Frases de Caio Fernando Abreu

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Talvez tudo, talvez nada...

Deitada no ombro dele, ela via seu rosto muito próximo. Esse era o sonho, nada mais.

Viro outra vez aquilo que sou todo dia: fechada, sozinha, perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.

Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu: O essencial da década de 1980

Nota: Trecho do conto "Dama da Noite" de Caio Fernando Abreu

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Apenas se ama, na tranqüilidade de nada exigir em troca.

Apanhe todos os pedaços que você perdeu nessas andanças e venha.

Aprendi a ter uma enorme admiração por mim mesmo.

Bebi, chorei, ouvi Maria Bethânia, fumei demais, tive insônia e excesso de sono, falta de apetite e apetite em excesso, vaguei pelas madrugadas, escrevi poemas (juro). Agora está passando: um band-aid no coração, um sorriso nos lábios – e tudo bem. Ou: que se há de fazer.

Ela sacudiu os ombros:
— Dane-se. Comigo sempre foi tudo ao contrário.

Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros.

Fica? Passa? Vai? Volta? (...) Não sei nada, mas foi lindo.

Soltava sorrisos ao vento e ouvia: Uma hora eles voltam pra você.

Às vezes o que parece um descaminho na verdade é um caminho inaparente que conduz a outro caminho melhor.

- Estou me sentindo estranho hoje...
- Por que?
- Sei lá, hoje acordei com vontade de tudo que, com muito esforço, eu deixei de gostar...
- Cigarros? (risos)
- Também!
- Do que mais?
- Você.

Que eu saiba puxar lá do fundo do baú o jeito de sorrir pros “não” da vida.

Eu tinha — e tenho — um monte de coisas pra te dizer, aquelas coisas que a gente cala quando está perto porque acha que as vibrações do corpo bastam, ou por medo, não sei.

Desnecessário é sofrer por alguém que você sabia que nunca iria dar certo.

Sem pensar em mais nada, fecho os olhos para esquecer. Dorme, menina, repito no escuro, o sono também salva. Ou adia.

E se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias.

Ver o pôr do sol e, por um segundo, sentir uma alegria enorme. Depois, uma espécie de medo sem pergunta e a tristeza crescendo fazendo nascer a vontade de morrer. Ou de viver ainda mais, com muito mais intensidade.