Borracha
O menino que não tinha borracha
Ele molhou o dedo na língua e tentou apagar o escrito esfregando o dedo como se fosse uma borracha, mas, infelizmente, não conseguiu apagar e, pior que isso, acabou furando o papel.
A professora, que tinha assistido aquela cena, falou:
_Vou dar um presente pra quem me trouxer uma folha furada.
_Que sorte! _ gritou o menino. E levou sua folha pra professora ver.
_Você ganhou! Disse a professora.
E adivinha qual era o prêmio? ...Uma borracha.
Até hoje não se apaga de sua lembrança aquela borracha e seu maior presente: a professora.
A separação é como uma borracha e a segunda oportunidade um papel em branco, mas quando o amor existe as almas se amam e as torna uma biblioteca de paginas que o tempo não apaga e as horas param para admirar os beijos e deixam-se amar pela vontade e assim para a frente unidos em celebração os olhos se tocam
A noite é uma borracha invisível que por onde passa apaga tudo, ou quase tudo. Sábia, não faz isso para que só fique o vácuo de uma vida descontextualizada e vazia, mas para que o lápis da vida tenha a oportunidade de reescrever a história de ontem na página em branco do dia.
Ainda não foi inventada uma borracha que apague os nossos erros. A gente toma paulada, é enganado, tropeça, cai, se rala todo, sangra, mas toma uma dose de coragem, levanta, cura as feridas e segue. Como dizia a minha vó: não há dor que dure pra sempre. Tudo passa!
Tiro o elástico de borracha das flores de corte e coloco em cima da mesa. No vaso já com água fresca, coloco uma por uma por vezes tocando de leve as suas pétalas sensíveis. Depois fito o elástico abandonado no canto faltando um fio para se romper. Esticado de todas as formas até a borracha chegar no limite. Nas minhas mãos o coloco, e em um simples movimento ele se parte em dois. Mesmo que eu o amarrasse ele não ficaria o mesmo. E é isso que acontece quando deixamos que ultrapassem os nossos limites. Quando permito que rompam com essa linha tênue, já sei qual caminho de destino. A gente permite por medo de abrir a boca e transferir o não. Para o outro, para nós mesmos. No fim de tudo, quem despedaça somos nós, não quem rompeu com a nossa barreira.
As vezes queria muito apagar todas as palavras ruins que disse.
Não a borracha que pode apagar nosso passado, e menos as atitudes.
Mais saiba que sou maduro suficiente, para resetar as partes ruins de minha memória,. E deixar só as boas lembranças, que me faz sempre amar e admirar você.
Por que você significa muito mais para min, para que não possa perdoar, relembrar tudo de bom que você fez na minha vida.
A nossa vida se assemelha a páginas que escrevemos, as vezes precisaremos passar a borracha para dar continuidade a história com mais contexto.
Algumas palavras ditas podem escrever na vida traços de rancor, use a borracha do perdão e apague do coração o que nunca deveria estar escrito nele.