Branco
Tal como tu, este ouro também é limpidamente branco.
Tal como tu, este diamante também é único.
Mas somente você é inestimável!
Tudo azul
O amor deve ser azul,
a cor da alma, também !
quase tudo que de belo existe,
muito dessa cor, contem
Cores
Vivi nesse meu mundo cinza a muito tempo, precisei sair para buscar um pouco de vida. Saí em busca de algumas cores, encontrei uma ou duas mas não achei muita graça nelas. Procurei e procurei, até que um dia te encontrei, eu me aproximei e gostei do que vi, você carregava várias cores e por você, eu me encantei... Te trouxe para o meu mundo e com muito carinho nós dois colorimos tudo, trabalhamos sem parar e deixamos as coisas cheias de vida. Quando enfim terminamos, eu quis admirar o que fizemos, mas com todas essas suas explosões de cores você não conseguiu ficar para admirar comigo, você teve que partir para fazer outras obras...
Você coloriu meu mundo e foi embora. Me deixou aqui pensando... Não seria melhor ter deixado tudo preto e branco?
Slá, só mais um café.
"Quando a gente olha com os olhos do outro, vê muito mais ...e aquilo que nós pensavamos ser cinzento,não é cinzento mas uma tonalidade que se desbotou do branco"
Branco azul
Uma folha em branco
agora com curvas azuis
pela simples atitude
há tão pouco reprimida
de uma mente fértil
mas sorrateiramente fugaz
Uma folha em branco
o espelho de um autorretrato
que quase sempre em cacos
reflete as distorções do mosaico da vida
Uma folha em branco
pronta pra ser escrita
lida, sentida, desvendada
e que reluta constantemente
a esse ato de coragem
Resistência
Uma folha em branco... não mais.
Letras, desenhos, símbolos, emoção
no momento em que se permitir,
ainda que com rasuras,
ser arte
na curva de uma caneta azul.
EM BRANCO ...
Olho-te devaneando, arranjando, e aí tento
No vácuo do teu vão, da palidez e alvura fria
A poesia que transvaze do meu pensamento
E, somente rabisco uma fisionomia tão vazia
Mas, insisto no carente, inteirar o anseio lento
Com feito, fantasia: - nessa sensação sombria
E assim, então, criar solenidade no momento
Para ver se abranda a minha solitária melodia
Em branco, a imaginação no papel em agonia
Escreve e apaga, retira e devolve, cria e recria
Que zombaria, e a desordem devora o escrito
Ó solidão, fala alto, deslustrando cada ensejo
Tudo revelado, nada mostrado, e pouco vejo
Neste curto desejo, só um versar mais aflito! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/02/2021, 11’42” – Triângulo Mineiro
O espaço em branco não é vazio, é silêncio. É onde a calmaria reina, o corpo descansa a alma reabastece, é onde seremos eternamente livres para viver nossos sonhos. É onde ponderamos nossas escolhas, onde há oportunidade de repensar, recomeçar. Viver. É agora!
Tem vezes que está tudo preto e branco né?
Pra todo o lado que você olha está preto e branco. Aí você respira, suspira e fecha os olhos por alguns segundos.
Fechou?
Sim, muitos dias são assim...
Dias com sabor de tangerina, outros nem tanto.
Quando o seu coração disser: amanhã as cores voltam!
Espere.
Seja água seja vinho... tinto, branco, seco ou suave...seja o encontro da vida transformada em comemoração.
Seja o nutrir em qualquer relação.
Relato Tupi
Fui guerreiro, no passado
da grande "Nação Tupi"
Um tronco dos mais fortes
na grande terra de Pindorama
Não lutei contra a opressão
aceitei a dominação
Os jesuítas, "homens bons"
me ensinaram a rezar
Orei a seu Deus
e me esqueci dos meus.
Eu bebi do aguardente
e livrei-me do cauim.
Minha lingua esquecí
nem sei mais o que é "JACI".
Não quero tangas de sapé...
quero é terno de cetim.
O chão desta terra era sujo
botaram sandálias em mim.
Meus cocares e colares
troquei por um crucifixo
pois, com ele sou cristão
fora isso...sou pagão!
Sei que pago até hoje
pelos erros do passado
pois, naquele dia lindo
quando avistei as caravelas
eu devia é ter corrido
lá pro meio da floresta
reunido o meu o meu povo...
e ter conquistado o branco!
GINO PEDRO
Me visto com retalhos de papel crepom multicoloridos, pois se vier a chuva consigo passar despercebido, com a pele de todas as cores.
Ela estava muito radiante como a personagem principal de um bom livro, daqueles típicos de romance, nas sombras de uma grande árvore frondosa, durante um domingo à tarde, céu ensolarado, usando um lindo vestido branco, simples, poucos detalhes, mas talvez, um dos que mais se sentiu bem em usar, um momento romântico, liberto, pois o amor aparentava brilhar nos seus olhos, parecia estar em paz consigo, que tinha tomado uma decisão certa, que fez valer a pena todo um desgaste de outrora, o destaque da flor mais bela, que floresceu a sua força, além da sua beleza, sublimidade grandiosa, uma inegável resiliência, uma cena para se guardar na memória e se eternizar em um dos meus poemas.
Devemos sempre pacificar os brancos e suas tolas e infrutíferas idéias de manipularem a liberdade. Não conseguimos cercar os rios e pensar que eles continuaram a conversar com a flora e a fauna, sob o mesmo tom. O índio é assim, dócil e livre como toda a vida da natureza, selvagem e sobrevivente.
A boa obra de arte em preto, cinza e branco é por si a mais difícil, exige uma técnica apurada do artista entre o traço forte do desenho e o vazio, a perspectiva da figura e do fundo pelo acinzentado, com maestria para não chapar o movimento.
Tela em branco
Deixei para trás o que me prendeu,
as sombras que não me deixavam ver,
cada passo, uma escolha, um renascer,
em busca de mim, do que sou, do que devo ser.
Os vestígios da dor ficaram no caminho,
como folhas ao vento, a dispersar,
e a cada amanhecer, mais forte, sozinha,
aprendi a me refazer, a me amar.
Agora sou a tela em branco,
o recomeço sem medo, sem pressa,
encontrando minha verdade,
sem máscaras, sem promessas.
Minha felicidade não é dependente,
não precisa de mais ninguém para florescer,
pois dentro de mim, sou suficiente,
e a cada passo, vou me reconstruir, renascer.
O amanhecer renova as energias e proporciona uma página em branco no livro da vida que devemos redigir.
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