Belo Horizonte
O Brasil tem, sim, uma dívida histórica com os afrodescendentes, e se as políticas públicas não tentarem "abater" essa dívida, é porque, enquanto nação, continuaremos mesquinhos.
Belo Horizonte/ MG, 07 de dezembro de 2015.
CARTA ABERTA AOS MEUS AMIG@S
E AOS MEUS AMIG@S EM POTENCIAL
Ontem, dia 06 de dezembro de 2015, foi o meu aniversário (34 anos). Imagina um cara privilegiado... Foram tantas mensagens, abraços e beijos (presenciais e virtuais), que estou até agora tentando respondê-las e também tentando mensurar de onde saiu tanto carinho para com a minha pessoa. De antemão, já me desculpo com alguém que por ventura não se sinta contemplado com essa resposta coletiva. Veio mensagens com felicitações por e-mail, via redes sociais (das quais participo na internet), felicitações por mensagem e ligações no celular, além é claro, das inúmeras abordagens presenciais que muito me alegraram tanto no dia de ontem quanto no dia de hoje. Como disse anteriormente, as mensagens não param de chegar! Fico lisonjeado e muito agradecido a todos os amig@s e amig@s em potencial, que se dispuseram a enviar um pouco do carinho que transbordava em seus corações, fazendo desse dia, um dia ainda mais especial para mim. Sempre tive muita dificuldade em comemorar aniversários, e afirmo que desse jeito, vou querer comemorar sempre.
Aproveito para agradecer e reconhecer enquanto é tempo, a importância dos meus amigos (dos vários círculos sociais nos quais transito dia a dia), agradecer aos amigos dos amigos e aos desconhecidos (amigos em potencial). Quero dizer-lhes que, sem falsa modéstia, me sinto especial por fazer parte do círculo de amizades de vocês. E dizer também, aos amigos em potencial, que estamos aí... E que em dezembro de 2016 tem mais, se Deus quiser! Espero poder aproveitar todo o ano de 2016 para encontrar-lhes em um desses muitos caminhos que a vida nos propõe e quem sabe aproveitar todo esse potencial para nos tornarmos grandes amigos também.
Deixo aqui, aos que eu não posso entregar pessoalmente, um fraterno abraço e o meu mais sincero obrigado por tão positivas manifestações enviadas. Informo que recebi e aproveito para repercutir todas essas vibrações positivas recebidas, desejando que todas as pessoas, nos mais distintos lugares do nosso planeta, possam acessar ao menos uma ínfima parte de toda essa generosidade que emana da amizade de todos vocês.
Por fim, dedico a todos vocês essa música que segue em anexo: “Podes crê”, do grupo “Cidade Negra”, é uma canção que trata da importância e relevância da AMIZADE. Despeço-me, dizendo até breve e muito obrigado por sua amizade. Pois, ela tem sido muito importante para os meus planos de não deixar a vida me endurecer e ainda mais, de tornar-me a cada dia um ser humano melhor e capaz de enxergar o outro em sua individualidade, respeitando suas escolhas, mesmo que essas sejam diferentes das minhas. E sinto que com sua atenção e generosidade tem dado muito certo! Obrigado, amig@s.
Atenciosamente;
Eu
(Aniversariante cheio de amigos)
[...] Queria que tudo fosse com você, em todos os momentos! Em cada dia ou em cada noite, queria mesmo que tudo fosse com você. Mas esqueci de querer saber, ou talvez não quisesse mesmo saber, se esse era o desejo de seu coração. Mas quero que saiba, você é a escolha do meu coração, não apenas um desejo, nunca foi, menos agora, você sempre foi um propósito, mas esqueci de querer saber, se você queria ser esse propósito para mim, um melhor sorrir, um melhor olhar, um melhor sentir, aquele que fizesse seu coração vibrar, que por vezes encante e fascina mais do que apenas seu olhar. Por você, eu sempre quis ser melhor, não de qualquer jeito, não qualquer um, mesmo estando além do horizonte, mas esqueci, ou melhor, talvez não quisesse saber, se você queria ser esse propósito para mim, e a verdade, é que nunca fui nada. Nunca mereci nada, e a culpa é minha, nunca quis que fosse diferente, mesmo quando tudo que sentia por você, eu não pudesse expressar com palavras, ou poderia dizer, ou não saberia dizer. Sempre perto de você, era tudo novo, uma nova sensação, uma nova emoção, um sentimento melhor e maior, daquele que faz você suspirar, caminhar nas nuvens, lembrar e sorrir, aquele sorriso incontestável e irrevogável por amar tanto, por amar de coração. Mas não era amor o que você queria, ou talvez queira um amor, mas não sou eu, nunca mereci isso de você, sempre foi do seu jeito, do jeito que podia ou queria, do jeito que sabia, e você não quis tentar, não quis saber ou viver, sempre procurando mais. Vaidade? Talvez seja, mas sabe, aprendi que você não pode ter tudo mesmo, ou melhor, eu não poderia ter tudo de você, nunca pude. Nunca mereci, nunca quis de verdade.
E não quero pensar, certo ou errado, eu vou continuar sentindo, ou isso que sinto agora, pode ser verdade ou não, eu não sou sua escolha, eu sou apenas as palavras, não ato ou atitude, sou apenas pensamento, não sou mais nada do que palavras. Preciso apenas deixar a ilusão de lado, parar de ficar esperando, de ficar querendo, e vou esquecer e seguir, apenas vou pedir a Deus que cuide de você, por você, e por mim, como sempre. Quero que cuide bem de você, que seja sempre seu melhor conselheiro e guia, uma companhia e companheiro de seu coração, quero que direcione para você o que for melhor, do sorriso ao olhar, aquelas coisas boas que acredito que mereça, que precisa, que seja melhor para você. Talvez, no coração de Deus exista um sonho melhor, maior do que ser nós dois, e fui apenas uma forma dele preparar você, de consagrar você, diante do coração dele, do olhar mais atento dele. No coração dele, existe um sonho maior, um plano maior , um propósito maior, não era para ser para mim, não era para ser nós, assim quero que fique ao seu lado, esteja junto de você, sempre. Quero e peço apenas que Deus cuide e ajude sempre em seu sorriso, que coloque em sua vida, aquele sonho dele, que faça seu coração vibrar, que faça você querer ser verdadeiramente comprometida e compromissada com amar e ser amada. Esse é meu desejo para você, esse é meu querer, e queria que tudo houvesse sido com você, sempre.
[...] Apenas quero que saiba que irei lembrar sempre de você, com carinho, com respeito, com admiração, em paz, em uma paz que estenda para ser bem e do bem em sua vida. Apenas quero que saiba que irei lembrar das coisas boas, dos bons momentos, e que tudo que havia de mal em mim, apenas você foi capaz de mudar, de iluminar, de capacitar, e devo à você, ser melhor hoje. Sim, devo à você, esse melhor, que você pode sentir e que merecia viver todo tempo.
Você é arco íris após a tempestade, são as estrelas brilhando no firmamento, é um dia claro após uma noite escura. Você coloriu minha vida preto em branco, com tamanha sensibilidade que pensei que fosse apreciar cada detalhe desse contexto.
Quero que saiba que tudo que fiz, que minhas atitudes e atos, que cada passo que dei, foi sempre buscando chegar onde você estava ou poderia estar, e qualquer coisa que tenha dito e feito, acredite possui um significado distinto, que ficara impresso em minha vida, de como ser diante da vida de alguém, e que existe uma vida do outro lado que merece todo meu melhor.
Quero que saiba, que em todos os momentos da minha vida, de meu dia, eu pensei em você, desejando que estivesse bem, querendo que estivesse bem. E que nunca senti estar sozinho, porque sentia que você estava comigo, junto de mim. E que nunca quis que estivesse sozinha, que sentisse estar sozinha, porque queria ser presente em sua vida.
Quero que saiba que amo você, com meus defeitos e qualidades, sendo imperfeito, inseguro, tendo medo de perder você, sendo quem sou e procurando ser melhor, ser do bem e fazer todo bem. Sendo para você, de uma forma que nunca quis ser de ninguém e para ninguém. Quero que saiba que amo você, de todas as formas que possa imaginar, mas foi sempre com alma e coração. Investi em nós, acreditei em nós, mesmo com todas as adversidades e obstáculos, mesmo com todo medo, de ficar perdido pelo caminho, ou não saber como agir em algumas situações. Sim, eu amo você, com alma e coração, com a verdade, em verdade, de verdade, contida no intimo de meu coração. E quem sabe, algum dia você seja capaz de amar alguém assim, amar com imensa vontade de ser envolvida e envolver, de estar e ser um melhor que faça ser comunhão, união, seja cumplicidade e intimidade de coração.
Sabe, você colocou os melhores sorrisos em meu rosto, mas também as lágrimas mais sentidas em meus olhos, foi minha esperança, foi minha fé, foi meu tudo, em cada pensamento e sonho, em meus projetos, em meus propósitos, em minhas intenções e pretensões. Você inspirou e provocou os melhores sorrisos, fez ser melhor, do seu jeito, com seu jeito, fez com que sonhasse alto, sonhasse um sonho para dois, para ser nós dois. Que ouvir a sua voz, amenizava a saudade e vontade de estar perto, que ao dormir e acordar, queria ser qualificado para fazer você sorrir, para não estar ou sentir ser sozinha, não querer ser sozinha. Sim, eu sempre quis ser do bem para você, sempre quis fazer bem para você.
Quero que saiba que alguém vai amar você, mais do que eu, por você ser melhor agora, ser mais mulher, mas eu continuarei amando você, do meu jeito, com meu jeito, vou amar você com fé, com alegria e tristeza, com lembranças e saudades, vou amar você, por ser mais do que um sonho do coração. Quero que saiba que vou amar você cada dia mais, por mim.
Você mudou toda minha vida, em aspectos que nunca poderia imaginar, e que nunca permiti que alguém fizesse, essa é a diferença, você foi diferente, como ninguém foi para mim. E chorar em alguns momentos, foi apenas aquilo que pude fazer por não poder estar do seu lado, junto de você, quando estava distante ou triste, quando sentia que precisava de mim perto. E embora quisesse ver você rir e sorrir todos os sorrisos, aqueles que ninguém mais fez, eu sabia que era difícil para você por estar distante, embora nunca tenha ficado ou estado ausente.
Quero que saiba que penso em você, em todos os momentos de minha vida, e que amo você, com coração, de todo jeito, mas não de qualquer jeito. Amo, como você nunca compreenderá como ou porque, e apesar de haver tantas adversidades e obstáculos, tantos contratempos e limitações, posso falar de coração, que foi significativo, porque foi assim que conheci você melhor, foi assim que você pode conhecer um melhor de mim, esse melhor que nunca ousei ser para ninguém, sem medos ou receios. E tudo isso, foi suficiente, para tudo valer a pena, e faria tudo novamente para mostrar para você, para que sentisse ser amada, querida e desejada, para que soubesse que amar e ser amado, é uma conquista, que deve ser realizada todo dia. E caso pudesse viver para sempre, eu queria viver com você, e viveria ao seu lado, viveria intensamente com você e com mais ninguém.
Um dia todos nós teremos que partir. Então que seja deixando, a quem ficar, a sensação que o fardo da vida ficou mais pesado. E não a sensação que o fardo da vida ficou mais leve.
SOBRE A RELIGIOSIDADE DO BAIRRO COPACABANA EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS...
E eu que não tenho religião
[...] Parei para observar a procissão que tomou conta de minha rua ontem e por todos os lados que olhava, via pessoas com velas acesas às mãos cantando uma canção em tom de ladainha, capaz de inquietar qualquer um. Repetiam sempre com muito entusiasmo um refrão melodioso, acompanhado sempre pelo som de um violão extremamente afinado seguiam rua acima, passo a passo, verso a verso incessantemente.
Feito quando era criança, fui transportado à varanda de minha casa e convidado a ser expectador daquele evento. Maravilhado em ver tanta gente agindo em cooperação, tive a sensação de estar novamente em comunidade. Com o movimento de tanta gente junta todas as casas do entorno, postes de luz, asfalto e concreto sumiram. Tudo parecia como antes, intocado!
O mato alto nos lotes vagos, o caminho escuro de terra vermelha e argila cintilante, o barro na sola dos sapatos dos adultos, o vento, as minas d'água por todo o percurso, os sapos coaxando, os vaga-lumes brilhando no céu à frente de todos, o cri-cri... dos muitos grilos existentes, o cheiro de Dama da Noite, o incômodo do pinga-pinga da parafina das velas derretendo e queimando os dedos, o medo à véspera da sexta-feira da paixão.E até mesmo o velho campinho onde aconteciam as barraquinhas e feiras do bairro estava lá. Tudo parecia exatamente como antes.
Quis seguir o cortejo e cantar com eles suas cantigas celebrando a alegria de estar em comunidade novamente, por alguns instantes esqueci, inclusive, que eu não era católico e que havia optado há muito tempo atrás por não ter mais religião, optado por ser sem religião. E devido a essa minha decisão anterior, não conseguia compreender aquela minha aflição emotiva; não fazia muito sentido para mim estar tão tocado com tal acontecimento. Talvez fosse isso... Não era um simples evento casual, era um acontecimento, como antes!
Os meus olhos marejaram de ver, de ouvir, de sentir tanta energia positiva em trânsito. E mesmo quando passou pela rua o último integrante do cortejo e sumiu na curva dos olhos após virar a esquina da rua de cima, seguindo em direção à rua de baixo, no rumo da capela da única praça do bairro, ainda era possível ouvir os passos da multidão e o clamor da ladainha efusiva ecoando pelo ambiente e atingindo aguda os canais auriculares das pessoas, nas muitas residências hoje existentes. Quando tudo acabou... a vontade era de chorar. Mas sentia-me bem demais para tal.
MERCADO CENTRAL
No interior dessa cidade,
corredores em labirinto
escrevem lentamente a história
desse valente povo.
Tradição e modernidade caminham lado a lado
com a cultura de toda essa gente,
convivendo com a vida simples que se leva aqui
nas terras de Minas, na contemporaneidade da Belo Horizonte.
Sorrisos encantados
numa lasca de queijo branco
numa banda de melancia encarnada
ou no doce mel contido num pedaço satisfatório de abacaxi
- na praça nossa de todos os dias -
nas esquinas desse pequeno Brasil.
Beleza e riqueza de detalhes
e variedade (in)igual de opções,
pluralidade que encanta mundos
e atravessa com orgulho muitas e muitas gerações.
Peças de encanto dispostas pelo quadriculado chão,
cheio de antropomorfismos,
perfazem um mosaico histórico
ocupando cantos distintos no coração das pessoas.
A vida simples desse mundo singular
confunde-se a todo tempo
com o requintado gesto de nobreza humana
existente no seio dessa grande família.
O rico convive lado a lado com o pobre
e sente orgulho de ali estar.
Patrão e empregado são grandes amigos
viciados na cachaça que é estar lá,
percorrem juntos a lida no dia a dia
e vencem juntos a dura jornada de trabalho desse lugar.
Por todos os lados
o que se vê é gente viciada na vida,
os visitantes tornam-se logo íntimos.
Pois, sorrisos não são difíceis de encontrar!
E se jogam Cruzeiro e Atlético no domingo!
Na segunda-feira, o mundo pára, se um deles ganhar.
No cafezinho todo mundo se envolve nas prosas
e ao rival perdedor, não é permitido apelar.
Dia e noite se confundem no tempo,
não se percebe o dia passar!
Turistas se apressam nas compras,
religiosamente a sirene toca.
Até amanhã! Alguns dizem...
Não vejo a hora de aqui, um dia voltar!
MERCADO CENTRAL
No interior dessa cidade, corredores em labirinto escrevem lentamente a história desse valente povo. Tradição e modernidade caminham lado a lado com a cultura de toda essa gente, convivendo com a vida simples que se leva aqui nas terras de Minas, na contemporaneidade da Belo Horizonte.
Sorrisos encantados numa lasca de queijo branco, numa banda de melancia encarnada, ou no doce mel contido num pedaço satisfatório de abacaxi - na praça nossa de todos os dias - nas esquinas desse pequeno Brasil. Beleza e riqueza de detalhes e variedade (in)igual de opções, pluralidade que encanta mundos e atravessa com orgulho muitas e muitas gerações. Peças de encanto dispostas pelo quadriculado chão, cheio de antropomorfismos, perfazem um mosaico histórico ocupando cantos distintos no coração das pessoas.
A vida simples desse mundo singular confunde-se a todo tempo com o requintado gesto de nobreza humana existente no seio dessa grande família. O rico convive lado a lado com o pobre e sente orgulho de ali estar. Patrão e empregado são grandes amigos viciados na cachaça que é estar lá. Percorrem juntos a lida no dia a dia e vencem juntos a dura jornada de trabalho desse lugar.
Por todos os lados o que se vê é gente viciada na vida, os visitantes tornam-se logo íntimos. Pois, sorrisos não são difíceis de encontrar! E se jogam Cruzeiro e Atlético no domingo...Na segunda-feira, o mundo pára, se um deles ganhar.
No cafezinho todo mundo se envolve nas prosas e ao rival perdedor, não é permitido apelar.
Dia e noite se confundem no tempo, não se percebe o dia passar!
Turistas se apressam nas compras, religiosamente a sirene toca. Até amanhã! Alguns dizem... Não vejo a hora de aqui um dia voltar!
Que belo horizonte.
Dourado como as chamas
dourada do sol.
Queria você a sim.
Vindo para mim toda dourada,
de corpo nu e quente.
Como o próprio sol.
NOTA DE REPÚDIO
Venho através deste, declarar meu total repúdio ao processo de “Jagunçagem” instalado no transporte público coletivo, por ônibus, na periferia da cidade de Belo Horizonte. E reforçar minha total repulsa ao ofício destes “Leões de Chácara”, que andam tocando o terror na população usuária deste modal de transporte, principalmente na linha 712, que atende ao bairro São Bernardo e adjacências.
Se não bastassem os valores absurdos do transporte público em Belo Horizonte, os consecutivos e ‘ilegais’ aumentos no apagar das luzes e o total desconforto e falta de segurança dentro desses veículos, ainda mais essa, a contratação de homens “sem rostos”, absurdamente despreparados e aparentemente orientados para tocar o terror em qualquer um que se aventure permanecer na parte da frente dos ônibus. Mesmo que tenha a passagem em mãos ou o cartão BHBus, devidamente carregado com o valor da tarifa. Ou ainda, mesmo que tenha em mãos um valor bem maior, por exemplo, uma nota de cinquenta reais. E aí, nesse caso, corre-se o risco de ser surpreendido pelo agente de bordo, que alegará não ser obrigado a abater em valor tão alto o valor desta tarifa vexatória, que é quase um tapa na cara da sociedade, e respaldado por imbecis feito esses jagunços já citados anteriormente, plantados pelas empresas nos ônibus para garantir sobre qualquer meio (ameaças, agressão moral, física, etc.) que todos os usuários sobre coerção, avancem a roleta e paguem a passagem, mesmo que ainda não tenham chegado em seu destino final. Diante de tal prática, ilícita perante nossa legislação, relato o caso do usuário “Guilherme”, de dezenove anos, que foi covardemente agredido e submetido a todo tipo de situação vexatória que se pode imaginar, quando se deslocava dos arredores do bairro São Bernardo sentido Estação Pampulha, na linha 712.
Ao chegar à Estação Pampulha, o usuário Guilherme, foi impedido pelo dito fiscal de bordo (não identificado nesse primeiro momento) de desembarcar. Mesmo tendo em mãos uma nota de cinquenta reais para pagar a passagem, foi seguro e impedido de descer ou rodar a roleta (a agente de bordo alegava que não tinha troco para o valor dado a ela) e que não era obrigada a cobrar a tarifa, sob pena, de ter ela mesma de pagar o valor ao caixa da empresa depois. Com o respaldo do Jagunço que fazia a segurança do dinheiro da empresa, o mesmo foi mantido em cárcere privado por mais de dois quilômetros, apesar de outro usuário incomodado com a situação, ter quitado junto à cobradora do ônibus o valor da tarifa. Mesmo assim, foi impedido de descer e conduzido por pasmem, mais de dois quilômetros longe da estação, onde faria a integração com o MOVE para seu destino final. Após ser privado de descer em seu destino inicial, a Estação Pampulha, e ser obrigado a descer tão longe, continuou a ser ameaçado pelo dito fiscal da empresa que estava dentro do ônibus; e ao descer na Avenida Pedro I, em frente ao estacionamento do centro de compras ‘Via Brasil’, foi covardemente perseguido e agredido pelas costas a socos e pontapés. Diante de tão gratuita e covarde agressão, o que se viu foi um clima de total indignação dos demais usuários, que prontamente reagiram e desceram do ônibus, assumindo uma postura de defesa do rapaz. Apesar de tanta gente ter se indignado, apenas um ou dois sujeitos permaneceram no local apoiando e adotando as providências necessárias para um desfecho ao menos justo para toda aquela desumanidade presenciada. O rapaz perdido diante de todo aquele vendaval que invadiu a sua vida naquele instante, permanecia sem reações lógicas e racionais e esbravejava sua inconformação por ter sido a vítima da vez dessa situação toda. Ele chorava e falava do medo de andar de ônibus, devido aos perigos normais existentes, para qualquer usuário deste modal no dia a dia. Dezenove anos, dezenove... Covardemente agredido por estar no caminho de um imbecil, que pensa estar agindo de acordo com a lei, defendendo o patrimônio de abutres carniceiros que sugam e mamam nas tetas da população, prestando um serviço de quinta categoria em veículos extremamente desconfortáveis e insalubres.
O que conforta, é saber que a população está atenta e não aceita mais injustiças e covardia. Que a polícia, em seu ritmo próprio, apoia o oprimido e cumpre com seu papel de atender e proteger as vítimas de atos que venham ferir a lei e as individualidades dos sujeitos. Que apesar das injustiças e perante tanta ignorância e falta de senso, existem ainda pessoas lúcidas e capazes de surpreender a todos por sua capacidade de ser humano, de se colocar no lugar do outro e assumir com ele suas dores e angústias, visando a um bem comum em sua relação com o coletivo da sociedade.
Espero, angustiadamente, que esse rapaz leve a frente esse processo e que essa situação seja observada de perto pelas autoridades competentes, para que outros sujeitos não sejam agredidos também. Para que se evite uma tragédia futura, e para que os direitos das pessoas que se arriscam todos os dias a usar, após pagar tão caro por este serviço, sejam garantidos e mantidos no rigor e limite previstos em nossa legislação.
Não pensem que acho correto as pessoas andarem de graça por aí, à custa dos outros, pois não acho certo também! Apesar de entender que se os impostos pagos por nós fossem melhor investidos, talvez tivéssemos não apenas um modal de transporte decente, e sim vários; integrados, eficientes, confortáveis, seguros mesmo que não fosse barato tudo isso! Pois, hoje já não o é. E você, o que faria se deparasse com situação semelhante? Aliás, devido à expansão desse processo de Jagunçagem nos ônibus da periferia de Belo Horizonte, e aos frequentes relatos de agressão e desmandos dessas pseudo-autoridades, será que você já não foi vítima e se calou, ou se calou diante de outras vítimas? Você tem algum parente, jovem, que estuda na escola Três Poderes? Esses têm sido vítimas frequentes deste tipo de agressão. Certo ou não, converse com ele, tente escutar da boca de um conhecido se procede ou não tais relatos.
Aconteceu hoje, dia 31 de agosto de 2015, uma verdadeira tragédia.
Mas, estamos de olho!
Obrigado pela atenção!
Chapéu de Palha
Naquele dia, ele foi ao Mercado Central por acaso.
Gostava tanto do lugar, que sempre desviava de seu destino inicial.
Marcava um compromisso no centro (Rua da Bahia, Afonso Pena, Maleta...) sei lá!
E, inconscientemente, quase sempre, descia do ônibus na Rua Paraná.
Só pra passar em frente ao Mercado, talvez até entrar, ficar por lá um pouco.
O que ele sabia sobre o lugar e muitos ao menos ideia fazia,
é que não se tem controle do tempo quando se está por lá!
Com todos aqueles cheiros, ruídos, pecados existentes os sentidos se alteram
e ao passar por qualquer daqueles portões, você está condenado ao atraso.
Inevitavelmente, sua atenção é atraída e sequestrada pelo design das cores nas coisas
e você passa a ouvir os gostos dos cheiros destas coisas, por todos os lados que olhe.
Basta ver as vitrines das lojas, tem tudo lá!
De damasco da Síria, a temperos da Índia,
tem bacalhau dos mares de Portugal e até máscaras de tribos da África.
Todo o mundo está aprisionado por lá.
Vê só o tamanho do problema de quem vai?
Mas naquele dia ele estava angustiado! Quinta-feira meio nublada pra ele.
Chegou ao Mercado ali pelas cinco da tarde,
tinha um compromisso marcado para as sete da noite.
Enquanto caminhava pelos corredores,
tomado por toda aquela magia que envolvia-lhe os sentidos,
olhando maravilhado toda aquela sinfonia de lojas, mercadorias, pessoas...
Sentiu sua vida (passar) escapando rápido e bem diante de seus olhos.
Num desses relances, ao olhar para baixo,
viu seu reflexo circunspecto no ladrilho típico plantado no chão,
característica marcante do lugar.
Feito um refrão, linear e simetricamente orquestrado
via as peças de cerâmica diferenciar a cada passo dado,
mesmo que para qualquer outro elas parecessem exatamente iguais.
Naquele dia ele não estava em busca de nada em específico.
E mesmo que nada procurasse, foi atraído por um chapéu de palha em miniatura,
desses com as pontas sem trançar (desfiados), igualzinho aos de tamanho natural;
estava lá jogado em um balaio, exposto sobre uma caixa de madeira no corredor.
Ele até já tinha visto outras vezes desse objeto, mas dessa vez era diferente...
Estava envolto por uma aura de circunstâncias,
e se tornou o objeto mais evidente de todo o Mercado naquele dia.
Havia tanta poesia em fluxo, que sua forma e simbologia, faziam lembrar Minas Gerais.
Tomado por um impulso de morte, incontrolável, sacou do bolso sua carteira
e pediu a moça que embalasse logo umas dez unidades.
Chegando a sua casa, ainda conseguia ver a beleza e poesia de antes.
Mas parecia que algo estava diferente, a aura, havia desaparecido!
Foi nesse exato momento, que ele descobriu que o brilho que comove as pessoas
não está nas coisas postas nas vitrines
ou dependuradas arrogantemente à frente de nossos olhos,
e sim na singularidade do lugar e no sorriso que brilha dos olhos de quem trabalha lá.
Por isso, é tudo tão irresistível!
Por isso, as cores e cheiros e sons e gostos e tudo o mais são tão mais evidentes.
VIAJANTE
(Amor a Belo Horizonte)
Adeus
Estou indo embora, outrora pensava,
Temia.
Destino traçado, certo ou errado, sem parada obrigatória.
Pausa ao acaso, caso, descaso
E seguia.
Adeus
Estou indo embora, outrora pensava,
Temia.
Deslumbrei um Belo Horizonte, atraquei num Porto Seguro,
Bahia.
Fiquei inseguro e de Canoa Quebrada, pelo mar cheguei no Rio,
Tomei banho em Cabo Frio e em São Paulo, Santos
E Maresias.
Adeus
Estou indo embora, outrora pensava,
Temia.
Paraná, Santa Catarina; Ah!!! Como é linda essa ilha.
Enfim um Porto Alegre, vou visitar minha filha.
Adeus
Estou indo embora, outrora pensava,
Temia.
Dou meia volta, Volta Redonda,
regresso, uma nova trilha.
Cidade da minha infância, tios, primos e minha madrinha.
Adeus
Estou indo embora, outrora pensava,
Temia.
Sigo sem rumo à procura, de uma nova rima.
Um Por do Sol, meu Belo Horizonte.
O final de um grande dia.
A visão que se tem de hoje revela que o horizonte prenuncia chuvas de amor num colorido exuberante em que se pode reafirmar a admiração de um conjunto arquitetônico que forma a capital dos mineiros. Um belo, um encanto, minha aprazível Belo Horizonte...
Um dia bem diferente
A calmaria toma conta do tempo
Desfile de gente agradável
O verde predomina na avenida do saber
Nuvens escuras riscam o céu de um Belo Horizonte
Bem possível perceber o chilrear da passarada ao fundo
A predominância dos cuidados pandêmicos
Gente agradável do Triângulo, do Sul de Minas, do Mucuri, Jequitinhonha, região Central, um desfile de ansiedades e sonhos
Todos com desideratos prontos e acabados
Todos destemidos a lutar contra a chama sempre ardente
Um sonho, uma realidade, uma conquista
A conexão do mundo com a vida
“Vivo aqui, nesse cantinho do mundo...
De onde as minas espraiam pelas geraes,
Onde as montanhas delineam o horizonte,
Em uma bela moldura, com um belo mosaico de cores.
Região de gente alegre, trabalhadora, da lida,
Terra de mulheres lindas e prendadas, fazedoiras de quitutes maravilhosos,
No ar puro de seus campos, respira-se a história, feitos memoráveis,
De norte a sul e de leste a oeste, pedras preciosas e semi-preciosas, ouro, prata e minério de ferro,
Em seus rios ainda são encontrados diamantes,
E no coração de sua gente, amor e religiosidade.
A noite, nas prosas e rodas de viola, saudades dos entes queridos que partiram, gente boa que se foi.
Pois as lembranças, mesmo com o passar do tempo, teimam em ficar.
Vez por outra visitando nossos sonhos, seja no mundo de lá, seja no mundo de cá.
Vivo pois em um Belo Horizonte, nas alterosas das Minas Gerais.
No torrão de terra que me coube, onde edifiquei minha humilde morada!”
Belo Horizonte...
Sinto orgulho de minha mineiridade
Que faz vibrar em meu peito o ardor
Da emoção de ver florir nos jardins
De minha emoção, honra e paixão
A cidade que nasci, se acende em mim
Na beleza de cada canto, cada esquina
E são nos jardins, parques e lagoas
Que reside um pouco que muito ensina
Meu querer não se resume a cuidar-te
Vai além... atravessa matas e montanhas
Sigo confiante, passando veredas e bela fonte
Encantos do verde vivo de um Belo Horizonte
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