Bebida
Um romance,um esporte, uma música,uma praia,um
estudo,uma comida,uma bebida,uma conversa,uma pausa,um pensamento...
RESSACA BOA
Final de ano de muita festa,
De comida, bebida e seresta.
Não tem hora pra acaba,
No outro dia a ressaca que vai fica.
Tem ressaca boa,
Que a gente ri à toa.
Tem ressaca da consciência,
Que vem cheia de advertência.
Tem ressaca da bebida,
Do licor e da comida.
Tem ressaca atrevida
Pega gente desprevenida.
Tem ressaca do vexame,
Por quebrar o vasilhame.
Tem ressaca de doer,
Só o analgésico tem poder.
A cabeça tá doendo,
E o intelecto tá fervendo.
Por saber o que está acontecendo,
Nessa hora vem o arrependimento.
Esta é a última,
Não tem penúltima.
Peço a cura, sem demora,
Da promessa que faço agora,
Final de ano é alegria,
Encontro de mãe, pai, irmão e tia.
Amigos por simpatia,
Dançam ao som da melodia.
É momento de encontro,
Com direito a ficar tonto.
É permitido sair do ponto,
É poesia, poema e conto.
Essa ressaca não tem preço,
Veio recheada de adereço.
Vem do abraço de quem conheço,
Tem fim, tem meio e tem começo.
É ressaca da lembrança,
Dos amigos de confiança.
Pois é só entrar na dança,
Pra fazer do amor a aliança.
Se a noite foi bela,
A ressaca cinzela.
Se a festa foi boa,
A ressaca ri à toa.
Fim de ano é alegria,
De ressaca todo dia.
Fim de ano do bom encontro,
Não importa passar do ponto.
Élcio José Martins
JÁ FUI SUA COCA COLA...
HOJE,
SOU MUITO MAIS QUE..
SOU SUA BEBIDA MAIS FORTE...
DESTILADA E ENVELHECIDA,
COM MUITO CUIDADO...
SOMENTE ...
PRA VOCÊ!
Em algum momento no futuro
Talvez possamos ficar juntos
Talvez compartilhar uma bebida e conversar um pouco
E falar sobre os dias em que ainda estavam juntos
Talvez em algum lugar mais baixo da linha
E eu vou te encontrar lá.
CHOVENDO
Um gole após o outro
Vou sorvendo dessa bebida gelada
Que espalha por onde passa um frescor que me devassa
Uma lágrima após a outra
Vou curtindo esse choro contido
Que limpa por onde escorre, na minha pele onde passa.
Um passo após o outro
Vou correndo nessa avenida
Que compete com meu compasso e me deixa embevecida
Um dia após o outro
Vou seguindo concentrada
Cuidando onde piso, num prazer úmido e velado.
Hoje é dia de "fervo" no Rio de Janeiro: final de feriadão, carnaval, sol, praia, bebida gelada e animação.
Eu aqui, separando doações... eu sei que o pouco que consigo distribuir não vai resolver os problemas que afligem nosso redor: covid, desastre em Petrópolis, guerra na Ucrânia, entre outras tantas guerras que nos são anônimas e fragilizam, enfraquecem e desfalecem homens com ou sem fé em Deus.
Indiferença, individualismo, ambição, irresponsabilidades... consequências de um mundo selvagem em que a racionalidade humana é orquestrada pelo instinto animal de "sobvida": sob a vida do outro.
Postei numa página pública nesta semana um curto diálogo, resultado da reflexão sobre a selvageria do mundo e que posso ser perdoada por acreditar que o mal triunfará no final. Mas, que mal? Que final? Também não seria egoísmo entender que minha linha de pensamento é real. De qual realidade? Sob qual perspectiva de verdade? As verdades são temporais. Por isso até receio achar que possa estar certa. É muito ruim pensar demais... quando publiquei meu primeiro livro, meu pastor já me aconselhara sobre as questões político-filosóficas: podemos controlá-las ou sermos dominados nesta luta em que o maior inimigo está nas nossas mentes. Então a minha disciplina diária é manter a fé acima da política (social) e da filosofia (individual) e, desta forma, não acionar o gatilho que desencadeia uma nova crise do meu transtorno do espectro do autismo. Entender que, embora em grau leve, não sou normal levou algum tempo. Mas aceitar que o que me paralisa fisicamente esquenta muito a minha mente é paradoxal.
Portanto, exercer a fé significa controlar o que há na fronteira entre o consciente e o inconsciente.
"Não pare de lutar" foi a mensagem que tocou no meu coração: "Nunca falte a vocês o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. (Romanos 12:11-12)"
Foi quando lembrei-me de Ludmila Ferber e sua canção "Nunca pare de lutar" gravada anos antes de ter seu câncer diagnosticado, em 2018. Teve uma vida digna, ética e seguiu os valores cristãos. Em 2019 sua fé consolidou forças para gravar "Um novo começo". Sua missão nesta terra terminou em 2022. E uma das riquezas que nos deixou além de suas realizações como humana, mulher, real, foram suas poesias em forma de canção. Melodias que aquecem alma, trazem força ao coração cansado e a mensagem de eternidade com o nosso Criador. Não tenho medo de morrer.
Ludmila foi uma boa pessoa como tantos que passaram por este mundo em suas diferentes terras, culturas, religiões e saberes. Então acredito que há homens bons. Mas há os maus: os que mantém o ciclo dos fins e dos recomeços porque são atraídos pela ganância e seus corações corruptíveis podem não admitir, mas estão envolvidos numa grande conspiração. Só que são estes os envolvidos que estão no poder e perpetuam o câncer social.
Se estou fantasiando? Não creio. Os pensadores não são aqueles que revelam a ilusão de algumas verdades, mas os que sugerem a verdade das ilusões. Por isso acredito que Jesus foi, de fato, o maior pensador e agradeço pela herança que deixou à humanidade.
Não sou cristã temendo ir para o inferno. Tento viver esses ensinamentos porque acredito que conduzem à uma vida melhor. No entanto, busco não me guiar pela religiosidade mas pela espiritualidade em que preconiza “o temor ao Senhor como princípio à Sabedoria”.
Tenho receio de não conseguir deixar nada de aproveitável para os que ficarem, pelo tempo em que ficarem por aqui. Afinal "quod in vita facimus, in aeternum resonat" - o que fazemos em vida ecoa pela eternidade (Maximus, O Gladiador).
Flerte
A bebida flertou comigo
Estamos tendo um caso
Ela me faz esquecer
Sentimentos do passado.
Cada gole, como um beijo
Quanto mais ela me embriaga
Mais eu sinto desejo
Só eu e ela, mais nada.
A única conversa
São meus pensamentos
Os quais eu guardo intimamente
Tristes sentimentos.
A bebida, assim como uma dama
Embaralha meus sentidos
Aguça meus desejos
Aflora meus instintos.
Já que a bebida mata
Eis aqui um oportunista
Que se entrega aos copos
E termina onanista.
O homem procura na bebida
O que não sente na vida
Anestesia, fuga da rotina
Um breve momento de alegria.
Toma erradas decisões
Pra iludir a mente
Passa um tempo solitário
No meio de um monte de gente.
Amigos de bebida, mas não de caída!
Cada um que cuide da sua velhice, pq os amigos só cuidaram da sua juventude!
Objeto Pontiagudo —
Um jogo de futebol na TV
quase sempre me salva.
Uma bebida, uma conversa com um amigo,
a leitura de um poema me salvam.
Um cochilo de quinze minutos à tarde;
uma corrida de meia hora; um dia frio de chuva, todas essas coisas,
momentaneamente
me salvam.
Me salvam durante o tempo em que
estou ali concentrado, distraído.
A realidade crua da vida me cai como
um objeto pontiagudo sobre a pele nua,
por dentro: na alma. — e isso dói tanto.
Sozinha
Ela está sozinha em casa
Não tem com quem desabafar
Toma um gole de bebida
Pra tentar se animar.
Seu olhos estão vermelhos
Ela olha no espelho, então.
Não quer ficar sozinha
Mas, também não quer Cia
Ele mora na França
Ela na Turquia.
Tentei lhe salvar, ela não quis
Tentei lhe ajudar, não sorriu pra mim.
Tudo bem, um dia quem sabe, talvez.
Tudo bem, um dia quem sabe, talvez.
- [ ] Se estiver exagerando em comida ou bebida, isso não é paz
Qualquer exagero demonstra falta de paz
Se conseguir degustar, em poucas porções qualquer bebida e comida, é porque está em paz .
Sou uma bebida forte ... embriague -se ... goles e goles de mim causam dependência.. viciam ...sou droga .. só aproxime se vc for forte ..se der conta do recado...
A gente aprende que de nada vale a bebida, o cigarro ou qualquer outro vício, em busca da tranquilidade ou do relaxamento. É muito mais bonito ser limpo, ser em paz num laguinho flutuando de olhos fechados.
Sem um dispositivo eletrônico ou uma bebida à mão, sem bolsos, só você, como se sente? Consegue encarar?