Jean la bruyère

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Aos homens que se entitulam de visão futura muito cuidado; os traços belos ao longe podem se transformar em horrorosos monstros quando perto.

Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isto.

Quem ensina a viver são os inimigos, os amigos nos ajudam a suportar o aprendizado

Só tem lógica o que tem começo, meio e fim equacionáveis. Se querem viver em um país livre, não podem fazer Leis que proíbam chamar ladrão de ladrão.

A vida é um bem único de valor intransferível e insubstituível. A vida é empreendimento que não aceita sócios ou patrões. Vida é igual a um, singular por dom e essência. Jamais permita que sua vida seja conduzida por patrões, cônjuges, terceiros enfim. As decisões de sua vida não podem ser pautadas por vontade de outras vidas. Esteja livre para somar e aceitar aditivos baseado na sua liberdade respeitando a alheia. Empreender e somar-se a um projeto é diferente de se submeter ao uso ou usar outras vidas. Encare seu trabalho como caminho a ser percorrido na construção de sua história. Contemple e seja grato a quem lhe ajuda, não perca mais um minuto com quem lhe prejudicou, ou quis impedir-lhe de conquistar seus objetivos justos. Siga em frente sempre com a missão de fazer o melhor que puder para garantir que o que Deus lhe deu valha a pena no quesito propósito.

É preciso combater o imediatismo das idéias. Estas não resultam em boas soluções, podem parecer mágica mas não passam de tempo perdido. A idéia é como a cronologia humana na vida, quanto mais madura, mais consciente e eficiente.

Não importa de onde você tira as coisas – importa é para onde você as leva.

Mas onde existe ainda esse homem da natureza que vive uma vida verdadeiramente humana; que não leva em consideração a opinião dos outros, e que se deixa levar pura e simplesmente pela por suas inclinações e sua razão, sem atentar para o que a sociedade e o público aprova ou censura? Procuramo-lo em vão entre nós. Em toda parte apenas um verniz de palavras; em toda parte apenas a ambição por uma felicidade que existe simplesmente na aparência. Ninguém se importa mais com a realidade; todos colocam a essência na aparência. Vivem como escravos e bufões de seu amor próprio. Não para viver, mas para fazer os outros acreditarem que eles vivem ". Rousseau, XVIII

Acho que um homem pode sempre fazer
alguma coisa daquilo que fizeram dele.

A escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que se não escolher, assim mesmo, estarei
escolhendo.

Não importa o que fizeram contigo e sim o que fizeram com o que fará com você

0 que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo que o tenta e pode alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.

Todo povo que, por sua posição, se acha na
alternativa entre o comércio ou a guerra, é em si mesmo débil.

Os usurpadores conduzem ou escolhem sempre esses tempos de perturbações para fazerem passar, graças ao espanto público, leis destruidoras que o povo não adotaria jamais em situação normal. A escolha do momento da instituição é um dos caracteres mais seguros pelos quais se pode distinguir a obra do legislador da obra do tirano.

Amor de navegantes

Duro namorar
Quem namora o mar
Faço do peito o porto
Para que possa voltar
Já houve desembarque
Neste velho peito
Mas não teve jeito
O lugar já era seu
Por destino ou direito
Agora vivo a esperar
Cada dia é um baque
A vaga é sua, ocupe-a
Não navegue mais
Volte, marinheira,
Volte para o cais

Aos poucos

Aos poucos
A vida se esvai
A vida vai
Vida vai
Vida
Vai
Foi

Arte viva

Você é arte viva
Esculpo-a em minha fantasia
Michelangelo via anjos em pedras
Eu, em seus olhos, vejo poesia

Você é arte, você é ciência
Faz as pazes com a religiosidade
Einstein via no mundo a relatividade
Eu, em seus olhos, a verdade

Beleza natural

Já paraste para ver o mundo?
Como é raso e,
Ao mesmo tempo,
Profundo?
Não, não olhes as desgraças
Esquece os medos e ameaças
Olha a beleza
Da pureza
Da natureza
Já reparaste como o Sol,
O farol em nosso teto,
Brilha no verão?
E como o céu azul é bonito?
Andar cansa, mas faz bem
Amar machuca, mas faz também
O banho lava o corpo
Com água encanada
Mas a água do céu
Pode lavar a alma
Um dia que tinha
Tudo para dar errado
Já deu certo
Pelo simples fato
De ser mais um dia
Cabe a ti decidir
Se vais ver os defeitos
Ou a poesia

Contato

O que aconteceu com o toque?
Por que refutam o encosto?
Todos tão solitários…
Nenhum sentimento é exposto
Recusam um aperto de mão
Ou mesmo um abraço
Ninguém se toca
Dispensam até as palavras
Bastavam duas: "Bom dia"
Apenas uma bastaria
É claro, não sou extremista
Não precisa me tirar a roupa
Ou fazer uma dissertação
Mas tire-meum sorriso
Ou um poema
Pode ser pequeno
Mas faço-lhe de coração

(des)elegante

Não tenho elegância
Sou, talvez, um trapo
Que não vale um fiapo
Não tenho etiqueta
E se tivesse
O valor seria baixo
É, eu não me encaixo
O que tenho de elegante
É a dor que Leminski dizia
E com ela faço obra-prima
O melhor dos cálices:
Vinho tinto de poesia