Poems de natal

Enquanto se ameaça, descansa o ameaçado.

Todo o argumento permite sempre a discussão de duas teses contrárias, inclusive este de que a tese favorável e contrária são igualmente defensáveis.

Os avarentos não crêem numa vida por vir, para eles o presente é tudo.

A beleza é uma letra que se vence à vista, a sabedoria tem o seu vencimento a prazos.

Compreender é perdoar.

A inveja, que abrevia ou suprime os elogios, é sempre minuciosa e prolixa na sua crítica e censura.

A chave de todas as ciências é inegavelmente o ponto de interrogação.

Amai o que jamais se verá duas vezes.

Perdoamos mais vezes aos nossos inimigos por fraqueza, que por virtude.

A constância é o fundo da virtude.

Nem a fortuna nem a grandeza são, por si sós, suficientes para sermos felizes.

A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral.

O estudo confere ciência, mas a meditação, originalidade.

Um autor estraga tudo quando pretende fazer bem de mais.

O pretexto normal dos que fazem a infelicidade dos outros é de quererem o bem deles.

Em grande parte, os maridos são como as mulheres os fazem.

A ambição sujeita os homens a maior servilismo do que a fome e a pobreza.

Noturno

Lá fora o luar continua
E o trem divide o Brasil
Como um meridiano

Cada um é como Deus o fez, e muitas vezes até pior.

Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam.