Jean la bruyère
Desde os tempos gregos as culturas ocidentais têm enfatizado a dualidade, uma divisão ou diferenciação entre masculino e feminino, mente e corpo, logos e eros, ativo e receptivo, que depois se tornaram valores superiores e inferiores, respectivamente.
Héstia e Hermes representam idéias arquetípicas do espírito e da alma. Hermes é o espírito que põe fogo na alma. Nesse contexto, Hermes é como o vento que sopra a brasa no centro da lareira, fazendo-a acender-se. Do mesmo modo, as idéias podem excitar sentimentos profundos, ou as palavras podem tornar consciente o que foi inarticuladamente conhecido e iluminado o que foi obscuramente percebido.
A lógica poderá lhe dizer superficialmente aonde um caminho pode levar, mas não saberá julgar se seu coração estará nele.
Eu acho que sempre que a alma está presente, é porque o que você está fazendo, com quem ou onde você está, evoca amor sem que você pense sobre isso. Você está totalmente absorvido no lugar da pessoa ou evento, sem ego e sem julgamento.
A vida na terra é uma escola, é Deus quem controla tudo aqui, quem se acha demais se quebra e se enrola, quem pisar na bola vai ter que cair.
Esse orgulho é um veneno louco que mata aos poucos e faz destruir, quem leva na mão maldade e vingança, uma hora alcança alguém pra lhe ferir.
O que vou dizer é uma realidade, há tanta maldade solta por aí, o amor e o respeito perdeu sua vez, virou escassez, tenho que admitir.
Já vi muita gente brigar na esquina, por coisa mesquinha ou coisas assim, quem vive na terra espalhando ofensa, assina a sentença que decreta seu fim.
Quem pratica o engano o mesmo se condena, não vale a pena é estrago total, quem faz seu castelo firmado na areia a queda é feia, e se acaba mal.
Quem planta o ódio e semeia a mentira, conspira e cai num abismo fatal, a maldade é uma fera que fere e que mata, é nó que não desata, é laço mortal.
A vida aqui é curta demais, quem faz o bem recompensa terá, quem se corrompe com sua ambição, causa destruição, por ela morrerá.
O homem jamais ficará impune, Deus pune e dele ninguém escapará, quem não se arrepender perde a oportunidade, de na eternidade com ele morar.
...E que se acabe toda razão e que o amor com sua força entre em ação.
Que se acabe o ódio e que prevaleça o perdão.
Que se acabe a mentira e que a verdade vença a questão.
Que se acabe o egoísmo e que triunfe a união.
Que se acabe o medo e que aprendamos a amar de corpo, alma e coração.
Os escravos perdem tudo ao serem acorrentados – até mesmo o direito de se libertar dos grilhões; amam a escravidão tanto quanto os companheiros de Ulisses amavam seu embrutecimento. Portanto, se existem escravos por natureza, é porque existem escravos contra a natureza. A força fez os primeiros escravos, a covardia os eterniza.
Nas ruas há também uma quantidade de ruídos equívocos que perpassa. Produziu-se pois uma mudança durante estas últimas semanas. Mas onde? É uma mudança que não se fixa em sítio nenhum. Fui eu que mudei? Se não fui, então foi este quarto, esta cidade, esta natureza; é preciso escolher?
Mas, enfim, tenho de reconhecer que sou sujeito a estas transformações súbitas. Sucede que só muito raras vezes penso; assim uma infinidade de pequenas metamorfoses vai-se acumulando em mim sem eu dar por isso, e depois, um belo dia, produz-se uma verdadeira revolução.