Frases de Caio Fernando Abreu

Eu só fui perceber que tinha amor quando fiquei longe dele. Assim mesmo, percebi isso vagamente, e voltei também vagamente por causa disso. Eu perdi, eu tenho consciência absoluta de que eu perdi a oportunidade de amor mais viva e profunda que me foi oferecida até hoje. E agora eu não posso fazer mais nada.

Só queria pedir uma coisa, acho que não é difícil, é só isso, uma coisa bem simples: quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito.

Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes.

Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates…

E quando você vai embora, eu quero que você volte mais uma vez. É que quando você volta, eu me lembro que as coisas nunca vão ser do jeito que eu queria, e aí eu tenho certeza que se for assim eu fico melhor sozinho. E quando você vai embora de novo, eu me lembro que eu prefiro te ter pelo menos por perto do que não te ter de jeito nenhum.

Ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim eu matarei as borboletas e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como eu devoraria você. Ah, se ousássemos.

Mas eu não pensava em sacanagem nenhuma. Só queria ficar perto dele. No máximo, ficar abraçado com ele. Na mesma cama. Sentindo a respiração.

Saudade daquilo que fui, sei que não sou mais, e nunca mais voltarei a ser.

Também não vale a pena fingir um equilíbrio que eu não tenho.

É tudo tão bonito que me dói e me pesa.

Preciso sim, preciso tanto.

... mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço...

As coisas sempre prestes a serem apanhadas. E você eternamente prestes a apanhá-las. Como uma sina. Sempre prestes.

E quando escutar um samba-canção.
Assim como: "Eu preciso aprender a ser só".
Reagir e ouvir o coração responder:
"Eu preciso aprender a só ser."

Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela.

Eu não vou falhar. Não porque não posso, mas porque não quero.

– Você não passa de um substantivo feminino — disse, e quase sem sentir acrescentou – ... mas eu te amo tanto, tanto.

E quem pode comigo quando eu digo tudo o que sinto?

Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza.

A verdade é que te quero tanto, mas tenho medo de ser recíproco.