Cada um
Éramos duas pérolas, e tínhamos consciência disso, mesmo cada um em sua respectiva concha. De vez em quando a abríamos para ver se o outro ainda continuava ali, pertinho, porque também tínhamos consciência disso.
Parecia confortável, seguro, embora o trato de se permanecer ali nunca tivesse precisado da anuência das ondas. Estávamos ali, e pronto.
Daí você se fechou, e como já era previsível, se abriu novamente algum tempo depois.
Claro, encontrou a minha concha vazia.
Agora pode abrir a sua quantas vezes quiser.
Jamais saberá se eu atravessei o oceano, ou se encontrei alguém disposto a ficar bem mais próximo à mim, mais do que os seus olhares por entre as coxas, ou melhor, entre conchas.
Foi um dos meus últimos plantões desse ano.
Dois veículos, ambos com dois ocupantes cada um, foram abordados pela Policia Rodoviária Federal em um bloqueio de rotina. O da frente não obedeceu à ordem de parada do policial, e investiu sobre o mesmo. Logo em seguida, empreenderam fuga pela BR 153.
Foram perseguidos por forças policiais, e sem alternativa, os dois veículos foram abandonados em um matagal nas proximidades da rodovia. Três indivíduos conseguiram evadir-se do local, e apenas uma moça foi encontrada ainda dentro de um Toyota Corolla, local no qual os policiais também localizaram munições e entorpecentes (em grande quantidade).
A moça foi encaminhada à Delegacia de Polícia, e em interrogatório, chorou, se fragilizou, tentou comoção afirmando categoricamente que não conhecia nenhum dos indivíduos que haviam logrado êxito na fuga, e que apenas lhes pedira carona na BR 153. Que não tinha conhecimento do que transportavam.
Algum tempo depois, o COD foi acionado para a perseguição dos três indivíduos mata adentro. À princípio localizaram um deles, que reagiu à abordagem policial, e foi alvejado. Foi socorrido, mas veio a óbito.
Como de praxe, foram à Delegacia de Polícia para requisição de Laudo para Exame Cadavérico, momento que foi aproveitado para confrontar a referida moça autuada. Ela, sem um esboço sequer de qualquer emoção, continuou a afirmar que não conhecia o “de cujus”, e que nunca o vira antes.
Mais algum tempo depois, outro comparsa foi conduzido à Delegacia de Polícia pela PRF, os quais lhe deram ordem de prisão em flagrante assim que o avistaram.
Já na Delegacia de Polícia, este último indivíduo, ao cruzar com a moça acima mencionada, gritou:
- Caramba, a namorada de fulano (morto) caiu (foi presa)!
Então, é isso.
A moça foi novamente confrontada e dessa vez confessou que realmente o “de cujus” apresentado a ela era seu namorado, e que tinha conhecimento de todos os fatos.
Dessa vez ela chorou mais ainda, enquanto meu estômago revirava pelo fato de estar frente a frente com uma “pessoa” que se utiliza da “emoção” apenas para proveito próprio.
Mas meu estômago se revirou ainda mais quando o fato dela querer me enganar, me trapacear, me golpeou muito mais que um corpo inerte, em um caburão de polícia. Não que eu devesse me descabelar em razão de um traficante que morrera em confronto com a polícia, mas sinceramente, naquele momento, orgulho e morte travaram uma luta interna em mim, e o primeiro venceu.
E foi exatamente quando meu orgulho levantou a taça de campeão, que eu decidi parar com o que eu tanto amo, pelo menos por alguns meses.
Esse é o meu método de defesa.
Sempre que eu não consigo me orgulhar do que sou, diante de alguém, diante de alguma situação, em uma cidade, em um País, eu vou-me embora.
Foi isso que eu fiz, e é isso que eu quero para 2018.
Não, eu não sou “boazinha”, nunca fui e talvez jamais serei! (nem quero e não me confundam, por favor!).
Mas eu quero ter orgulho dos meus sentimentos, do que eu realmente sou, ainda que mesmo pequenina, eu não caiba nesse conceito de “inha” aí.
É isso.
Só isso.
Cada um que encontre a sua bolha, quando a paciência estoura, e a tampa da sua panela vai pelos ares.
Cada um dá o que tem e o que pode. Nem sempre dou o que é preciso, porque não tenho. Nem faço o que tem que ser feito, porque não posso. Há casos em que nem mesmo tendo, eu dou. Nem mesmo podendo, eu não faço.
Quando o bem é comum mas cada um resolve trilhar sua própria direção fica difícil entrar em acordo.....
Se eu não tenho o direito de falar então não tenho também obrigação de ouvir.
Se é negado o direito de se defender então não vale mais a pena viver.
Quando contemplo a beleza desta obra,vejo nela os dedos de cada um de nós, esta maravilha que só foi possível ser levantada com forças juntas, renovando a autoestima e nos impulsionando para novos desafios.
Se cada um procurar estar cuidando melhor da sua própria vida, amando e deixando a vida do próximo em paz, teremos uma humanidade muito mais desenvolvida e muito mais capaz.
Não podemos ficar de braços cruzados, a partir de cada um de nós, tentemos melhorar o nosso planeta, começando por nossa casa, nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, o nosso País e quiçá o mundo.
A pior perda de tempo, é a vã discussão política, onde cada um tenta convencer a cada um, que o seu candidato não é pior do que nenhum.
Que as flores de
carinho, ternura, paz e amor, floresçam no jardim de cada um
e que todo mundo seja feliz de verdade
em todas as estações do ano
Possuímos inúmeros talentos natos sim. Cada um se destaca naturalmente em sua arte, mas precisamos diferenciar talento nato de talento desenvolvido e principalmente, reconhecer que o fato de um talento ser nato, não dispensa formação, certificação, capacitação contínua e muito treino!
“Não compare sua inteligência, cada um tem uma velocidade de raciocínio e aprendizado, respeite a tartaruga e o coelho, e lembre-se que a tartaruga não é veloz, mas vive muito mais de 100 anos.”