Frases de Caio Fernando Abreu

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Dignidade é quando a solidão de ter escolhido ser, tão exatamente quanto possível, aquilo que se é, dói muito menos do que ter escolhido a falsa não-solidão de ser o que não se é, apenas para não sofrer a rejeição tristíssima dos outros.

Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado, aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia. Mesmo assim, insisto...

É uma resposta simples pra uma pergunta simples: Você vem?

Todo mundo escancara portas e janelas para que o vento leve embora os maus-espíritos do inverno. É um vento mágico, dizem.

Devaneios

Um dia tu compreenderás que não há nenhuma pessoa totalmente má; nenhuma pessoa totalmente boa. Verás que todos nós somos humanos, apenas...

Quando o sol estava se tornando insuportável — porque sempre chega um momento em que até o bom se torna insuportável.

Você me provoca achando que não há perigo. Sem conhecer a força da minha mordida, o tamanho dos caninos. Você me provoca sem esperar a picada. Sem saber que ainda não inventaram antídoto pro meu tipo de veneno.

Quero mais, quero o que ainda não veio.

Suponhamos que eu tivesse levado três, no máximo cinco minutos para apanhar a mochila, essa bagagem típica e mínima de quem não se importa de andar de lá pra cá o tempo todo sem paradeiro...

Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho.

Queria consultar búzios, runas, pai, mãe, de santo ou não, qualquer coisa que me apontasse o rumo.

Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável. Você compreende, compreende, compreende e compreende cada vez mais, e o que você vai compreendendo é cada vez mais aterrorizante – então você "pira". Para não ter que lidar com o horror.

Cada dia e cada coisa têm sua cota de mel e de espinho.

Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho. Foi por isso que corri, tentei fugir...

Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.

Meu coração é uma planta carnívora morta de fome.

Às vezes, quase sempre... eu queria ter o teu colo pra me consolar.

Às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero.

De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida.

Lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que “o que tem de ser tem muita força”.