Caboclo
PERNAMBUCO RURAL
Sempre que escuto o barulho dos guizos de um caboclo do maracatu, solitário entre as gentes modernas da cidade, caminhando de um jeito que só Euclides da Cunha saberia descrever; eu penso que aquele som, vindo dos antigos engenhos de cana-de-açúcar, é o som da cultura resistindo.
Sua escolha e que faz é você ser quem você e, então nunca culpe Deus e sue Orixa,caboclo ou seu exu por tudo que você passa afina, a escolha foi sua e a semente e que você plantou e que esta colhendo.
Eu acordei um dia
De meus sonhos loucos
E me vi nos braços
Da filha de um caboclo
Foi da filha do coronel
Que ganhei meu anel
E me pus nos pomares
A apreciar seus olhares
Com uma beleza singela
Que se fez como cinderela
A cantar em minha janela
Trazendo alegria a minha vida tumultuada e fria
Onde só existia, bebedeira, caos e uma vida em ruína
Hoje sou feliz porque encontrei a saudade
E com a simplicidade fiz verdadeira amizade
Não caminho mais sozinho, pois descobri que o destino
Deve ter nome estampado no peito
Não dou mais importância ao dinheiro
Porque conquistei o direito ligeiro
De ter a escritura do coração faceiro de alguém
Nesse coração fiz minha morada
E dele não me aparto por nada
Me ofereceram ouro, já me ofereceram prata
Mas decidi que minha poesia é somente de minha amada.
Poema do Beiradão
Eita, amazônia, o país do beiradão
Caboclo sábio cunhantâ cheia de paixão
Das lendas aos sons e o cheiro do mato
Uma cobra grande avistada do espaço
Vejo furos entranhas lagos igarapés
Amor nas minhas veias couraça de jacaré
Pra resistir a tudo, até pensamento
Pra ficar forte pra ganhar nosso sustento
Ta no meu DNA indígena ser guerreiro
Meu lugar é abençoado, Deus é brasileiro
Onde está tudo que me faz cantar e sorrir
A certeza do orgulho de ser filho daqui
Minha riqueza é ter tudo com tão pouco
E ter alegria, a natureza é meu tesouro
Sou sortudo com minha família, saúde e fé
É o que preciso pra me deixa sempre de pé
Minha felicidade é de remada a remada
A canoa nunca pára, o rio é minha estrada
Meu destino é não ter destino
E sim destinar uma atitude que fará sentido
Para mim e para outro, tudo terá uma razão
Feito a vazante que chega no verão
Uma flecha sem volta de um arqueiro
Pois sou apenas mais um passageiro
Aqui nessa existência e nesse rio
Singrando minha sina no ciclo do cio
Você entendeu onde quero chegar
Aliás para finalizar é importante enfatizar
Nem Miami, Dubai, Europa ou Japão
É aqui nessas beiras que está meu coração.
Eu gosto de tranquilidade
de ser caboclo roçador
do respeito da amizade
de viver um grande amor
e eu desejo de verdade
que sejam feliz na cidade
como eu sou no interior.
O rio das garças
vem desde o arraial da telha
(onde colhi meu sangue caboclo)
até o atlântico
que beija portugal
e belisca o mar do norte
das terras baixas da holanda
(dois pedaços de terra onde meu sangue europeu nasceu)
O QUE É SER CABOCLO
Ser caboclo não é mole não.
É nascer no interior
Não ter medo de assombração
É trabalhar de sol a sol no roçado
Saber manejar o facão.
Ser caboclo é ser corajoso
Não ter medo de onça
É não ser preguiçoso
Ser um cara amigo e legal
E ser muito atencioso
Ser caboclo é saber se virar
É ter sorte na pescaria
Abarrotar no tamuatá
Trabalhar no plantio da farinha
E na colheita do guaraná
Ser caboclo é não reclamar
Da vida que se leva
Das dificuldades que passar
É ter muita fé e esperança
Que tudo vai melhorar.
Ser caboclo é ser amigo do peito
Respeitar todos sem distinção
Ter noções de seus direitos
Cuidar bem da família
Com dignidade e respeito.
FIM
OBS: Estas pequenas estrofes, dedico a todos os caboclos dos nossos interiores do Amazonas, aos quais tenho maior respeito e admiração.
José Gomes Paes
Enviado por José Gomes Paes em 26/07/2011
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T3118999
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"NOSSO OLHAR DE CABOCLO"
De onde eu vim
Por onde passei
Onde eu passar
Quero deixar sempre um sorriso
Do meu jeito de ser
Do meu jeito de olhar
Olhar as montanhas
Vários ângulos
Bem do alto
Decifrar seus mistérios
Ficar mais perto do céu
Sentir o frescor
Da natureza e tudo que é belo
Olhar para as matas
Cada árvore
Chão úmido de folhas secas
Pássaros voando
Macacos pulando
Diversidade que ela nos dá
Olhar de mateiro
Caboclo seringueiro
Desse meu jeito de ser
Do meu jeito de olhar
Olhar o rio Amazonas
Sua importância e riqueza
Sua extensão territorial
Quanta pessoa alimenta e transporta
Cuidar de sua preservação
Lutar pela sua sobrevivência
Para que no futuro outros possam
Usufruir de sua existência.
Olhar para cada irmão
Interiorano, na sua maneira de ser
Atencioso, no seu jeito de agradar
Simplicidade, na cumplicidade
De ser fiel ao seu irmão
Olhar de matuto, não besta
Esse nosso jeito de olhar
Nosso modo de amar.
FIM
José Gomes Paes
Enviado por José Gomes Paes em 01/09/2011
Código do texto: T3194841
Se o caboclo se preocupa muito em causar sempre uma boa impressão, pode ter certeza que ele é um idiota.
O CABOCLO É RICO POR NATUREZA
Autor: José Gomes Paes
A natureza é fonte de sobrevivência de todos.
Principalmente dos caboclos como nós.
Se os rios estão limpos e protegidos
Haverá muito mais peixes
Para saciar a nossa fome e de muitos outros.
Do pobre, do rico e do caboclo.
Porque o caboclo é rico por natureza.
Se proteger a mata os animais sobrevivem.
Posso matar uma caça para saciar minha fome.
Eu vivo na natureza e sobrevivo dela.
A floresta é meu lar
Ela me dá o ar que respiro
A fonte de água prá beber
Deito na rede me embalo e viajo.
Vou além dos meus pensamentos.
Sonho estar aqui pescando.
Remando, canoa adentro do lago.
Que rio! Parece um tapete brilhante.
De águas correntes vivas e rebujantes.
A receber seu ilustre filho da natureza.
De canoa entre os igapós
As arvores me rodeiam e me cobrem.
Vejo a minha sombra a refletir na água.
Como se fosse um espelho, dádiva da natureza
Nasci aqui neste pedaço do Amazonas
Cresci comendo manga no pé
Peixe assado na beira dos igarapés
Tomando banho no rio.
Desde menino eu aprendi.
A pescar, a caçar, a nadar.
Dos conselhos que minha mãe dizia
O pé de abacate no quintal.
O jaraqui frito que ela fazia
São coisas que me fazem lembrar.
Dos amigos que aqui deixei
E dos mais velhos que sempre respeitei
Das brincadeiras de pira
Jogos de turiste
O papagaio de papel.
O campinho detrás da Igreja.
A historia de Papai Noel
Do sapato embaixo da rede
A espera do presente de natal.
Das peladas do fim de tarde.
Do banho no cedro do porto.
Lembro bem do salto das ribanceiras.
O nadar no rio de águas brancas e frias
Dos ventos de verão.
Em baixo dos bejaminzeiros.
Que encobrem o frontal da cidade.
Oh! Cidade querida que tanto amo.
Que um dia me viu nascer.
Nunca vou esquecer-me de ti.
Porque quem ama sente saudade.
E a saudade dói muito no fundo do peito
Porque não proteger a natureza?
Se ela me dá o que eu preciso para sobreviver
Porque não preservá-la?
Porque não defendê-la?
Se ela me dá tudo.
Tudo o que eu posso ter.
A alimentação,
a mata,
a água,
o ar,
a chuva,
o vento,
o sol,
a lua,
o frio,
o peixe,
a caça.
Eu sou filho da mata, sou caboclo.
Caboclo rico por natureza.
E preciso sobreviver.
FIM
"O caboclo e a canoa, nunca se separam, é um amor infinito. Quando acontece a separação, é porque a canoa fugiu"
Não queira ser foda. Isso é frescura de caboclo de personalidade fraca. Seja gente. Isso sim é que é ser foda.
Caboclo índio.
Eu,
Eu sou aquele menino índio,
Um indio sonhador,
Tomo água de coco,
Sou caboclo sinsinhor,
Nasci em uma ilha,
No arquipelago do amor,
Na minha palhoça,
Moro eu,
E comigo mora também Deus,
Tenho um cachorro vira lata,
Que de mim nunca se apartou,
Sou eu que colho os frutos,
E degusto com sabor,
Não sou assassino,
Não mato os animais,
Sou roceiro e muito trabalhador,
Sou de uma visão muito aguçada,
E carrego comigo meus trapulhos,
Sou como uma ave,
Que voa alto como condor,
Corto cipó e pulo de galho em galho,
Aqui é meu parque de diversões,
Não uso lamparina,
As estrelas cadentes me conduzem,
E o luar é meu lampião,
Tenho uma baladeira,
Para as onças espantar,
Não sou de cantar sozinho,
Pois já choro com os passarinhos,.
A floresta é meu lazer,
Quando eu vou dormir cansado,
Me estendo no relento,
Cultivo lavouras,
E a natureza me da o que preciso
Enquanto eu for um indio,
Minh'alma,
Estará sempre evoluindo....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
Sô Juca
Num bóti reparu nu modi deu falá
Sô hôme simples, caboclo sem enricá
Pôcu letradu, mais tenhu vivênça
E vô ti contá puque bateu essi querê
De fazê ocê sabe de nossu cumpadi
Num é qui Tião se enrosco
Cum a fia de véia Fraviana¿
Nessa peleja, a minina pegô barriga
Tãossi Guilermino sotô as tampa
Tião juntô os trapo dele e ganhô mundo
Cumpadi Guilermino fez o mermo
Juntô os trapo da coitada
E jogo a minina Jussinaria na estrada
Ela vei batê aqui, sô Juca
Quis fazê pousada nu meu barraco
Mas aqui num dá, cê sabe
Ocê sempri diz que qué tê fio
E eu mandei a minina ai pro cê cuidá
Inté
Casinha de caboclo....
Casinha humilde....
Nesse simples poema....
Te verseio com sabor do amor....
Te trago no meu imaginar....
Com Requintes de humildade....
Nesse meu versejar.....
Em Simplicidade aqui te grafo...
Falo com os olhos...
E choro com a alma...
De uma verdade....
Que ficou pregada na parede...
Um retrato desbotado e empoeirado...
Filtro d'água de barro...
Louças antigas que até me inspira....
Pilão pra socar o café....
Radio a pilha de madeira....
Televisor preto e branco...
Não tinha nem uma cristaleira...
O piso era chão batido de terra..
Casa de alma verdadeira....
Ah geração de hoje....
Volto nos tempos do passado....
Não sei o que houve....
Mas tudo isso é me faz pensar....
Antigamente....
O talão de cheque era o colchão....
Onde se guardava dinheiro...
Mas pra falar a verdade...
Uso a frase de um cantor...
O progresso vai continuar...
E ele...
Respeitarei por toda vida...
Temos sim que evoluir....
Mas bom senso em primeiro lugar....
Autor:José Ricardo
Cunhado
Caboclo de minas...
Doido por um queijinho....
A bichinho batuta....
Baixinho no tamanho....
Mas de grandeTalento....
No manipular...
Tem suas ferramentas...
Criar e recria...
Carrega o Sobrenome de regalia..
Chamo de cunhado...
O significado traz a sua descrição...
Li no dicionário....
Vem de algum vendaval....
Tem sua doce alma...
Que combina com a poesia...
Gente fina....
E tem grande simpatia....
Faz um tempo que o conheço....
Protetor da familia....
Crê em Deus....
E trabalha todo dia....
Nasceu para brilhar....
Nesse poema....
Ele é o protagonista....
Finalizo esse poema....
Porquê ele é um Artista...
Ele sabe dos seu sonho...
E um dia vai concretizar....
E chamar nós todos....
Para um churrascar em familia....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
Sou caboclo do sertão
Me criei nesse pedaço de chão
Me enfio nas veredas
Em cima do meu alazão,
Saio a procura de alguém
Que roubou meu coração.
Vida de caboclo (Amazonas)
Caboclo é gente de bem, gente de Paz, vivi no interior do Amazonas, mas nas periferias, também,
Com seu jeito simples de ser, é um povo que cuida da nossa mata, sempre com a cultura de preservá,
Se alimenta do que o grande rio dá, mas também não deixa de pôr perto o aipim plantá,
Povo com um jeitinho único de falá,
para nós, que da Amazônia não somos, parece que estão sempre a cantá,
Gente honesta, trabalhadeira, tem paz na consciência na hora de deitá,
Levanta cedinho, as vez, até antes do sol raiá,
Com as ferramenta simples que tem, logo logo, se põe a trabaiá,
Planta, milho, feijão, e umas verdura, pra modi se sustentá,
Caboclo da Amazônia, de todos nós tem o respeito, pois, gente boa como eles é difícil de encontrá!
A. Cardoso