Bebida
Eu prometi que ia parar de beber, que ia parar de fumar, que ia passar mais fins de semana em casa com você, que íamos ter o nosso tempo, que seríamos quase sempre você e eu. É engraçado que você me fez ficar, só que agora eu tou pulando de bar em bar, queimando um maço atrás do outro, meses sem dormir uma noite inteira, tudo isso também por você.
Sabe?, é que isso não é vida, eu não tou vivendo, e você mesmo dizia que só vale a pena viver se alguém te amar. Bem, eu tou respirando.
Pedaço do céu no vão da telha
a luz vermelha e o teu vestido furta cor
a minha dor e a tua dor mirando no telhado um copo de conhaque transbordado
derrama estrelas no pano xadrez
a mesa rir, a maquina toca um bolero enquanto eu sedento espero
por você a minha vez
Entre um copo e outro
tentava afogar todas as mágoas em seu coração
Entre um copo e outro
Pensava estar lavando
toda tristeza
e arrependimento
Entre um copo e outro
Percebeu que se afogava em si
Colocando o copo em sua mesa
Pôs tudo para fora
Prometendo aprender a nadar
ode cair o céu
o mar me afogar
As pessoas me amarem
Me odiarem
Ou me baterem
Mas em nenhum instante
Tirei você dos meus pensamentos
Pode o inferno chegar
A bebida acabar,
O cigarro apagar
Você permanece eterno.
Em todos os momentos
Em todos os lugares.
Não precisa beber, meditar ou rezar para compreender que a verdade é uma só: Muitas coisas na vida têm preço e outras têm valores. Mas todas têm troco...
Eu estou bebendo pra te esquecer
beijo outras bocas desejando ser você
vivo de falsos amores, falsas dores.
Os devaneios da vida é achar que sentir dor é por amor
nem toda dor é autentica a maioria é ilusão.
Após três ou quatro doses, e com o fim do charuto sentia-me capaz de copular com qualquer ser vivente que me desse trela.
Canta o homem,
a sua passagem
que o tempo não muda,
e saudando a vida,
vai bebendo de sua taça de sonhos
Leva o meu celular
Que se eu beber, eu vou querer ligar
Chorando, implorando pra voltar
Pode levar, leva tudo sem dó
Por trás de cada copo cheio, há uma história de sonhos destruídos, mágoas ou corações partidos.
Jamais julgue um bêbado sem conhecê-lo.
Prefiro enfrentar meus problemas sóbria, pelo menos sei o que estou fazendo e corro menos risco de machucar pessoas que gosto por causa da bebida. Você me machucou, me feriu, disse coisas que me deixaram triste. Não sei se devo me tornar uma pessoa fria, como você foi comigo naquele dia. Nunca me imaginei bebendo, mas por VOCÊ e por outros problemas acho que estou enlouquecendo. E estou com vontade SIM de beber até esquecer de tudo, inclusive o que você fez para mim.
Em meu ser
Eu me perco a pensar
Me penso em perguntar
Será
Que eu fui tão assim
Tão ruim pra você
A ponto de merecer
Estar a mercê
A espera de você beber
Pra poder lembrar
Que um dia me quis
Um dia foi feliz
Só por me ter?
Abnegação
Desapego, desapegar, eu desapego
Tudo é valido para a quebra do meu bloqueio
O sangue que já não ferve
O mundo que não mais gira
A fumaça que já não me concede odor
O ódio que não será corrompido
O presente desespero no desapego
A queda do meu amor verdadeiro
A volta do ingênuo
O orgulho expressado na face dos outros
A pontada no peito de um ex maconheiro
O orgulho expressado na face dos outros
A garganta seca de um ex alcoólatra
O orgulho expressado na face dos outros
O silencioso choro cortante de um ex fumante
Com o copo na mão, vagamos pela noite, em uma busca por algo que não se consegue explicar, algo que nos preencha desse vazio profundo, vazio que apavora, que nos move para uma fuga, fuga essa que acaba novamente no copo cheio, copo cheio, alma vazia.
Coma alcoólico
Por que amá-la o destruiu. Era como estar em coma, vivo, mas com a ausência de consciência. Sem estímulos com sons e toques, apenas dor, associado a movimentos involuntários da sístole e diástole que no exato momento, pareciam ausentes, no fundo ele se sentia mais morto que vivo. A pertubação grave do funcionamento cerebral irreversível, devido ao trauma emocional e envenenamento de seu figado, provocado por doses e doses de remédios em copos de 200ml, que prometiam recuperar seus sentidos, não o ajudava nem um pouco. Estava como um zumbi, vagando sem destino e sem forças. Carregava uma carcaça corroída por destroços e feridas, cujo o peso era semelhante ao de um Adeus. Ele se transformou em algo que ninguém mais reconheceu.
Degustando de ti embriaguei-me de amor
E antes de sair do bar
Peguei a conta da tristeza pra pagar
Paguei a conta usando meu cartão
Por que a vista não conseguiria enxergar o fim desse amor
E meu corpo não aceitaria a dor dessa alcoólica solidão.