Branco
Quando pensamos que sabemos de tudo, ganhamos um lápis, uma borracha e um papel em branco para começar tudo novamente.
Para lembrar de mim no pós-vida, basta pegar uma folha em branco e escrever: — Sua alma era pura poesia.
Verde, amarelo, azul e branco
Pedi para cantar o Hino Nacional
Não sei se alguém me ouviu
O mar levou o meu pedido
O céu se abriu invernal
Talvez o meu pedido ele tenha levado
Talvez ele sequer tenha chegado
Na esperança de que o país me escute
A voz de alguém que não cansa de amar tanto
E de se dedicar não temendo nem a eternidade.
Sentada no banco
da Avenida Rio Branco,
Descanso a agonia
e dialogo mentalmente
sobre a perplexidade
ante a covardia,
A beleza da bouganville
me faz companhia,
E logo recupero
a coragem e a alegria.
Não é um filme
em branco e preto,
mas esse filme
eu já conheço.
Não dá para
prever o melhor
colocando mãos
armadas onde
o sentimento
de país nunca
foi cultivado,
é um sinal
de tormento
anunciado.
Na mente lentes
em 3D nas cores
rosa e azul,
não sei se perdi
o meu Norte,
ou se fico
no meu Sul.
Não me contento
com pouco,
meio que tarde
demais querem
distrair o povo
tocando a arte
de fingir que nada
está acontecendo.
O meu guarda-chuva
branco e vermelho,
é o poético pedido
onde tudo de atroz
tem sido semelhante
num mundo perdido.
A plataforma é unitária
e a agonia é coletiva
por cada prisão arbitrária,
E ali não há nenhuma
gente autoproclamada.
De como está o General
não sei de nada,
ele foi preso injustamente
e para a volta da liberdade
não há nem data marcada.
Como ele tem sido sufocada
é a tropa por cada segundo
que o tempo carrega
e a injustiça que não passa,
neste continente onde
a verdade tem sido silenciada.
Está a caminho no México
a próxima rodada
que além de mim coloca
muita gente esperançada,
firme quero crer que
a triste sorte pode ser mudada.
Iomerê
Nasceste Fachinal Branco,
e você sabe que te amo
(poesia contemporânea);
Iomerê originária, cabocla
e profundamente italiana,
o coração sempre te ama.
Plantaste a tua erva-mate
perfumosa no meu coração,
O teu milho foi a inauguração
e ergueste esta linda cidade.
Iomerê, minha clareira branca
ou campo branco em tupi-guarani:
o teu amor é único bem
que me fortaleceu e fez com
que eu chegasse por meio
dos ventos do Meio-Oeste até aqui.
Maio trouxe o seu véu branco
sobre o Pico do Montanhão,
Fumegam as chaminés dos fogões
de lenha nesta manhã outonal,
Inspiração é algo que não
falta por aqui por tantas belezas
desta nossa cidade de Rodeio
neste Médio Vale do Itajaí.
O silêncio do feriado,
o canto dos pássaros,
o clima ameno e a paz
que falta pelo mundo afora,
Trazem a pausa benfazeja
para quem aqui mora,
e para quem escreve como
eu sempre acaba virando poema.
Diante de tudo que ainda
tenho para escrever
é difícil ter um um livro terminado,
Ando mesmo com o coração
compromissado com
o tempo deste poético itinerário
para o quê é de poesia,
sublime e inefável
da minha mão não escapar
e pela vida não se perder.
As flores azuis do tempo
ainda não se abriram,
o Médio Vale do Itajaí
está coberto de branco
do algodão celestial,
e o Pico do Montanhão
está todo encoberto.
Só sei que mesmo
no frio vejo a balada
das aves nômades
passando por Rodeio,
nesta revoada bonita
encontro o meu enleio.
Nas asas destas aves
nômades recebo
a inspiração para ser
a poesia que procuro,
e quem sabe no final
de tudo ganhar como
o meu maior prêmio
da vida o teu amor puro.
A mulher de branco dança
ao som da tempestade,
Todos ouvem o som
da cidade submersa,
O amor guarda igual
mistério e se consagra
no seu rito poético.
Encontrar um Jequitibá-Branco
no caminho e abraçar contigo
em pleno Domingo de céu azul,
Sentir o carinho das tuas mãos
enternecidas e mergulhar
nos teus olhos de Jabuticaba amorosos e deles não querer
outra coisa na vida a não
ser a imensa e grata poesia,
Cultivando juntos com delicadeza
e entrega a cada nova expectativa.
Como a chuva fina
molha o Louro-Branco
em plena florada,
Para os teus sentidos
a sua amada,
Penetrei na sua alma
há muito tempo,
Sou eu a dona do seu
coração e do seu pensamento.
Escutei um barulhinho
é o Pica-pau-branco
fazendo o seu ninho,
É um recado da Natureza que
em breve você estará vindo.
No Hemisfério Celestial Sul
floresceu o Ipê-Branco
da Via Láctea do destino
da Corujinha-das-Guianas
que cruzou no meu caminho,
Ouvindo "Guayana Es"
prevejo a volta do Esequibo
e entregarei os meus poemas
para onde poderei ver
de perto e tocar as estrelas.
A lenda do primeiro gaúcho
conta que ele é filho
de branco com moça da tribo,
Quem nunca comeu
uma Tainha na Taquara
não sabe o que é se saborear
enquanto o coração dispara
e continuar sorrindo.
Nó Chimango
Um nó Chimango
no seu lenço branco
de gaúcho deve
ser feito simples,
Uma boa pilcha
sempre deve ser
vestida com louvor,
Se você não sabe
como são os nós
dos lenços gaúchos
te ensino com andor
Porque te quero
com todo o amor.
Mulher de Branco
Deixando-me levar por
uma aparição navegantina
que rasga as roupas
dos pescadores lá no Gravatá
Fui atrás da Mulher de Branco
que ainda a História causa
espanto lá do alto
da Pedra da Miraguaia
Não tenho receio de espíritos
mesmo em noite de Lua Cheia,
quando ela aparecer vou
declamar para ela um poema
Para quem sabe um
dia ela pare de assombrar
todo aquele que fica de vigia,
e possa tranquilamente pescar.
Zabé da Loca
Coloquei o meu vestido
de renda branco,
e fiz uma prece para Zabé da Loca
tocar o pífano
do Universo para que eu desvende
o mistério para tocar
o seu coração do jeitinho certo.
Roda de Chorinho
Debaixo do arco branco
de Mandevilla Sanderi
toca o Piano, o Violão de sete
cordas, o Violão tenor
e eu canto com todo o amor.
Passando o arco amarelo
de Mandevilla Sanderi
vem chegando o Bandolim,
o Cavaquinho, a Flauta e o Flautim
e a esperança de cantar e tocar algo
que faça bem para você e para mim.
Ainda debaixo dos arcos
de Mandevillas Sanderis
vermelho e cor-de-rosa trançados
vem chegando o Clarinete, o Clarone,
os Saxofones, o Trompete e o Trombone
tocando uma antiga prece amorosa.
O Bombardino, a Tuba, o Pandeiro,
o Reco-reco e a Caixeta
daqui a pouco estarão vindo
para fazer completa esta roda de Chorinho,
no final de tudo quando você se declarar
receberei você com amor e todo o carinho.
04/04
Se alguém te ofendeu
não deixe passar em branco,
esclareça até o final
para que nunca mais ninguém
venha repetir o mal.