Dia Nacional do teatro
"O Poeta é um fingidor", Fernando Pessoa sabia bem o que quer dizer isso, pois levou a vida a inventar outras mil pessoas, com o fim de esconder quem de fato era: Um gênio incompreendido, um débil fingidor da sua real essência mortal e decadente... é dessa matéria que se forjam os poetas geniais.
Admito, sinto medo às vezes
A violência me olha com sede
Homem da caverna de Platão
Atirando pra pintar paredes
Orixás moram na minha testa
Coroa celestial
Prêmios por minha cabeça
Quem tentar sabe o final
Nem sempre a gente sabe o que precisa. É a grande chance de consertar uma coisa que não seja a sua bicicleta. Dá para consertar uma pessoa.
Meu Amor
Quando olhares para as estrelas
pergunta por mim
e ela dir-te-ao
"Sabemos os segredos de todos os amantes
que choram as suas dores
que anseiam pelo toque de quem amam
Sabemos as angustias que lhes torturam
a alma e
a amargura que inunda seus coracoes...
Dela,daquela por quem tu perguntas
ela e a voz de todos eles!
Ela e ogrito mudo que na noite ecoa
e que ninguem ouve.
Tem nela todas as lagrimas escorridas
perdidas
enxugadas
do feitico de promessas feitas
e nao respeitadas.
Todas as oracoes e clemencias
esquecidas pela traidora e va Esperanca.
Mas Ela
Ela e a unica que tem a alegria
do teu doce e sincero amor
Ela e a unica que chama pelo teu nome
E a unica que sabe
que neste tumultoso e efemero mundo
de sonhoe e Almas despedacadas
Ela tem a sua a salvo...
Es o guardiao da sua Alma
Ela nao tem medo...
Meu Amor,pergunta as Estrelas...
(...) Então, bebamos uma xícara de chá. Faz-se o silêncio, ouve-se o vento que sopra lá fora, as folhas de outono sussurram e voam, o gato dorme sob uma luz quente. E em cada gole, se sublima o tempo.
Passei pelo menos trinta minutos de humor massacrante. E, depois, de repente pensei: mas por que é que eu queria tanto que ela a agarrasse? Por que é que dói tanto quando o movimento não é sincronizado? Não é muito difícil adivinhar: todas essas coisas que passam, que deixamos de ter por um triz e que são perdidas para eternidade... Todas essas palavras que deveríamos ter dito, esses gestos que deveríamos ter feito, esses kairós fulgurantes que um dia seguiram, que não soubemos aproveitar e se afundaram para sempre no nada... O fracasso por um triz... Mas foi sobretudo outra idéia que me veio à cabeça, por causa dos "neurônios-espelhos". Uma idéia perturbadora, aliás, e talvez vagamente proustiana (o que me irrita). E se a literatura fosse uma televisão que nos mostra tudo aquilo em que fracassamos?
Bye-bye movimento do mundo! Poderia ter sido a perfeição, e é o desastre. Deveria ser algo que vivêssemos de fato, mas é sempre uma fruição por procuração.
E aí pergunto a vocês: por que ficar nesse mundo?
Então eu não estava sonhando, afinal de contas, a menos... a menos que sejamos todos parte do mesmo sonho. Só espero que o meu sonho seja meu, e não do Rei Vermelho! Não gosto de pertencer ao sonho de outra pessoa.
Como ainda não experimentei, não posso lhe dizer ao certo... mas temo que seria um pouquinho difícil.