Bairro
Foge dele JOVENZINH@!!!
Se em nós és jovem e esperto;
não imites estes casmurros;
que em tais mais parecem burros;
por seu pensar, tão deserto!
acredita jovenzinho!!!
juntares-te a tal vizinho;
por seu fazer não estar certo;
sujeitas-te a um coitadinho;
por tal evita esse ninho;
se em nós és jovem e esperto;
Se em nós és jovem e esperto;
evita em ti ser cobaia;
por culpa dessa gandaia;
onde o infectar é tão certo!
pois de um vírus seres tal;
pode em ti tão acabar mal!!!
daí, teu pensar desperto;
não te juntes a tal laia;
afasta-te dessa praia
se em nós és jovem e esperto;
Se em nós és jovem e esperto;
foge desse tal bairro-alto;
ou para ti dará salto;
por ter preferir incerto!
acredita jovem fino;
não sejas nele asinino!!!
porque em todo o estar de aperto;
por ser bom pra o sujo estar;
tens que do tal te afastar;
se em nós és jovem e esperto!
Se em nós és jovem e esperto;
aguarda até que a vacina;
enfraqueça a esta estricnina;
pra que um seu fim, fique perto!
por o infectar que a ti mate;
não passar de um disparate!!!
evita esse desaperto;
por tão provado em tal ter;
tão matar… tanto viver…
se em nós és jovem e esperto;
O abominável homem das trevas
Sombrio e obscuro,
ele navegava pelo asfalto da avenida
como quem veleja pelo concreto frio, cinza e duro da cidade.
Caminhava altivo e inexorável
os caminhos possíveis de seu pensar,
em ruinas, via o seu mundo inexplorável ruir a cada esquina.
Sentia suas dores mais intangíveis explodirem na escuridão à sua frente
e como um mensageiro da escuridão ele explorava o mundo de forma inabalável.
Em meio às trevas de sua existência embebidas de silêncios enormes
que lhe afagavam a face
penetrava o seu abismo mais profundo.
Feito mãos que penetram insensíveis as teclas de um piano e afagam sombrias as cordas de uma guitarra,
seus pensamentos mais sordidos ressoavam temerosos e solitários pelos acordes mais crueis e malignos daquela noite.
Ao caminhar por seus medos mais horrendos, se aprazia da amizade sincera que lhe ofertava a solidão, oprimido pelas sombras da noite retorcendo-se pelo caminho e beliscando o seu calcanhar, via, sentia,
a brisa da noite lhe afagar serena a face segundos antes do breu intenso da madrugada explodir em sua retina,
já turva e meio estorvada.
Enquanto percorria sozinho e intrépido os caminhos sombrios de sua escuridão revia os rumos prescritos em seu destino.
Ao passar pela avenida vazia,
via as luzes dos postes de iluminação se apagarem feito presságios.
O abominável homem das trevas caminhava sonoro, todos os dias,
pelas vias mais improváveis de sua quase morte
e bem em meio a percepção de sua inexistência
era acometido de uma euforia absorta e imponderável,
acometido de um prazer inexplicável.
A adrenalina lhe aprazia.
As trevas lhe aprazia.
A solidão lhe aprazia.
Nem mesmo a morte lhe metia medo.
Na escuridão, os seus olhos brilhavam feito estrelas raivosas
deslizando pelo céu infindo,
refletindo o brilho sagaz de sua impenetrável coragem.
Seu hábitat era a escuridão.
O ecossistema ao qual pertencia subsistia no caos à beira do quase fim.
Não pense que há algo errado só porque você não é o mundo de alguém. Calma! Talvez você seja apenas um pequeno povoado, ainda. E acredite isso é muito. É devagar que crescemos no coração das pessoas; é aos poucos que preenchemos seus espaços vazios, alargamos suas fronteiras e nos transformamos em mundo.
A inutilidade do conhecimento.
Me sinto triste e inútil, com tanto conhecimento que tenho, e sem poder usar eles, ou que façam uso deles.
O que me entristece é saber, o quanto que meu conhecimento é útil.
Saber que poderia ajudar muita gente e meu conhecimento está inerte e sem nenhuma utilidade para mim, para meus próximos, minha comunidade, meu bairro, minha cidade, meu país e a humanidade.
Matciano A Nantes