Boneca
- Para baixo.
Eu estou me sentindo super "down";
Uma boneca de pano sem costura,
tentando apenas mudar sua conduta.
Uma criança sem amparo em sua travessia,
pedindo ajuda nessa monotomia.
Uma menina francesa sem o seu chapéu.
Em um conto de fadas sem réu.
Eu estou sozinha,
em uma estrada cruzada, sem direção,
buscando apenas uma solução.
Qualquer uma que me leva até os seus braços,
e faça você me dar uns amassos.
Eu realmente acho,
que hoje eu acordei super "down"
- Menina
Ela chegou Menina, boneca, flor...
Caras e bocas, olhares sorrisos,
Na frente sozinha sorria o trabalho aos poucos fazia...
E ele pouco entendia do futuro que ali jazia...
O olhar se cruzou... Nada acontecia...
Aos poucos a palavra ecoou,
No silencio de um obrigado
E nas ondas invisíveis do ar
O convite ao teatro chegou.
O sim veio de encontro,
Nas linhas errantes da vida,
O tempo aos poucos parou,
E a peça tão esperada,
Para traz aos poucos ficou.
E naquele primeiro encontro,
À vontade, no oi não cessara,
Os olhos brilhando, ardentes
Como a lua que lhes iluminara.
Ele e ela sozinhos,
Na imensidão que a noite ganhara,
Ele então pediu um Beijo,
E ela tampouco negara.
Os lábios então se tocaram,
Em um veludo, recíproco desejo,
Carne tão doce era a dela,
Provada no toque de um beijo,
Menina, Boneca, Flor...
Garota com quem ele sonhava,
Nas noites que então se seguiram,
Até o dia em que se reencontravam.
Aos poucos tornou-se comum,
O gosto do beijo tão doce,
Que bom seria a semana,
Se os dias, lindos como aquele momento fosse...
Menina, Boneca, Flor..
Ele e ela a todo o momento
Nas ondas invisíveis do ar.
Encontram-se todas as noites,
E ele espera sempre ansioso,
Outro fim de semana chegar.
UMA AMÉLIA EM MIM
Posso parecer uma boneca de luxo. Mas não sou. Aqui escrevo para contar que as pessoas se enganam, e muito. A letra Retrato pra Iaiá seria pefeita senão esse final (...)"Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê (...) Somos exatamente aquilo que ninguém vê. Todos enxergam a Holly, mas posso apostar que ninguém suspeita da Amélia.
Vim confessar aqui que Amélia não sai de mim. E tenho achado bem bonito as coisas que Amélia aprecia. Acredita que a Amélia essa semana parou só para observar um casal em uma loja de eletrodomésticos escolhendo uma geladeira?! Pois bem, Amélia me surgiu com força. Olhei mesmo algumas peças e me entristeci por não ter alguém para montar comigo um ninho de amor. ( é, desculpa! Acordei meio brega hoje!) Só que Amélia não admirava a geladeira que estava para ser escolhida pelo casal, Amélia admirava a cumplicidade, os detalhes. Aqueles planos que deviam estar por trás daquela geladeira branca. Amélia admirava com olhos fiés e tentava imaginar toda a história vivida entre eles até chegar naquela geladeira.
Nossa! Amélia .... Amélia gosta de ter para quem cozinhar, gosta de companhia para degustar um bom vinho, gosta de cuidar da roupa do marido, gosta de uma casa para colocar em ordem, gosta do cheiro de lavanda nos lençóis. Amélia gosta dos pés pequeninos correndo pela casa, da desordem que o cachorro deixa, da lerdeza na faxina da empregada. Amélia gosta do cheiro do feijão que vem da panela de pressão e o relógio de parede na cozinha. Da banana madura na fruteira e do arranjo de flor amarela na mesa de jantar. Amélia gosta da pasta do marido jogada no sofá da sala, dos sapatos aos pés da cama, e os pés dele juntos aos dela pouco antes de levitar. Amélia gosta dos olhos dele nos dela antes de acordar. De amor de bom dia e beijo de boa noite!
E eu? Eu quase que escapo da Amélia, mas parece que apesar de almejar o moderno, fui lançada ao trivial arroz com feijão, e me vejo louca para acrescentar uma farinha, se é que me entende?! Depois de toda essa inveja branca* ( como diz meu cabeleireiro toda vez que quero minhas unhas da cor das unhas dele) ela comprou uma Brastemp daquela de duas portas sabe? Aí que pontada de inveja super branca. Amélia sempre quis igual!
Menina Maria Sonsa
Maria Sonsa era boneca atrevida, se fazia de amiga para poder orbitar.
Passava a vida recitando cantigas nativas, para ruminantes ninar.
Marcava presença, hasteava a bandeira ao som de galos a cantar;
Sorriso nos lábios, olhar apertado, esperando a cena a se desenhar.
Ah! Menina, Maria, Maria Sonsa, querida, não penses que estou a pestanejar.
Quando achas que o angu esta a cozer, então foi que meu moço acabou de jantar.
- Mas como se tudo me contas e até onde sei não me veio falar.
- É que de onde estou sinto bem o cheirinho, e de onde estas se quer dá pra olhar.
Lembro da minha primeira foto 3x4, da minha piscina de plástico, da minha boneca descabelada, de quando descobri que papai noel não existia, de quando eu chorava por motivos fúteis, dos meus tombos inacreditáveis, da minha época do rock, das minhas amigas de infâncias, que jamais serão esquecidas, dos meus pensamentos que pensava eu nunca mudar, dos meus sonhos que prevalencem até hoje e das pessoas que tanto queria estar aqui agora.
Toda Cor e Exagero
Tick tock tick tock sapatos de boneca,
Passos apressados volto pra casa.
Momentos em off, no quarto janela aberta,
Nada arrumado, música que marca.
Em casa as pessoas em outra dimensão,
Tiro o fone, silêncio no almoço?
Uma nova crítica soa, mais uma pra coleção,
Não me defender aqui já deixou de ser esforço.
Esperando acabar na última garfada,
Enquanto falam mais alto observo muda.
Planos pra uma tarde numa mente acelerada,
Nenhuma mágoa fica, deixo minha alma pura.
A gregos e troianos não dá pra agradar.
A velocidade das mudanças me fascina.
Aprendi aos de passos lentos respeitar,
Toda Cor e Exagero do meu mundo ensina.
A boneca já foi um sonho na vida das meninas,
era um símbolo da pureza e beleza numa
infância construída pelo amor...
Hoje ela foi trocada pelo celular,
deixando a ingenuidade para o passado
de quem conheceu o calor humano e
não a frieza de uma máquina!
Ó mais Linda Flor
Ó Boneca minha;
Ó meu Lindo Amor;
Ó Linda Rosinha;
Ó mais, Linda Flor!
Que bom é ver-te, minha Amada;
Tão sempre, pra mim, Linda assim;
Que bom é ter-te, em namorada;
Tão sempre: havida em tal pra mim!
Ó boneca, bonita e minha;
Ó meu querido e lindo Amor;
Ó linda e só: minha Rosinha;
Ó mais, dos jardins; Linda Flor!
Por tão seres delas, mais Bela;
Tens em Ti, dessas tais, gostinho;
Que tão me faz ver em ti, Aquela;
A quem quero dar meu carinho!
Ó Boneca, tão linda e minha;
Ó meu lindo e tão belo Amor;
Ó linda e tão minha Rosinha;
Ó mais, dos jardins; Linda Flor!
Que bom pra mim, foi ter-te achado;
Neste achar, tão raro pra tantos;
Por ter em ti, tudo encontrado;
Havido em esses teus encantos!
Ó boneca, querida e minha;
Ó meu lindo e tão bom Amor;
Ó linda e cá minha Rosinha;
Ó mais, dos jardins; Linda Flor!
Ó boneca e amada, só minha;
Ó meu tão desejado, Amor;
Ó minha formosa, Rosinha;
Ó mais, dos jardins, Linda Flor!
Com o carinho do Amor, dedico-te esta balada;
Boneca
Saudades tuas a toda hora eu
tenho.
Por isso, sempre aqui venho
para ver se te encontro.
Linda mulher, como eu queria
matar essa vontade de te ter.
Desejo de há muito te beijar,
de ao teu lado deitar, de amor
começar a falar e contigo a ele
viver.
Te beijar por inteiro, sempre
tua boca primeiro, depois pelo
teu corpo meus lábios correr.
Te sentir estremecer,
buscar de ti os mais doces carinhos,
te amar devagar, bem de mansinho.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras o Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
adorava a forma como ele me olhava. Parecia que eu era a boneca mais perfeitinha que ele já havia visto.
A boneca trocada
Por um martelo,
Quebrando pedrinhas,
Descascando castanhas,
Pesando o desgaste
Sobre os joelhos,
Nas olarias sufocando
As entranhas.
Castelo de Sonhos
A menina até hoje brinca com a boneca de pano, e com seu sorriso indulgente desabrocha no Jardim da vida pétalas
em flor...
Em seu castelo pueril observa agora atentamente suas mãos enrugadas e as marcas de expressão em seu rosto que ficou...
Mas ela continua sonhando e acha que o tempo não passou...
Boneca de Pano
Que tal ficarmos na nossa?
Que tal fingirmos tudo?
Será que fazer vista grossa
vai silenciar o sofrimento não-mudo?
Sou marionete num jogo adulto,
vejo cordas a sufocar corações em luto.
Enceno a peça teatral perfeita
onde não sei pra que fui feita.
Todas vezes que o vigário traiu
fui atriz secundária;
a principal foi ilusão em navalha
e, a mensagem, mera falha.
Mas me libertarei.
Despedaço, destruo, desintegro
o frágil pano do qual me criei.