Banquete
Estamos! Vivemos; em banquete com os signos.
Ora jogamos, ora somos manipulados por estes articuladores que ora diz-se empatado pela trama vida, onde jamais haverá ganho ou ganhador.
Por sermos apenas o algoritmo, a peça do jogo dos vencidos pela congruência do que eles insistem na manipulação que foi um mero destino.
Nada como o tempo - e um banquete de consequências - sobre os quais cada um colhe exatamente o que semeia.
Religião é perceber que existe um grande banquete a ser dividido;
Religiosidade é se colocar à disposição para divisão entre os que têm fome;
Espiritualidade é saber que já está saciado, ao comer do pão que alimenta a alma
Somente um pagão é capaz de sentir a dor de se alimentar de migalhas advindas do banquete servido pelos deuses
Todos os que se sentam aos farrapos à mesa da humildade saem saciados e bem vestidos no banquete das virtudes
Há muito tempo terminei minha refeição e me retirei da mesa onde estavam Platão e um grupo de homens embriagados. Eles idealizavam e discutiam um sentimento do qual não me recordo muito bem, mas que em vagas ocasiões acredito tê-lo vivido.
Não fique se humilhando por migalhas de atenção. Existe alguém por aí querendo te oferecer um verdadeiro banquete.
Não se entregue a uma vida de prazeres, para não se empobrecer com os gastos. Não se empobreça banqueteando com dinheiro emprestado, quando você não tem nada no bolso. (Eclesiástico, 18:32.33)
É muito cômodo e confortável, atribuir a Deus responsabilidades que é nossa por direito.
As vezes esperar que "Deus" intervenha na nossa causa, nada mais é que o medo de romper a zona de conforto, abrir mão de alguma coisa importante pra coisas excelentes aconteçam.
Enquanto isso, vamos nos alimentando das migalhas que caem da mesa, quando poderíamos nos abastar num banquete.
Pode ser que nunca ocorram mudanças em nossas vidas, não porque Deus não agiu; e sim porque nós não fizemos nossa parte desapegando de coisas pequenas.
É necessário que a semente se quebre pra que possa abrir caminho pra uma nova vida.
Tenho medo do vento que passa fechando as portas por onde entrei e saudades de cada uma das portas por onde eu não quis entrar. A tragédia da vida é nunca haver tempo hábil para desfrutá-la em plenitude. É estar diante de um banquete e ter de ir embora apenas com um tira-gosto.
Quando a fome está a nos corroer as vísceras, qualquer migalha que nos oferecem ganha proporções de banquete.
Quando os humanos não se identificarem mais, para procriar, será o fim último da espécie, porém não antes do canibalismo. Já é chegada essa hora, com a humanização dos animais e depois o banquetear dos heróis nas rinhas.