Frases de Caio Fernando Abreu

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Quando o medo é quase absurdo, e principalmente quando o cheiro daquela respiração ameaça tornar-se insuportável, recorro aos jasmins.

Ao mesmo tempo, alguma coisa em mim não consegue desistir, mesmo depois de todos os fracassos. E tento, tento. […] Não desisto. Um dia, um dia, quem sabe? Pode ser que esteja no escrever a resposta de tudo o que persigo. Acreditar, só preciso acreditar um pouco mais em mim.

Sem tempo pra ler, pra escrever, pra olhar pro céu, um olho nos jornais, outro no coração das pessoas. E tudo tão rebentado - ou arrebentando.

Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava.

Desta vez, eu tinha tanta certeza.

Ah, que banal. Até que ponto as circunstâncias não me favorecem, ou eu é que não favoreço as circunstâncias?

Canto porque cantar me dá um sentido. Mas penso sempre que cantar é inútil. Não quero nenhuma das coisas que o canto poderia me dar. Quero encontrar outra coisa. Outra coisa que nem sei o nome, maior que eu mesma ou que qualquer canção.

Ficam intimados os humanos a interromper as dores, a esquecer as mágoas, a adiar as dívidas, a perdoar os outros.

Só quero ir indo junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você até pode chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto.

Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá.

Você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu...

Então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos...

Sempre encontro a quem magoar com uma palavra ou um gesto. Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar a mão ou deitar a cabeça no ombro.

Te escrevo por absoluta necessidade. Não conseguiria dormir outra vez se não te escrevesse.

Eu estava a ponto de sentar numa daquelas calçadas tortas,(...) enterrar a cabeça nas mãos e chorar e chorar pelo tempo perdido, pela falta de sentido, pela minha derrota.

Eu fico completamente baratinado quando começam a me perguntar o que vai ser, o que vai acontecer com tal coisa. Sei lá, eu não sei onde é que eu vou estar amanhã. Eu sei o quê que eu estou fazendo hoje. Agora, o resto não interessa.

E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido.

Encontrei o amor. Ele não é real, mas que se há de fazer? A gente não pode ter tudo na vida.

É preciso cuidado com o arisco, senão ele foge. É preciso aprender a se movimentar dentro do silêncio e do tempo.

Porque as cidades, como as pessoas ocasionais e os apartamentos alugados, foram feitas para serem abandonadas.