Jean la bruyère

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Se amo a alguém é para dizer: tenho uma razão para não morrer.

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Feliz é a morte a saber da existência da vida.

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A mim transborda curiosidade, mas falta em vontade.

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Viver significa sofrer.

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Quando jaz ao chão, inveje meu destino!

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Viver consiste em enfrentar uma batalha que jamais será vencida.

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Morrer é simplesmente como dobrar a esquina.

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Alegremo-nos pois, a saber que a `jardineira` trabalha incansavelmente com tua inexorável fouce a arrancar o mal pela raíz: neste monte, uma erva daninha não nasce duas vezes.

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Antes de nascer, estava morto.

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A morte não tem sentido; a vida também não.

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A morte só deixa de existir, quando a mesma já nos acolheu em teu leito sangrento.

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Se quer saber a importância de uma pessoa, avalie o impacto que sua morte causaria.

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Grato sois à minha vida pois, através desta é que conhecerei a morte!

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Vida: viver ou sobreviver?

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A decepção de viver é recompensada pela glória em morrer.

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Teístas, escravos de suas próprias mentes.

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Não sou pastor para ter ovelha, nem ovelha para ter senhor.

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Somos tantos em população, que podemos ser considerados praga.

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Se ainda vivo
é por mera situação
incoerente:

O meu coração que bate
contra a vontade
de minha mente.

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Desejo de Morte

Branco anjo de candura.
Negro anjo, bela morte.
Desejei-te um dia. Hoje desejo a salvação.
E num pequeno instante juro, que esta, é a morte,
para os males do coração.

Não tenho medo de morrer.
Não tive medo de lhe querer.
Desejo agora, o antónimo de viver.
Que minha existência seja cancelada.
A minha alma, aprisionada.

Já ouço o sussurro da foice
a satisfazer o meu desejo.
Agora que me entreguei a Ela,
grito aos sete ventos:
Vem Anjo! Vem foice!

Vejo-a se aproximar.
Fulgaz como a luz.
Veloz e impaciente.
Sorrateira e silenciosa.
Desliza num rasto de sangue e dor.

Ó doce anjo de morte
respira junto a mim.
A exibir tua inexorável foice
rompe as veias do meu pescoço.
Beija o sangue, que delas vais brotando

Em teus braços agora a minha pressão sinto aliviar.
A respiração mais lenta e regular.
Minha pulsação deixa de ser o que é.
Meus olhos passam a ver o que não é.
Confunde-me a ideia e traz-me visões

Lentamente a força começa a faltar.
Agora é pior
não consigo respirar.
Enquanto entrego minha vida a Ela,
a dor já não mais sinto.

Emaranhado em teus cabelos, sinto o fim
em cada em uma de tuas doces palavras.
Em cada uma de tuas falsas promessas
há a sombra da morte, há a certeza
de que me fizeste deseja-la para mim

Anjo, negro anjo de morte
Ai como te quis anjo!
Entreguei-me a Ela, iludido por ti.
Roubaste-me a paz de espírito
Não me esquecerei de ti.

Vou para o mundo dos mortos.
Levo-te no pensamento, espero por ti
aconchegada às portas do inferno
com as marcas da morte em mim.
As já cicatrizadas marcas da foice

que cortou minha cabeça e meu corpo
com minha alma consciente disso.
Anuncia a felicidade no negro refúgio
uma bela caixa de madeira preta
sete palmos de terra em cima

Inserida por jeancarlomariano