Poems de natal

O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.

Não há ofensa que não perdoamos, depois de nos termos vingado.

A modéstia doura os talentos, a vaidade os deslustra.

A ciência dos projectos consiste em prever as dificuldades de execução.

Antes de atacar um abuso, deve ver-se se é possível arruinar-lhe os alicerces.

A loucura dos que têm êxito é a de se julgarem hábeis.

Só se pode conversar duas horas com uma mulher quando se lhe diz sempre a mesma coisa.

A vida, quando é miserável, custa a suportar; se é feliz, é horrível perdê-la. Uma coisa equivale à outra.

Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.

Os homens têm geralmente saúde quando não a sabem apreciar, e riqueza quando a não podem gozar.

O interior das famílias é muitas vezes perturbado por desconfianças, ciúmes e antipatias, e enganam-nos as aparências de satisfação, calma e cordialidade, fazendo-nos supor uma paz que não existe; poucas há que ganham em ser aprofundadas.

É necessário subir muito alto para bem descortinar as ilusões e angústias da ambição, poder e soberania.

Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.

Quando se envelhece, as irritações transformam-se em tristeza.

Não desespereis na desgraça, ela é frequentes vezes uma transição necessária para a boa fortuna.

As opiniões de um século causam riso ou lástima em outros séculos.

A virtude é coisa deveras inútil e frívola, caso apenas tenha a recomendá-la a glória.

Não é raro aborrecermos aquelas mesmas pessoas que mais admiramos.

A experiência que não dói pouco aproveita.

A impaciência, quando não remedeia os nossos males, agrava-os.