Bebo
Sr. garçom, lhe dou um conselho: Não tente medir o que bebo em doses, tudo que vivo não vivo em doses mas sim em overdoses!
Amor que machuca
Amor que alimenta o dia
Amor que não se mede e nem se explica
Amor que bebo todo dia como água para meu alento
Cicuta
Vejo na taça cicuta
Por precaução não bebo
Ela esperou com esmero
Paciência de ferro
Para me envenenar
Lia Kafka por admiração
Não gostava de coincidência
De uma prudência delicada
Seu riso comedido
Verdadeira faca amolada
Recitava Homero de improviso
Usava livros como correntes
Declamava sonetos gregorianos
Assim gozava infinitamente Encharcada de prazeres
Eu era a contramao, sem desejo
De todo farto conhecimento
Negava-me a curiosidade
Sem pretensão fugia
Receava chama da luz
Foram várias tentativas
Ela queria me curar
Da minha extravagante estupidez
Desesperada implorou
Antes de desistir
Fez de mim cobaia em tudo
De submisso à dominador
Ao se sentir fracassada
No plano kafkiano
Resolveu acabar comigo
Leopardo Dom
"Um dia me perguntaram por qual motivo eu não bebo, respondi simplesmente: tenho um ou dois motivos para beber, mas tenho dez a doze motivos para não beber. Esse é o principal motivo."
Passiflora Incarnata
Amargo, seco, doloroso.
Um gole, desgostos...
Bebo deste liquido
Sempre que respiro.
Sou interprete dos abismos,
Sucção ao proibido,
É isto como alimento!
Penetra meus tormentos.
Faz da carne servo
Da alma inundação,
Obediência, escravidão.
Dum desejo abstrato
Em langor e alentado
Me envolvo calado.
quando quero comer eu como!
quando quero beber eu bebo!
quando quero falar eu falo!
no momento eu não ,como ,bebo,falo.
simplesmente observo!
O café
Me levanta e me deixa em pé
Bebo em cajazeiras
E na praça da Sé
Bebo com ou sem leite
Bebo até sem sede
Meu amor pelo café é demais
Bebo na rua e na casa de meus pais
Bebi até quando estava internado
Hoje eu sei o porque me chamam de viciado.
Você tem os próprios problemas e eu tenho os meus, eu fumo, eu bebo, eu tomo remédios / não sou doente, mas também não te escondo o verdadeiro " Kayke ", trabalho com poemas, vejo a vida passar, o tempo anda curto, essa semana já tem hora pra acabar. Vivo no caos, vivo na paz, conheço pessoas das classes baixas, médias e anti sociais, já fui em muitos funerais, já toquei pagode misturado com forró até o sol raiar, uma metamorfose líquida que com o tempo vira ar, mas enquanto meu cigarro não acaba, no seu ambiente não posso entrar.
IMORTAL...
Aqui estou olhando o crepúsculo
E penso neste céu...
E bebo o mar... E penso em voar...
Com os olhos cativos a fantasia...
Esperando por ti nestes intermináveis dias...
Tento escrever em versos... Os sentires do meu coração
E vejo o sol se por em breve... E ele me leva qual uma canção...
De uma triste melodia...
Sorvo comigo a dor da saudade
Mas me sinto imortal diante da vida... !
“E é assim mesmo, quanto quero chorar eu choro, quando quero beber eu bebo, quando quero você…bom, ai eu choro e bebo.”
loucura em dias que tudo está errado,
bebo muita ansiedade.
devo sempre mais e mais...
água sofrimento do coração,
te diria a sede divido ao calor ou seca,
desdenho singularidades,
no cais de um rio,
bem pouco sua margens,
correr e respirar o vento,
leve em puros sonhos,
seria tais a perfeição,
nesse horizonte de um sol,
ao meio dia e sede dobra
no suor derreador sentimento,
tento mover cada uma das despedidas,
como esses cascatas que tanto imagino no calor,
nunca desvio o olhar de tristeza,
os traços de brisa fria bate no fio da espinha,
denoto que areia queima a sola dos pés
o mesmo deixo a virtudes de lado
pois sensação somente piora
solidão de um sonho ao longe do espírito
nos céus aves dançam num balé,
e apenas um desejo supremo e gelado...
seria cruel sonhar pois não tem preço fixo.
Beba, beba mesmo, com vontade e prazer logo mais a festa continua.
-Não é assim, eu bebo e não lembro das coisas.
E eu acredito para não ficar ainda mais infeliz.
IMAGENS...
À sombra do prazer me entrego
Ansiando pela recíproca voragem
Bebo teu néctar com fervor, não nego
Me enterro em sua paisagem.
Me deleito longamente, sôfrego
Sou fogo e chamas, qual tua imagem
Me entrego, qual bêbado, trôpego
Que louco deleite, que voragem.