Bicicleta
Até aqui, você enfrentou as raladas no joelho, as quedas dos primeiros dentes, a bicicleta sem rodinhas, o primeiro zero na escola, a primeira menstruação, o primeiro namorado, a primeira decepção. Sobreviveu ao primeiro ano no ensino médio, a primeira noite sem a mãe, ao dormir na casa de uma amiga e a primeira discussão com os pais. Conseguiu concluir a faculdade, os cursos, as fases chatas da vida, e as etapas desafiadoras.
A Cabrita
Nada para mim, quando criança, foi fácil. Conseguir a minha primeira bicicleta foi uma luta. Tudo começou com a compra de um relógio Omodox na relojoaria do Sr. Pedro. Devo ter ficado com ele uns 10 dias. Em seguida troquei por uma espingarda de pressão e no mesmo dia por um relógio seiko. No dia seguinte troquei o relógio por uma espingarda de cartucho que fiquei com ela por uns 30 dias.
No lugar onde eu ia caçar; um sitio, nós, moleques, chamávamos de "os claudio", (era onde a gente comprava frutas para revender nos dias de chuva) o dono queria porque queria a espingarda. Dinheiro ele não tinha, mas tinha várias cabritas e me deixava até escolher uma. Não deu outra. Deixei a espingarda e vim para minha casa com uma cabrita. Imaginei que na minha casa todos iriam ficar feliz com a cabrita, ledo engano. , minha mãe quis me matar; me expulsou de casa com cabrita e tudo. Fiquei ali, na rua, olhando para a cabrita e ela para mim. Depois de um tempo a levei para pastar e tomar água no rio arara. Voltando para casa e sem saber o que fazer com a cabrita, porque, conforme minha mãe; em casa ela não entrava, fiquei, então, andando com a cabrita pelas ruas. De repente escutei uma voz dizendo --"ei, quer vender essa cabrita? Quando olhei, vi um menino, mais velho que eu, em cima de uma bicicleta, toda cheia de acessórios (buzina campainha, espelho retrovisor dos dois lados, fitas nas pontas do guidão e mais, uma luz que acendia pelo dínamo no pneu)., aquilo era tudo que eu queria. Respondi que não, mas podia fazer uma troca. Ele olhou para mim, pensou e perguntou: --
--"que mais que você tem, fora a cabrita?
--"tenho um canário belga e uma colerinha., respondi.
--"dobrando? (cantando) (
--"sim! Os dois."
--"me deixa ver
--"Negócio feito"
Depois de algum tempo, o menino que ficou com a cabrita, me disse que a cabrita não era ela, era ele, ou seja, era um bodinho, mas que foi até melhor. Me disse que ia fazer uma carrocinha e ensinar o bodinho a puxa-la. Acho que isso era gozação dele, mas sei lá..
E foi assim que eu consegui a minha bicicleta.//Ivo
Fugindo da rotina
Se tudo está numa rotina chata
Pego minha bicicleta e rumo às estradas
Sigo pelo caminho mais difícil
Conversando mental com a solidão
Pedalo falando sozinho
Fugindo da mesmice da cidade
Em busca das ladeiras
Da incerteza das descidas
Sem medo das quedas
Encantado com o longínquo dos montes
Sol forte queimando a pele
Suor salgando os olhos
Surge a chuva intensa
A lama na cara é uma constante
Quando chega a um riacho
Lava-se a alma com o frescor d’agua
A sombra da mata é linda
Acalma o homem
Que se deita sobre as folhas secas
O desafio é intenso na distância
A boca seca de sede
A barriga ronca de fome
As pernas sentem a fraqueza
O gostoso é saber que tudo vale a pena
Quando o homem respeita a natureza.
Marivaldo Pereira Souza Mperza
Sol, solidão, cachorro, alegria, macarrão, vento, amigos, distância, bicicleta, noite, estrelas, música, espinha, sonho, chão, céu, mãe, pai, perfume, margarina, infância, sorte, Deus, ilusão, tristeza, velocidade, leitura, acaso, proteção, dor, escuro, tempo, inocência, benevolência, segredo, chocolate, mistério, borboleta, horizonte, saudade, arco-íris, férias, descanso, passado, mar, ônibus, bola de sabão, reencontro, beleza, ventilador, chiclete, lágrima, alívio, sorriso, sábado, clube, computador, maçã, calor, alô, amor, medo, abraço, árvore, paixão.
É a vida.
Se da vida
Levarei cicatrizes
Que seja das vezes
Que eu andava de bicicleta
Na rua aonde cresci
Com os amigos
Que eu disse que levaria
Para vida toda
No meu coração
- Saudades
Relacionamento é que nem andar de bicicleta: Você tem que observar os primeiros metros e assim continuamente. Se você olhar para muito longe, você cai.
As pessoas são como bicicletas. Elas só podem manter o equilíbrio enquanto continuarem se movendo.
Sentido pra quê?
Estava eu caminhando em minha bicicleta quando avistou uma velha surda de quinze anos com seus fones de ouvido gritando muito baixinho para um cadeirante correr atrás de seu cachorrinho de madeira enferrujado, pensei: Sentido pra quê?
Achei engraçado e continuei pedalando o meu patinete, passei próximo a praia e percebi que o rio estava bem limpinho e até bonito com aquela cor verde cintilante, os peixes boiavam de alegria, fiquei contente e segui meu caminho dirigindo, cheguei em um aeroporto e avisto um trem no trem de pouso e percebi que um maquinista cego contava muito dinheiro, eu achei engraçado, me perguntei: Sentido pra quê?
Seguindo meu caminho cheguei no cais, pensei em pegar um ônibus para ir em um show de rock ouvir um pouco de MC Livinho, por que adoro rap, então peguei o avião para São Paulo, achei o sotaque dos cariocas engraçado, fui direto para o show de rock, e olha só, tocou rock, e nada de funk, pensei sentido pra quê?
Preferi ir pra casa, era pertinho a uns cem quilômetros, chegando em casa deitei para comer e logo depois, sentei para dormir, e nesse momento eu acordo desse sonho caindo da cama, achei engraçado e pensei: Haha, agora entendi.
Moral da história: Procurar sentido em tudo ou na vida, vai tornar a sua vida monótona e sem graça e apenas no momento certo você vai entender o que está acontecendo.
Seu João, um chapéu laranja e sua bicicleta
Hoje conheci Seu João, perseverante pescador!
Munido de sua bicicleta, anzol e carretel improvisado,
Anda de um lado a outro da praia esperando seu fisgado!
Não consigo ver o seu rosto muito bem,
Aprendi o seu nome por ter sido gritado por outro alguém.
Também não enxergo o seu sorriso, apenas sua paciência.
E a cada peixe que ele pega, eu solto um riso. E ele? Mantém a decência.
Chapéu laranja, sol a pino... Carrega consigo uma esperança, que espero vê-lo sorrindo.
Não parece se importar muito com a paisagem ou já não mais a admira,
Os olhos sempre fitos no mar, não pode errar a mira!
E assim o dia passa, puxa anzol, lança anzol e vez ou outra guarda a caça.
Queria pescar com Seu João e talvez escutar a sua alma...
Mas o que ganhei hoje, foi para admirar a sua calma.
E lá vai ele com sua bicicleta novamente:
Uma caixa de isopor, um chapéu laranja e a sua pesca que me deixou contente.
A Vida é como andar de Bicicleta segue seu rumo.
Bicicleta pura de coração, coisas simples são as melhores do mundo, o vento batendo no rosto, sentindo o cheiro das flores, se ganha um sorriso.
No pedalar da bicicleta caminho que segue no gostinho da liberdade.
Andava de bicicleta
Sozinho estava morrendo
A lua estava me olhando
Chorando, se derretendo.
Abençoado com uma maldição
Vivendo sem razões
Os deuses já não aprovam
Meus pensamentos são sempre em vão!
A abadia está cheia
De anjos mentirosos
Cultivando seu deus.
Estou longe do perdão
O expurgo é visível
Nenhum deus é digno!
portanto eu pego minha bicicleta
e como de costume você faz meu retrato
de cabelo todo desenhado no vento
em jeito de menino que está sempre indo embora
à mesma hora e que amanhã se tudo der certo
voltará à mesma hora para o mesmo amor
a mesma mesa a mesma explosão
com toda a certeza a mesma fuga
porque você e eu a gente é feito de matéria
escorregadia, i.e., manteira, azeite, geleia
e espanto.
A vida é como aprender a andar de bicicleta, se você cair não desista, levante-se se recomponha e tente de novo, a persistência leva ao êxito.
“Indo ao trabalho. Indo ao lazer. De bicicleta você transforma, teu deslocamento em um ato de prazer.”
Lavar a bicicleta cedinho no quintal faz-me recordar a minha infância. De quando eu, o meu irmão e a minha irmã ligávamos a mangueira, pegávamos os produtos de limpeza escondidos da mamãe e ficávamos a manhã inteira com a bicicleta de cabeça pra baixo disputando quem deixava o quadro mais limpo e os aros mais brilhantes. Era uma verdadeira festa. Sempre nos divertiamos fazendo as coisas mais simples dessa vida. Hoje, cada vez que jogava a água na bicicleta e ela caía molhando os meus pés, eu recordava de nós e dava um sorriso. Um sorriso leve, que faz eu me sentir gente-viva e me ensina que nessa vida, o que importa não é o dinheiro, muito menos o poder, o status ou as riquezas materiais. O que importa é o que permenece dentro da gente mesmo quando o outro decide/precisa voar. Sigo aprendendo diariamente, buscando remar contra a maré do ter/parecer, carregando o coração, a voz e a resistência para onde vou. Amar e mudar as coisas, como diria Belchior, me interessa muito mais.
– Mamãe... Onde está o Chris?
– A bicicleta dele foi roubada. Eu disse para ele não deixar ninguém andar nela. Então eu bati nele até a semana que vem. Ele estará de volta na terça-feira.
(Diálogo entre Tanya e Rochelle)
O meu marido
saiu de casa no dia
25 de Janeiro. Levava uma bicicleta
a pedais, caixa de ferramenta de pedreiro,
vestia calças azuis de zuarte, camisa verde,
blusão cinzento, tipo militar, e calçava
botas de borracha e tinha chapéu cinzento
e levava na bicicleta um saco com uma manta
e uma pele de ovelha, um fogão a petróleo
e uma panela de esmalte azul.
Como não tive mais notícias, espero o pior.