Jean la bruyère
Todo mundo vira poeta na madrugada...
Porque lá, a solidão congela o coração...
E até a sua alma se sente abandonada...
Assim, escrever passa a ser a sua salvação!
Pedro Marcos
FECHEI OS OLHOS E PENSEI NO SEU SORRISO.
Em um milésimo de segundo sinto meu rosto formigar, meu lábio se abrir e lentamente abro meus olhos, dou uma piscada profunda e apenas sinto meu rosto sorrir por lembrar do seu riso.
Meu coração precisa entrar em festa
Há muito tempo a solidão me infesta
Sei lá, sei lá
Amor, se mereço sofrer
Sei lá se fiz por merecer
Hoje a alegria quer trocar de bem comigo
E sou capaz de apostar se for preciso
Que nesse papo de amor
Ninguém sai vencedor
Por que trazer pra mesa desamor?
Vem, me dá mais um trago
Deixa amanhã eu pago
Pendure a minha amargura
Hoje ninguém me segura
Quem for falar de tristeza
Não vai sentar nessa mesa
Depois das seis
Lá se vai mais um dia
e ao por do sol, o medo aflinge
a noite é minha inimiga.
Dela não me aprazo;
muitos a aproveitam,
e nela escrevem suas histórias;
baladas, bebidas, amores.
Mas na vida, nem tudo são flores.
Ela pra mim tem outro sentido,
as forças não têm subsistido
aos pensamentos que me consomem,
segundos viram horas,
o sono tranforma-se em um pesadelo acordado;
as vezes penso tudo isso ser uma inverdade,
que todas noites tragam consigo,
crises intensas de ansiedade.
Pessoas almejam crescer, trabalhar, construir;
A magnitude do sonhar humano é inefável,
não cansam de idealizar,
mas nem o maior desses desejo é comparável
ao meu anseio pelo sol raiar.
O ENCONTRO
Lá vem ela
a primavera
Como ela vem?
Feliz,
com flores até o nariz!
... E lá vou eu
Como vou?
Com esperança de ao menos uma dança no jardim do meu amor.
Elisa Salles
A preguiça de se informar, de buscar o saber que está lá e é gratuito, se aplica em qualquer área do conhecimento humano, pois nos devemos evoluir, nos instruir. Pois a ignorância em qualquer de suas manifestações é um estado de miséria para o ser humano. No curso história a humanidade adotou como modo corrente de existência um padrão, deplorável lamentável. A maior parte da humanidade, geração após geração, viveu e vive ainda semelhante aos animais: seus objetivos se limitam a busca de satisfação de seus instintos e necessidades básicas: comer, beber, descansar, acasalar e procriar, em seguida almejam a busca da satisfação de suas ambições de acúmulo de bens e de domínio sobre os demais. Este plano de consciência é o mais primário da escala, um estágio apropriado para os cães, os porcos e os dementes, porém absolutamente indigno para nós que nos dizemos seres superiores aos animais, seres racionais e Pensantes. Perdendo o tempo precioso e curto que nos é dado nessa vida, criticando, tentando enfiar nossos achismos nas cabeças dos demais, jogando tempo fora, entretendo-nos em jogos, afrontando, brigando, julgando, lamentando, xafurdando no lamaçal da pequenez. E aí queremos ser superiores aos animais em que? Se não aprendemos, estudamos, lemos, evoluímos.
"Ando meio desligado. Voando sobre as nuvens de mim mesmo. Sei lá.
A vida me cumprimenta, finjo que não é comigo e continuo andando. Devo ter me perdido um pouco no labirinto do acaso, entregue a própria sorte, que também não vai muito com
a minha cara.
E ali está ela, toda feita de primeiras impressões e vontades subentendidas.
Pergunto-me o que se esconde por trás dos olhos cor de terra, além das possíveis dores desnecessárias. Ela parece feliz. É inadequado pensar em nós, pois a palavra “nós” não
cabe mais dentro do que nos tornamos.
Ela ainda tem aquela expressão serena de alma súbita, que pulsava em suas veias enquanto dizia o
meu nome. Sabe das minhas idas e vindas, sabe o que eu penso antes mesmo de eu pensar. E está ali, do outro lado da rua, talvez desligada também, se perdendo em alguma rota de si mesma.
Quero chamá-la, convidá-la para o café sem leite e sem açúcar que sei que ela gosta. Aquele que ela deixa esfriar propositalmente, não porque esquece, mas por gostar do toque
frio da bebida. Então reflito sobre os nossos danos em meio aos anos de guerra e paz. Ela não é digna de que eu entre em sua vida e aprenda a gostar das coisas que ela adora, pois tudo o que ela toca parece virar pedra. Isso também vale para o coração. Então,
faz eu me sentir culpado, sem meio-termo, talvez um pouco paranoico e estupidamente emotivo, por todas as brigas que eu recuei pelo medo de perdê-la.
Sei lá.
Ainda a encaro. Tento não me apaixonar pela mecha que cai discretamente em seu rosto. Aliás, se apaixonar vai ser sempre a melhor/pior coisa que se pode tragicamente – ou
não – acontecer com alguém. Apaixonar-se pela avalanche de dúvidas, pelo penhasco de confusões, onde sutilmente estamos caindo.
Ela sabe tão bem o que quer e eu sei disso pela linha reta e firme que se forma em sua testa. Eu fui o seu erro. Ela competiu entre os meus sonhos e os meus medos. Decidiu
ser só uma escolha em meio a milhares de escolhas. Só um pedaço do amor honesto que, no momento, me faz perder um pouco a pose, quase me desmascarando.
E ainda estamos caindo.
Em velocidades atrativamente parecidas, até porque sempre achei que a maioria das pessoas passa pelo luto de um jeito igual. E a nossa tristeza meio que combina, mesmo que
em sua mais bela e formosa superficialidade.
Ela não está pronta para ouvir a minha voz. Torço para que não encontre alguém melhor que eu. Penso que sou egoísta. O amor tem lá o seu egoísmo. O amor não pede a nossa opinião,
tampouco os sentimentos que habitam em nós. Mas, se encontrá-lo, que seja alguém decente, que finque os pés no chão quando os temporais de indecisões que a aflige despencarem do seu peito.
Ela caminha um pouco em meio ao friozinho de outono. Ouço os seus passos curtos, como se estivesse caminhando no corredor de nossa antiga casa. Não sei se é obra do acaso,
ou apenas uma extensa peça de teatro cheia de atos e clímax, aquela que certamente fracassei como vilão. Eu amava uma garota e uma vida e sinto que perdi o controle de ambas.
Sei lá. É que tudo parece descomplicado quando as promessas eram só piadas sem graça contadas na varanda, em plena sexta à noite. Nunca fui bom com piadas. Devo ter levado
tudo a sério. As frases soltas ainda fazem sentido, assim como as músicas, os livros e os karmas.
Sinto a enorme vontade de perguntá-la: “você sabe o que está perdendo?”. E entre a infinidade de respostas matematicamente possíveis, ela soltaria o sorriso contido que sempre
deixa no ar quando não quer magoar ninguém. O silêncio também é uma resposta, talvez a mais expressiva delas. O silêncio é a sua marca registrada, o seu charme sempre foi o mistério. E eu admiro os dois, mesmo que me dilacerem mutuamente.
Ainda voo sobre as nuvens de mim mesmo.
Ela ainda está de pé, pensando em nada, servindo de paisagem para os meus devaneios.
Eu sou o estranho do outro lado da estrada.
Eu a fito propositalmente de um jeito que encabularia qualquer ser humano desse planeta, até mesmo os não-praticantes. Por que mesmo estamos desistindo? Por que eu me considero
tão inocente no instante em que sinto o amor afundar em mim? O que ela tem que faz com que o tempo seja só uma palavra tosca do dicionário? Sei lá.
Subitamente, o seu olhar me encontra. Paro de respirar, minhas lembranças fazem uma pausa, meus nervos estremecem. Ela chega a franzir a testa, desatinando em minha direção
uma expressão perdida, como quem explica que o lugar dela não era ali.
Não era aqui. Ela já chegou ao final do penhasco, ajeitou o cabelo, relaxou os ombros e foi viver a sua vida.
Não sei quais são as regras do cemitério de amores. A gente se esbarra? A gente se cumprimenta? Conta como que tá a vida? Fala do divórcio dos pais, da queda da bolsa, da
paz mundial? Eu te dou um beijo no rosto ou te abraço? Aceno de longe com a mão ou, indiferente, inclino levemente a minha cabeça em uma saudação seca?
Esperei pelo sorriso contido seguido das frases soltas. Desejei em meu íntimo um convite inesperado para contar as estrelas, enquanto a gente se envergonha no escuro da noite.
Ela - com a delicadeza de uma nuvem -, encontrou a sua rota, talvez nunca perdida, e seguiu em frente. Seguiu para a vida que não teremos, com amigos que não vou conhecer.
Sempre achei que ela tomava decisões certas, quem sabe partir foi uma delas.
Eu ainda era o estranho. O estranho que não aprende nunca.
Ela nem precisou me tocar e, em um segundo, eu já havia virado pedra."
A esperança nunca morre para aquele que tem fé, a esperança é Jesus lá na frente nos mostrando o caminho e dizendo : resista um pouco mais que a sua vitoria está chegando.
A vida é movimento constante.
Creio que aí está toda a graça em vivê-la:
No não saber o que será amanhã;
no desconhecer que laços se romperão
e quais elos irão se formar.
No inexorável movimento da vida
está o mistério dos encontros
e dos desencontros.
Cika Parolin
O tempo pode passar
A distância pode chegar
Seja lá o que for
Aconteça o que acontecer
O amor verdadeiro, para sempre, há de ficar!
Helda Almeida
Da serena manhã ao entardecer foi poesia
Lá fora chovia
Lá dentro sorria
Pois ali não havia alma vazia
Ali não se via falsa avalia
Valia tudo que ouvia
Dizia tudo que valia
Contudo sabia enfim que tudo podia
O escudo cedia e assim o estudo fluia
Sem norma exalava tudo que sentia
De forma que não esvaziava a luz que incluia
Sem saber da hora pois não lhe devia
Da serena manhã ao entardecer foi poesia
"A vida é curta e preciso começar a vivê-la da melhor forma que conseguir, ser feliz, viver os meus sonhos e mais do que qualquer outra coisa, me amar assim como mereço."
A mesma flor que enfeita seu jardim, sua vida,
por tê-la cuidado com tanto carinho, poderá ferir-te ainda que sem espinhos...
Toda realidade antes é sonhada. Sei lá, sonho é sonho fica na mente né. A grande questão é: tentar colocar em prática. E se você não tentar, nunca vai saber. Siga o exemplo das crianças. Acredite INCLUSIVE em você. A maior empresa do mundo é a sua empresa.
A vida tem sido um pouco dura com ela. Talvez queira ensiná- lá alguma coisa com tudo que vem passando. Ela não estava preparada para viver o que vem vivendo.
Ela tem moldado seu coração, para tentar suportar as avalaches que estão surgindo. Mais está ficando frágil, se sentindo incapaz. Deixando de acreditar que exista sim felicidade.
Que exista um coração que ainda lhe caiba.