Boca
Amores. Paixões. Quando coração quer sair pela boca de tanto nervosismo em ver seu amado, quando as unhas já estão roídas pela ansiedade do encontro, quando o ponteiro do relógio não anda em direção ao momento de encontrar seu amor. São muitas as peculiaridades do trato amoroso. São muitos os desdobramentos de uma relação amorosa. Existem amores que ferem, existem amores que edificam, existem amores que apenas existem. Existem amores de escola, existem amores de terceira idade. O amor mais bonito é o jovial, o jovem tem uma capacidade de entregar 100% de si sem muita preocupação. Beijos apaixonados, carícias que refrescam a memória sobre o que é amar. Existem amores que dão certo, existem amores que não dão. Existem amores que são separados por um oceano, existem amores que são unidos por um cobertor. Nada é mesmo nosso, só o tempo. Somos meros mortais inseridos em um lapso temporal curto e minúsculo perante a grandiosidade do universo e de Criador. A efemeridade torna a vida linda, se tudo fosse permanente, não teríamos pressa pra amar, não teríamos ansiedade para o encontro. A vida é isso : uma sucessão de encontros, seres humanos se encontram a todo o momento . O ser humano é o próprio encontro, fomos feitos a partir de encontros de células e nos movemos a partir desses encontros. Quanto antes entendermos que somos pó, mais intensamente viveremos, tudo é passageiro e encontros também são passageiros. Ao encontrar o ser amado, o coração palpita forte e se concentra em tê-lo de forma integral naquele momento. Após o término do encontro, só fica o cheiro, a lembrança do olhar, a sombra e os traços do rosto e suas curvas. Finalmente, nada é nosso, um brinde à efemeridade da vida e dos encontros, são eles que nos levam a amar de forma intensa.
"Julgaram-te diante do espelho com minhas palavras nas mãos, mas com o diabo na boca, tentando esconder o próprio reflexo."
Cada palavra que sai da sua boca causa algum tipo de efeito, bom ou ruim. Por isso pense bem antes de libertá-las, você pode apagar um incêndio ou ser o causador de um. Na dúvida, cale-se.
O cântaro nem tão cheio
― há sede ―,
e a boca continua seca
em poucas décadas
a água será escassa
ainda mais
gotas de vidas
sumidas
das bocas
encarecida
a vida irá
ao fundo
a sede
do mundo
em bolhas
suspensas
de destruições.
Hoje, pela manhã, pensei em você,
No seu sorriso lindo,
Na sua boca rosada,
No seu abraço que lembra a velha casa da vovó.
Pensei em você com a paixão de quem deseja amar
Inteiramente e intensamente,
Como a água que preenche o copo.
O abraço que me envolve e arranca
A saudade de ser amado é seu.
Hei de admirar cada detalhe seu;
Existirá o "eu te amo"
Com a resiliência das palavras que te disse pela primeira vez.
Hoje, amanhã e pela eternidade,
Pensei em você pela manhã.
Escutarei nossa bela música,
Que retrata misteriosamente o nosso amor.
Há aqueles em que a vida é paz e prosperidade, pois de sua boca sai o que é bom, mas também há aqueles que regurgitam notícias fúnebres como urubus na carniça. Quando não ocorre nada pior, mau se contentam e comentam desgraças de toda natureza como se fosse remunerado por sua loucura.
Feito passarinho
pouse leve
ocupe seu ninho
solte um canto
sedutor
ancore na boca
― da noite ―
repouse!
Grito e parece que
não sei onde grito
sinto o hálito distante
de uma boca infinita
e se me calo
ouço um murmúrio
lastimável entre as árvores
uma voz selvagem
baixinha
entre folhas caminha
o cheiro úmido
da terra ao lado
― petrichor ―
o temporal chegou
uma pandorga
desconhecida
some no infinito
― fico sem alma.
Papai, eu posso não ter os teus olhos, mas preciso do seu olhar a me acompanhar.
Minha boca não se parece com a sua mas preciso dos seus beijos e sua voz para me acalmar.
Não tenho seu DNA mas reconheço teu cheiro em qualquer lugar.
Teu sangue não corre nas minhas veias, mas necessito dos teus braços para me amparar.
O laço que tenho contigo não é fácil de desatar.
Não são os laços de sangue que me prendem a você,
é o teu olhar, amor e carinho que sempre vem me socorrer.
Quero ter o privilégio de na sua companhia crescer, chegar depois da escola para os seus braços correr.
Quero seu sopro milagroso no meu joelho machucado.
Quero que conserte o meu brinquedo quebrado, quero te apresentar meu primeiro namorado.
Quero que esteja comigo no presente e no passado.
Preciso de sua companhia para continuar a caminhar.
E nessa vida tão cheia de incertezas, quero sempre poder me pautar:
Que terei teu apoio, teu amor e teu carinho por onde eu passar.
Você pode ter movido o mundo que na boca de alguns, ainda assim, será como se não tivesse feito nada!
Os dilemas de um franco-libertário - Ep. 2
A expressão mais ouvida pela boca dos conservadores é “liberdade”: liberdade para dizer o que querem, para fazer o que querem, como se não seguir as regras do jogo liberdade fosse. O que se mostra nítido é que não conseguem diferenciar o conceito de liberdade do de libertinagem, pois que a liberdade não precisa tampouco ser visível a olhos alheios, mas simplesmente que a vivencies em ti: antes em tua consciência, e depois em teus atos. E dessa forma, para o libertário que és, não serão as correntes do corpo que irão te cercear, mas aquelas que impões a ti mesmo quando atropelas todas as regras pelo exercício da tua alegada “liberdade”.
Por definição, não é apenas falsa, mas imoral, a liberdade que privilegia alguns em detrimento de outros, numa mesma escala de poder. “Numa mesma escala de poder?”, perguntarás... E te direi que não há nada mais desigual do que tratar desiguais de forma igual, e para tanto existem as diferentes escalas de atuação, e a cada qual se aplicam as regras que seus papeis lhes conferem. A isso chamamos de “ordenamento jurídico”, indispensável para que o direito à liberdade se estenda a todas as diferenças.
Liberdade, portanto, não é simplesmente pensar e agir do jeito que entendes ao cobrar o que é bom pra ti, mas transitar livremente dentro desse ordenamento; e opressão é lhe extrapolar as fronteiras, horizontal ou verticalmente, para subverter o pensar e o agir de outrem. Precisas antes aprender a pensar livremente, questionar – inclusive a ti mesmo – e formar tuas próprias opiniões não submetidas a dogmas e doutrinações. A tua real liberdade é, antes de tudo, a tua autonomia intelectual, sem o qual nunca serás livre. Enquanto não desenvolveres pensamento crítico para discernir entre uma coisa e outra não exercerás de forma autêntica a tua liberdade, pois que não se mostrará ética e, tampouco, responsável.
A liberdade legítima não pode prescindir da igualdade como um de seus pilares mais substantivos, asseverando a cada qual a posição que lhe caiba para escapar a injustiças. E quando atrelada a um “ismo” coletivo correrás sempre o risco de vê-la convertida de livre-arbítrio em efeito-rebanho, e é quando precisarás tonificar tua essência de franco-libertário, que só responde à própria consciência. O conceito de que “a união faz a força” não se estende ao cérebro, pois que, no grupo em torno de um lider, somente um exercerá a prerrotativa de pensar, cabendo aos demais segui-lo. Na ausência dele, por outro lado, nem dois dentre todos seguirão na mesma direção, o que pode se mostrar ainda mais desastroso do que a direção única, por mais equivocada que se mostre. Daí porque teu discernimento deverá ser o fiel da balança na batalha contra a opressão e a ignorância.
Súmula
Constituindo-se no segundo episódio da série "Filosofando”, o texto de Luiz R. Bodstein explora o conceito de liberdade a partir de uma perspectiva individualista e crítica, questionando a dicotomia entre liberdade e libertinagem, a visão superficial do conceito de liberdade, e defendendo que a liberdade em sua expressão mais plena consiste na autonomia intelectual e na capacidade de discernimento crítico sobre a complexa relação entre decisões individuais e ordem social. O autor argumenta que a liberdade não se manifesta apenas em ações visíveis, mas também na consciência individualizada, na capacidade de pensar criticamente e formar opiniões próprias, livres de dogmas e doutrinações. Pelo aspecto da interação social, afirma que liberdade não se resume à ausência de restrições externas, mas a capacidade de transitar livremente dentro de um sistema de normas e leis, respeitando a igualdade e os direitos de todos, sem que essa igualdade se traduza por uma homogeneização de pensamentos. Ele critica o tradicional conceito de que “a união faz a força” no que toca ao pensamento individual pelo argumento de que a liberdade de pensamento exige capacidade de questionamento e formação de opiniões autônomas. Bodstein destaca a importância do discernimento individual e da responsabilidade em relação ao próprio pensamento, advertindo contra a alienação e o conformismo advindos da adesão acrítica a ideologias ou líderanças que se estabelecem sem o crivo das análises racionais.
' MEL DE TEUS BEIJOS'
Por ti de amor sou louca
Voarei pelo céu de tua boca
e em teus lábios
Quero depositar os meus beijos,
Tu és sábio,
Conhece bem, meus desejos.
Como abelha que colhe o néctar da flor
Vou colher de ti para mim,
O néctar do nosso amor ....
És tu meu amado,
Eu sua abelha rainha,
Meu corpo colocado ao teu
Tua respiração junto a minha
... Nunca se esqueça ;
Meu grande amor é você,
nos teus braços quero me aquecer,
E com teus lábios ainda molhados,
O mel de teus beijos eu quero beber !
Pernicioso, tal qual fluido etílico, o sumo de sua boca tornara-se meu vício.
Deliciosa seiva adamada, seu beijo verdadeiramente remetia-se ao vinho tinto.
Para meu ássiduo instinto de um alcoólatra, um gole mais do licor daquela moça era como o toque mistico do absinto.
Beligerantemente, nossa relação era quase como de presa e caça, outrora a amásia, que em postura acometida de uma louca, tentara me domar à força, outrora este que vos fala, cego de ciúmes e posse, bradava a luz dos postes, gritos ébrios de amor.
Éramos tão distoantes, mas, ao mesmo tempo, tão parecidos. Nossas angústias tinham as mesmas formas nas nossas mentes opostas, nossas tristezas desaguavam no mesmo rio de sentimento distorcido e, ao seguirmos juntos nessa rota, mesmo perturbados, não estamos mais sozinhos.
Quem tem olhos tem o rosto, quem tem cabelo tem que ter cabeça, quem tem lábio tem boca, quem tem amor tem esperança, quem tem passado busca esquece-lo, quem tem futuro busca vive-lo, quem tem vida que a aproveite. E quem morreu que vá em paz.
Assim não se acaba.
Minha boca rejeita o amargo
Desde que provei do seu doce olhar
Minha boca rejeita o amargo
Do inesperavel ele surge novamente
Mas a minha boca rejeita o amargo
De pouco a pouco o meu amargo rejeita a minha boca
De choro em choro o meu rejeito amarga a minha boca
Flor de pétalas escuras,
Noite de penumbra.
Voz doce, palavras apimentadas,
Olhar gentil, boca sedutora.
Sob a noite estrelada, lembranças são criadas,
Amor proibido, destino incerto.
Nas vozes ofegantes, promessas trocadas,
Entre suspiros e carícias, o amor retorna.
Nos cantos escuros e claros, os amantes se olham.
E nas sombras dançam, o desejo proibido que os tocou, não acabou.
Um Dia
Um dia, beijamos para esquecer,
Mas a boca que não beijei, a que me faz sonhar,
É a que mais me persegue, a que não me deixa esquecer,
E a que, em meus sonhos, me faz suspirar.
Um dia, caçadores, eles nos fazem sofrer,
Com flechas de amor, que o coração transfixa e prende.
Um dia, o amor, inevitável, nos invade,
E a alma se entrega, num turbilhão sem controle.
Um dia, gestos simples, o amor se manifesta e invade,
Em palavras sussurradas, num olhar, num sorriso, um toque.
Mas você, um enigma, um desejo que me consome,
Um rosto que me fascina, uma alma que me intriga.
Um dia, o comum, já não nos atrai,
Buscamos o raro, o diferente, o que nos faz vibrar.
Um dia, "bonzinho", já não nos define,
A alma anseia por intensidade, por algo que nos faça arder.
Um dia, o silêncio, a saudade, a voz que não se escuta,
É a prova de um amor que, na mente, persiste.
Mas você, um mistério, um sonho que me acende,
Um desejo que me queima, uma chama que me consome.
Um dia, a importância, a gente não a enxerga,
E o que é precioso, a gente deixa partir.
Mas você, um tesouro, um segredo que me atrai,
Um enigma que me fascina, um desejo que me guia.
Um dia, a falta do sorriso, a saudade que aperta,
É tarde demais, para consertar o que se perdeu.
Mas você, uma esperança, um sonho que me espera,
Um futuro que me alenta, um destino que me espera.
E eu te procuro, nos lugares onde você costumava estar,
Esperando te encontrar, sentado, com um sorriso no olhar.
E que, em teus braços, eu possa me perder, sem ter que voltar.
Um dia, quase um século, e a vida nos alerta,
Que sonhos, beijos, palavras, a gente tem que viver, sem se descuidar.
Mas você, um presente, um destino que me chama,
Um encontro que me espera, um futuro que me alenta.
Um dia, talvez, o destino nos una, e o amor finalmente floresça.
Que possamos, enfim, nos amar, e juntos, construir nossa história.
Um dia, a falta, a gente aprende a aceitar,
Ou lutamos, com todas as forças, para realizar.
Um dia, a vida, um presente, a gente tem que aproveitar,
E viver cada instante, com paixão, sem se afogar.