O cansaço de fim de tarde mal discernia as peças no atelier.
Vejo a penumbra do quarto ate fechar a cortina do tempo.
O vapor quente evola das narinas do vento nordestino.
Tenho orelhas atentas e crescentes com os rumores do mundo.
Tenho a cabeceira alem de privilégios na mesa da caridade.
Nesta manha o sol
atravessa vitrais filtrando arco íris sobre o oratório.
Não sei onde começa o corpo e nem onde termina a alma.
Vejo barracos, pratos vazios e velas acessas.
O silencio tem fragrância de balsamo santo.
Tua maldade te leva a um labirinto inescapável sem um fio de regresso.
Fúrias secretas, loucura ardentes do feminicídio.
Como um punhal no coração incauto e o feminicídio.
o sol caiu e tudo se fez cinza.
Feminicídio é uma fera que espera o ataque.
A chuva caiu eu não apreço o passo ...aprecio.
As horas passam como uma placidez mecânica.
Acordo e durmo para não ver o dano... como um barco a deriva como um único tripulante.
Seu olhar relampeja minha vida, desnuda meus passos...eu suspiro e cerro os olhos.
Horas pisadas ficaram para traz.
Não partirei mas eu fico.