A gratidão da maioria dos homens não passa de um desejo secreto de receber maiores favores.
Se julgarmos o amor pela maior parte dos seus efeitos, ele assemelha-se mais ao ódio do que à amizade.
Os vícios entram na composição da virtude assim como os venenos entram na composição dos remédios. A prudência mistura-os e atenua-os, e deles se serve utilmente conta os males da vida.
Falta muito para que a inocência tenha tanta proteção como o crime.
A prudência e o amor não se fizeram um para o outro; à medida que o amor aumenta, a prudência diminui.
O silêncio é o partido mais seguro de quem desconfia de si mesmo.
Os velhos gostam de dar bons conselhos para se consolarem de já não estarem em estado de dar maus exemplos.
Ninguém pode pronunciar-se acerca da sua coragem quando nunca esteve em perigo.
Louvam-se ou criticam-se muitas coisas porque está na moda louvá-las ou criticá-las.
A verdadeira eloquência consiste em dizer tudo o que é preciso e em só dizer o que é preciso.
É uma grande habilidade saber esconder a própria habilidade.
Nem o sol, nem a morte se podem olhar fixamente.
Descobrem-se maneiras de curar a loucura, mas não se encontra nenhuma para endireitar um espírito louco.
Cada um de nós faria mais coisas, se as julgasse menos impossíveis.
Os homens não poderiam viver muito tempo em sociedade se não se deixassem enganar uns pelos outros.
Um verdadeiro amigo é o maior de todos os bens e entretanto, é aquele com que menos nos preocupamos em adquirir.
Prometemos conforme as nossas esperanças e cumprimos segundo os nossos receios.
Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado.
O mal que fazemos não suscita tanto a perseguição e o ódio como as nossas boas qualidades.
É melhor empregarmos o nosso espírito em suportar os infortúnios que nos acontecem do que em prever os que nos podem acontecer.