Bandeira
Amanhecer cada sonho adormecido
Encontrar toda esperança perdida
Carregar consigo a determinação.
Planejamento para hoje
e amanhã, e de novo e de novo...
Bebo a cada lembrança
do tempo em que eu me aquecia em seus braços.
Hoje sei o quanto disso tudo me restou...
Sinto o calor do café em meus lábios
aquecendo minhas ausências,
aquecendo minhas saudades.
E assim você me encontra,
de um jeito muito especial,
assim você me alcança,
estrelas inatingíveis de mim mesma...
Brincar de ser estrela,
pequeno ponto de luz na imensidão
Iluminar o escuro que nos rodeia
desmanchar com amor a solidão.
Dois livros sobrepostos
Páginas se juntaram
Personagens se misturaram.
Uma: a musa sem brilho,
O outro: o instrumentista engavetado.
Desse encontro, o inesperado...
Onde antes eram solos adormecidos
flores brotaram por todos os raios.
Músicas voavam com o vento, dançavam!
A musa, agora em brilho, cumpria sua missão,
revelou ao instrumentista o que estava oculto
em sua alma: imensidão!
Ela por ele sonhou e inspirou
Ele por ela compôs e tocou
Música sublime proferiu-se pelo espaço...
Contudo, os livros foram re-organizados
Voltaram a compor a estante da sala de estar.
Cada personagem ao seu livro de origem regressou
E o que restou desse intenso e furtivo enlace?
A musa e o instrumentista não serão mais os mesmos...
Parte de um seguirá com o outro.
E a bela música guardou em si a eternidade desse amor.
Quando vir um novo dia
Encontre-o, mãos estendidas
Acalente-o nos braços
Abertos,
Infinito espaço.
Adorne-o de esperanças
Receba e reflita sua luz
Seja encanto
Perdure
Infinito canto.
Prepare-se ao inesperado
Corra, procure, ache!
Leve contigo sua bússola
que pulsa, vibra, sente, grita:
Siga!
E se,
em algum momento de tristeza eu te encontrar
Que você me sinta
como se eu fosse
uma palavra amiga
que fizesse seu espírito escutar a vida
E então, sentir a alegria
de simplesmente ser,
estar,
viver...
Então, é isto que acontece...
não estás, mas sinto-me plena de ti.
Preenches meus dias com saudades,
transbordo-me em sentimentos.
Não há vazios aqui.
Somente uma suave luz de sua presença...
Se todo este sentir é tão lindo, puro e terno
como ainda posso recusar-me a entregar-me por completo?
como sinto que estou a vagar através da penumbra?
E me presto ao imenso esforço de afogar tamanha delicadeza?
Num impeto de gritar, calo-me num segundo...
Um sonho abriu-se em versos:
Subindo as escadas de meu desejo
encontrei você,
sentada e linda,
imagem divina!
Vestida de poesias em traços de rendas.
Em sua alma de ternura,
melodia de encantos.
Sonho que tanto amei
e apenas encontrei
em teu mais sincero sorriso.
E no brilho das estrelas
que brincam em seu olhar
sereno, céu límpido a me guiar.
De seu coração,
colhi a rosa mais pura:
canção feito candura
Entrego-lhe precioso presente,
o que de mais íntimo há em mim:
Meu ser, meu viver, meu querer.
Quanto do teu ser
Quanto do meu querer
Enquanto ainda espero?
Quanto está por vir
Quanto por desistir
Quando então, é sincero?
Quanto do meu sentir
Quanto do teu prazer
Quanto de amor, êxtase, paixão?
Doce mistério...
Insinua, desperta,
mas não se revela.
Então não o diga!
Pois para o que não há nome,
vibra doce canção, ecoa-se pelo ar,
cala em nossos lábios que não se encontram,
brilha em nosso olhos que não se contemplam...
Encanta, esperança eterna de nossa imaginação!
Como posso, a isto negar?
Já não mais consigo.
Não me servem mais as máscaras,
nem disfarces,
não procuro mais atalhos, nem desvios...
Não fujo, não corro,
não lhe impeço, não lhe rogo
nem lhe afasto...
Vivo minha fugaz felicidade,
alheia a minha completa perdição...
Abraça-me e dance comigo,
envolve-me em teus braços,
envolve-me em teu ser...
Ao som de tão suave melodia,
segura-me e não me deixe partir!
Um oceano de desejos
É tua pele sobre a minha pele
Afogo-me em tuas carícias.
O encontro de dois seres
Unidos por um terno,
mas intenso momento.
De amor, de loucura
Luz de nossa sanidade
O enternecer de uma festa
sob a luz da lua, serenidade
E se tudo acabar assim...
Podereis então, reconhecer a fundo
O quanto de belo e triste
se ouve num mudo sussurro.
Laços de fita, ternura infinda
afagando lembranças e amores
guardando esperanças e sabores...
sempre sem fim, sem medo, sem mágoa
sempre um sim, um sim que se aguarda
por um laço de fita,
Ternura Infinda...