADE É DE REVELAR,
COM PALAVRAS TUDO O QUE DENTRO
GUARDAMOS.
MAS A RAZÃO PRENDE A VOZ,E SOLTA
O CORAÇÃO.
ESTE, SEMPRE SOFRE CALADO."
ROLDÃO AIRES