Se a coesão da nossa sociedade era mantida outrora pelo imaginário de progresso, ela o é hoje pelo imaginário da catástrofe.
Não é sempre por coragem e por castidade que os homens são corajosos e as mulheres, castas.
É mais fácil parecer digno dos empregos que não temos do que daqueles que exercemos.
O nosso amor-próprio suporta com mais impaciência a condenação dos nossos gostos que a das nossas opiniões.
Todos nós suportamos muito bem o mal dos outros.
A vergonha é a mais violenta de todas as paixões.
Na adversidade dos nossos melhores amigos, há algo que não nos desagrada.
É-se bem fraco quando se está apaixonado.
O ciúme é o maior de todos os males e é aquele que inspira menos piedade ás pessoas.
Se há homens cujo ridículo nunca se tornou evidente, é porque nunca procurámos bem.
O encanto da novidade e os velhos hábitos, por mais que uma coisa se oponha à outra, impede-nos igualmente de ver os defeitos dos nossos amigos.
Há por vezes tolos com graça, mas nunca com juízo.
Um parvo não tem categoria suficiente para ser bom.
O amor-próprio é o maior de todos os lisonjeadores.
É preciso possuir mais virtudes para manter a boa sorte do que para suportar a má sorte.
A lisonja é uma moeda falsa que só tem curso por vaidade nossa.
Os grandes nomes, em vez de elevar, rebaixam aqueles que os não sabem usar.
O ser humano é apenas feliz enquanto não é feliz.
Não serve para nada ser-se jovem sem beleza, nem bela sem juventude.
Por mais descobertas que se tenham feito nos domínios do amor-próprio, ainda ficarão muitas terras por descobrir.