O que te move
Eu sei que você ama muito uma pessoa. Todas as pessoas percebem isso, até aquelas que não fazem a menor questão de perceber. O problema é que você não está com essa pessoa, e queria muito estar, por mais que você jure por todas as coisas que não, queria estar junto! E aquilo começa a te corroer, você faz de tudo, faz coisas que se arrepende e aprende com isso, mas não consegue colocar em prática o que aprendeu, e nem teria aprendido, se não tivesse passado por isso, mas quer colocar aquilo em prática a todo custo! Se te perguntassem qual a data que você gostaria de voltar no tempo, saberia exatamente todos os pontos que voltaria, e corrigiria as besteiras que fez, mas sabe que isso é impossível, e fica se lamentando, dia após dia, do que fez. Até que um dia, percebe que não tem mais o controle da situação e se desespera! Mas simplesmente não há nada! Absolutamente nada a fazer. E você deseja parar de gostar, e fica tentando e tentando, mas não sabe o que fazer, tudo que faz pra esquecer, piora! Mas ao mesmo tempo em que quer esquecer, não quer! Por quê? Ninguém sabe, talvez tolice, talvez esperança, talvez seja um sentimento muito grande para ser suprimido assim tão facilmente. E o aperto no seu peito fica lá constantemente, durante o dia todo, aquela dor física. Você acha que vai morrer, até coloca a mão no peito algumas vezes, como se isso fosse aliviar em alguma coisa, mas ele não passa. Você depois de tanto tempo, acaba se acostumando com a dor, e ela fica ali. Um dia até aprende a controlá-la, mas ela não sai de lá. Se ficar, mesmo que por um segundo desatento, a dor aparece e volta para o seu peito. Toda vez que ela surge, parece que está mais forte, você sempre acha que quando ela vem, não vai conseguir controlá-la. O que acontece é que, na verdade, cada vez você vai ficando mais forte, mas tudo tem o seu preço, quanto mais forte fica, mais frio também, mais difícil é alguém conseguir chegar perto, porque quanto mais frio você é, mais frieza transmite pra quem está à sua volta. As pessoas, na verdade, não estão procurando por frio, sabia? Elas querem é um aconchego quente e confortável, e não um cubo de gelo duro.
O Preço de Uma Lição
Ninguém consegue amordaçar a boca quando o coração grita. Por isso, eu não acredito em amores secretos, mas sim em erros ocultos!
O preço que se paga pelo uso ideológico da verdade nesse mundo confuso, é a cruz construída para punir os mentirosos!
Prefira manusear uma víbora peçonhenta a tentar abrir os olhos de quem anda enamorando seus próprios pesadelos!
Acho que o presente é o que importa, não o passado! O passado tem que sumir. Se tentarmos manter vivo o passado, acabamos, penso eu, por distorcê-lo. Nós o vemos de maneira exagerada... é uma perspectiva falsa.
Não se trata de tocar
bem ou mal, é como
se sente a respeito do
que você toca.
O importante é sentir
a musica que toca.
Estava suave o sol, o ar limpo e o céu sem nuvens. Afundado na areia, um caldeirão de barro fumegava. No caminho entre o mar e a boca, os camarões passavam pelas mãos de Zé Fernando, mestre de cerimônias, que os banhava em água-benta de sal e cebolas e alho.
Havia bom vinho. Sentados em roda, amigos compartilhávamos o vinho e os camarões e o mar que se abria, livre e luminoso, aos nossos pés.
Enquanto acontecia, essa alegria estava já sendo recordada pela memória e sonhada pelo sonho. Ela não terminaria nunca, e nos tampouco, porque somos todos mortais até o primeiro beijo e o segundo copo, e qualquer um sabe disso, por menos que saiba.
[...] Como saber se algo é de fato verdadeiro? Faça o teste da simplicidade. A verdade autêntica é simples e compreensível a todos, até mesmo crianças.
"Este povo, que andava nas trevas, viu uma grande luz", afirmou o profeta Isaías, "aos que habitavam na região da sombra da morte, nasceu-lhes o dia."
Posso responder resumidamente: o homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar todas as suas capacidades e possibilidades.
Portanto, toda e qualquer decisão unilateral deve ser recusada. Se Aristóteles vivesse hoje, talvez ele dissesse que a vida de uma pessoa que só cultiva o corpo é tão unilateral - e portanto tão lacunosa - quanto a vida de outra que só usa a cabeça. Ambos os extremos são expressão de um modo errado de viver a vida.
UM POEMA DE AMOR
Escrevi esta crônica no dia 23 de outubro de 1994. Faltavam dois meses para Déborah completar dois anos e eu já começava a perceber que não poderia exigir que a flor pudesse ter asas ou que falasse, como se isso fosse a única forma de ser feliz, pois descobri que um simples olhar de felicidade dela era suficiente para eu ser também, então, se minha filha era feliz, o que mais eu poderia exigir de Deus ?
E assim eu consegui ser muito mais feliz como sou até hoje ao lado de Suelane e de nossas duas filhas: Déborah, nossa flor e Barbarah, nosso raio de luz.
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Déborah,
Criei um mundo só nosso. Abandonei sonhos antigos, renunciei a tudo. Nada mais fazia sentido a não ser lhe fazer feliz, Déborah. Procurei em livros respostas para as minhas perguntas, mas em nenhum deles consegui encontrar algo que pudesse preencher o vazio que crescia dentro do meu coração, por lhe ver tão distante de mim, mesmo estando ao meu alcance.
Os dias para mim se passavam rápido, mas para você era como se tivesse parado, pois continuava, lentamente, tentando acompanhar o ritmo deste mundo tão longe do seu. Várias vezes refugiei-me num mundo imaginário, e nele eu lhe via correndo para me abraçar, ao chegar do colégio, com o rosto sujo de tinta pintado pelas tias; várias vezes me imaginei na obrigação de todo dia ir pegá-la na porta do seu colégio, e só depois que a última criança saía era que eu voltava a realidade... e lá estava você indiferente a mim e aos seus intocáveis brinquedos, se esforçando para engatinhar alguns centímetros do chão, que pareciam léguas.
E o que para muitos era rotina, para mim era um sonho, pois eu vivia num mundo só de fantasia, imaginando você correndo no lugar daquela criança que passava fazendo barulho na calçada; pensando ser você me pedindo a bênção aquela criança que me puxava pela roupa no centro da cidade, estendendo a mão pedindo uma esmola. Vi sonhos nos seus olhos tão meigos, quando em silêncio, me acariciava com o olhar como se lesse os meus pensamentos, querendo dizer-me para não abandoná-la um só instante. Talvez nem sabia que era eu quem lhe pedia a mesma coisa, pois ao seu lado aprendi a ser feliz. Aprendi a sorrir com a simplicidade de existir, e percebi o quanto são felizes os lírios do campo que se curvam, em agradecimentos, ao toque da mais leve brisa que lhe acaricia ao cair da tarde ou ao nascer do dia, mostrando-nos o quanto devemos ser gratos a Deus por nossa existência.
Em cada sorriso seu eu percebi a esperança brilhar, brilhar no seu rosto tão singelo, como se pedisse desculpa por alguma coisa.
Hoje você já nota a minha presença, talvez até distingue-me das outras pessoas, mas se não distinguir não importa. O importante é que já consegue me abraçar como eu sonhei um dia.
Talvez sinta a minha ausência, mas se não sentir, não importa. O importante é que sorri para mim toda vez que me ver. Seria tão bom se corresse para os meus braços ao me ver chegar, mas se não consegue, não importa. O importante é que me espera sentadinha com um sorriso que torna-me feliz como nunca fui antes.
Ah! Como eu queria que pudesse, mesmo que baixinho, e nem que fosse uma única vez, chamar-me de papai, mas se não consegue, não importa. O importante é que, apesar do seu silêncio, eu consigo escutar um voz mais baixa que o pensamento, me chamar.
Eu queria tanto que pudesse entender as estórias que lhe conto quando estamos sozinhos, ou que pudesse pedir-me para cantar uma canção de ninar para lhe fazer dormir, nas noites quando acorda sem sono. Talvez até queira e não consegue, mas não importa. O importante é que continuo a contar-lhe estórias e a fazer-lhe poesias, pois sei que um dia irá lê-las, então, se hoje elas falam de você para o mundo, amanhã falarão de mim para você.
Te amo, minha filha.
É impossível existir tanto amor e tanta felicidade, e no entanto existe. E o que eu posso querer mais ?
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Déborah já conseguiu com as mãozinnhas juntas, como se segurasse nela mesma, andar sozinha, para os meus braços. Hoje já não anda mais, porém ao me ver vem de joehos na maior alegria, parece até que vem levitando, chego a imaginar que é um pequeno anjo em oração.
___________________________________________________ Transcrito do livro : “O Diário de Déborah”
Da lua nasce o luar, da noite o doce amanhecer. Da minha boca saem palavras de carinho e amor por você.
Quando eu conheci Jesus e lhe permiti reinar em mim, notei que todas as minhas filosofias eram sombras e simples afluentes, enquanto Ele era sol unido ao mar, aguardando-me de braços abertos!