Branco
Eu tenho um livro em branco. Você, uma caneta sem tinta.
A única forma de escrevermos uma história, é com sangue.
O que dar valor e vida ao piano é a união de dois elementos diferentes: o preto do ébano e o branco do marfim os dois lado a lado produzem uma linda e perfeita harmonia. Aprenda a conviver com o diferente e o seu valor se revelará.
Vou dormir com a lua
pois só ela traz pra mim
um branco fosco e escuro
um preto de brilho sem fim.
Vou acordar no mar
pois só a maré pode trazer
um sal que adoça meu azedo
o mel que me leva a você.
Vou me descansar na nuvem
pois só ela é pureza sã
deitar por somente deitar
sem pensar no amanhã.
Vou me esconder com o sol
pois só ele tem a chama
que eleva cada vez mais
o nosso fogo na cama.
Não uso branco
tampouco preto
fui vestido desde tempos antigos
com a tonalidade vermelha
talvez miscigenado,
vagando entre os termos
mas sem nunca me definir
se branco ou preto,
sou apenas a cor solitária
que anda sozinha na noite
deturpando virgindades
e a infância das moças,
sem uma alma gêmea,
residente de outra dimensão
onde amores são unos
e vagam como eu
nestes termos indefinidos,
acatando assim a solidão
vermelha dos dias.
Rabisco
Me arrisco
Me equilibrando sobre o risco
Que no branco do papel rabisco
Enquanto espero a inspiração
"Dizem que eu sou misterioso.
Minha vida é um livro aberto com páginas em branco que ainda precisam ser escritas.
as páginas da minha vida só poderão ser escritas por mãos que contenham tintas tão marcantes q nem mesmo o tempo é capaz de apagar ou até mesmo enfraquecer as escritas! Qual seria a tinta necessária para tal escrita?"
Se seu mundo eh preto e branco,de o colorido que nele falta...vc pode,vc consegue!!
Que a sindrome de Pollynna nos contamine!
Eu aceito um vinho. Tinto ou branco, tanto faz, qualquer um que me deixe um pouco tonta e sorrindo de orelha à orelha. Descobri que gosto de flores e que troco muita coisa por um pôr-do-sol bonito e aquele momento em que ninguém fala nada mas tanta coisa é dita. E pensar demais faz doer. Já sei disso. Entendi, mas não consigo parar de contabilizar. Com você, menino, aprendi a força do pensamento. Aprendi a ter medo do escuro e a chorar em silêncio. A esquecer mais do que lembrar, se é que você me entende. E também a diminuir a velocidade dos meus sonhos. E de tanto ouvir que eu era intensa eu me encolhi nos meus desejos tão simples. Eu só queria ser amada, menino que mal há nisso? Eu não entendo. Eu queria tanto, mas eu não consigo.
Então eu decidi te encarar. Cuspir verdades, ora, seu hobby preferido, se tornaria o meu também. Agora vou gritar toda a mágoa que guardo aqui dentro pra você ouvir. Coloca o fone de ouvido. Pro seu egoísmo ouvir que eu decidi ser tão imperfeita sozinha. Que eu já tenho fantasmas demais aqui dentro me dizendo impropérios e não preciso de mais um. Que eu sou assim mesmo e que é assim que vai ser. Que era pra você despertar o melhor de mim...mas não. Você desperta a menina insegura que eu não quero ser. Então se é assim que vai ser me deixa ser intensa sozinha. Que é capaz de eu encontrar alguém que goste de boas doses de drama e um pouco de loucura pra essa vida chata que a gente leva vir mais leve. Que é capaz de eu reencontrar alguém que se diverte com as minhas lágrimas fora de hora e dos meus risos tão longos.
PAGINAS EM BRANCO
A medida que envelhecemos,
vamos transformando-nos em
verdadeiras bibliotecas de
pesquisas.
Uma enciclopédia,
um Google,
um verdadeiro manual de vida.
Um compendio de experiencias,
um manual de instruções,
livro de receitas e bulas.
Anuário...
Catálogos de curiosidades,
almanaques incríveis de costumes e
lugares do mundo.
Calendário de aniversários,
um guia de instruções para
pequenos e complicados detalhes
da vida, dos amores,
consertar um liquidificador
ou desarmar uma bomba atômica.
Um certificado de garantia
para uma vida mais facil e feliz.
Mas...
Infelizmente, esquecidos num canto,
numa prateleira empoeirada,
abandonados numa estante da sala,
até ao infeliz momento em que
as paginas ficam em branco.
Se a sua mão estiver suja de sangue, por favor, nao as limpe num pano branco, por que branco é o sibolo da paz..... nao mate ....
Olho para o céu. Vejo uma nuvem passar logo abaixo do sol. A parte superior é toda de um branco elétrico. Eu me recomponho. Não desista ainda, penso. Ainda não.
Vai decalcado neste soneto, o pedaco
De uma'lama violada pela vergonha,
Que engravidou este branco papel almaco
Por emprestimos na arte do Noronha.
Sem poder sequer fingir o nitido traco
Da tristeza deste ser, que todas noites sonha
O que em dia se resume em estilhaco
De uma esperanca nao menos tristonha.
Nao fosse a poesia, enorme o suficiente,
Para enjaular nas celas do subconsciente
Os retalhos de um coracao , ja nao meu
Talvez desabasse o proprio futuro
Unica luz que me mantem seguro
Da ressureicao da moral que agora morreu.
Quero-te de branco,
ou antes, modelada
nas roupas que cosesses
das bonecas, nos saltos,
nos baloiços, nos degraus
de uma porta qualquer donde saísses.
Quero-te de branco e intocada,
carregada porém dos anos buliçosos
e das vidas ausentes.
De branco, meu amor,
e de tão branco
que me desses o mundo em luz de sol.
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