Velhas árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
A natureza é um espetáculo sem igual,
Um mundo inteiro de beleza natural,
Onde o sol nasce e se põe em tom dourado,
E o vento sussurra segredos ao seu lado.
As árvores dançam ao som do vento,
E os pássaros cantam um doce lamento,
As flores desabrocham em um caleidoscópio de cores,
E a vida se renova em todos os lugares.
Os rios correm livremente pelo vale,
E as montanhas se erguem majestosas no horizonte,
A natureza é um verdadeiro tesouro,
Que merece nosso cuidado e nosso amor.
Que possamos viver em harmonia com a natureza,
E desfrutar de toda a sua beleza,
Pois é nela que encontramos a paz,
E aprendemos que a vida é muito mais.
Segredos naturais
Que segredo esconde
A mãe-natureza?
Com tanta beleza
E tanta riqueza
Que segredo revela
O sol na janela?
Essa coisa singela
E tão bela
Que verdade há
Por trás desse ar?
Que embrenha na alma
E te faz respirar
E o que diz da chuva
Que veio pra molhar?
Essa terra fértil
O que faz pra plantar?
E do barulho do mar
O que tem pra contar?
Que mistério tem o vento,
Que inventou o ventar?
E o tempo quem inventou passar?
De onde vem toda essa magia?
Quem explica toda essa alegria
Contida com essa harmonia
Nas flores desse jardim?
Fazendo todo universo
Alegre, fiel e sem fim.
Natureza graciosa
Há tanta beleza
nessa natureza tão especial
que emociona
até os menos sensíveis.
Muitas vezes
se mostra exótica.
Em outras, singela,
ou elegantemente graciosa,
em suas apresentações.
Natureza, deusa do viver
A beleza pura do nascer
Uma flor brilhando a luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol
Pensamento tão livre quanto o céu
Imagine um barco de papel
Indo embora para não mais voltar
Indo como que Iemanjá
Quanto tempo leva pra aprender
Que uma flor tem que vida ao nascer
Essa flor brilhando à luz do sol
Pescando entre o mar e o anzol
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira
Me encantar com um livro
Que fale sobre a vaidade
Quando mentir for preciso
Poder falar a verdade.
A natureza bela, perfeita,
A nos trazer tanta beleza,
a esse mundo em prosas,
Traz o cheiro de rosas.
E lá no alto, no meio das matas
As belas cachoeiras, cascatas
Trazem as belezas dos floridos ipês.
Quem vê, impossível esquecer!
Mas o homem é um ser traiçoeiro
Destrói tudo no universo
Na ganância nunca está satisfeito.
Em meio as aflições, terremotos, maremotos
A lua se mostra e celebrarmos a vida.
O que o ser humano precisa é amor e empatia.
Entre o luar e o arvoredo
Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.
Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.
Reinvenção
A vida só é possível reinventada.
Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas. . .
Ah! Tudo bolhas que vêm de fundas piscinas de ilusionismo... – mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
Vem a lua, vem, retira as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcança...
Só - no tempo equilibrada, desprendo-me do balanço que além do tempo me leva.
Só - na trevas fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
A folha
A natureza são duas.
Uma,
tal qual se sabe a si mesma.
Outra, a que vemos. Mas vemos?
Ou a ilusão das coisas?
Quem sou eu para sentir
o leque de uma palmeira?
Quem sou, para ser senhor
de uma fechada, sagrada
arca de vidas autônomas?
A pretensão de ser homem
e não coisa ou caracol
esfacela-me em frente folha
que cai, depois de viver
intensa, caladamente,
e por ordem do Prefeito
vai sumir na varredura
mas continua em outra folha
alheia a meu privilégio
de ser mais forte que as folhas.
Veja também: