Boca
Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva pra Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo bem.
Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não.
Escuta - Ele disse, bem perto do meu ouvido, a boca vermelha no rosto pálido quase encostada na minha pele. Tive uma vontade quase incontrolável de beijá-lo outra vez. Era meio compulsivo, aquilo. Ou magnético, sei lá. Fluidos, odores imperceptíveis, vibrações. Que coisa era aquela que, independente da razão, atraía ou repelia as pessoas? - A gente precisa conversar. Eu fiquei pensando naquilo que aconteceu. Do livro: Onde andará Dulce Veiga?
Quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão.
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como – eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. (...)
A morte é beijo da boca sepultura: procura proceder bem, corta um farrapo de uma boa acção durante a rugidora noite, e este será o teu sudário no seio da terra. A morte é a exaltação da verdade.
Não há como servir a dois senhores: Ou se serve ao povo ou aos poderosos. Eu escolhi o povo, pois isso tanta perseguição.
O prefeito passa, o vice passa, mas quem toca de fato a Prefeitura de Londrina são os funcionários públicos.
Riqueza não é dinheiro, não é poder, e nem as facilidades que alguns possuem por conchavo político, riqueza, é poder dormir, por ter a consciência limpa, é ter a certeza de que andarás sempre de cabeça erguida, podendo chamar de canalhas vagabundos, todos aqueles que ostentam o falso poder, ignorando a realidade, de que um dia a conta irá chegar.
Medo e respeito são subprodutos diretos do uso do poder, e é através destas duas coisas que reconhecemos os bons e os péssimos líderes.
O uso do Poder deve conduzir ao Respeito e não ao Medo. Quando se usa o poder com Autoridade se obtém Respeito. Quando se usa o Poder com Autoritarismo se produz o Medo.